coronavírus - previões FMI_Kristalina GeorgievaKristalina: surto é um lembrete de como  imprevistos podem ser ameaças  

A epidemia de coronavírus já interrompeu o crescimento econômico na China, mas pode trazer mais problemas. Uma eventual disseminação para outros países pode inviabilizar uma recuperação mais acelerada da economia global em 2020. O alerta é do FMI (Fundo Monetário Internacional), que divulgou ontem (19) comunicado sobre o tema.

O texto, direcionado a ministros da Economia e bancos centrais do G20 e compartilhado pela Reuters, mapeou ainda outros riscos à economia global. Entre eles, o documento listou um aumento renovado das tensões comerciais entre EUA e China, além de desastres climáticos. O caso recente ocorrido na Austrália, por exemplo, afetou bastante a hotelaria local.

Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, afirma que o surto é um lembrete de como os imprevistos podem ser uma ameaça. Além disso, instou os formuladores de política econômica do G20 a trabalharem para reduzir o ambiente de incertezas.

“A incerteza está se tornando o novo normal”, escreveu Georgieva em um blog publicado no site do FMI. “Embora algumas delas, como doenças, estejam fora do nosso controle, não devemos criar novas onde possamos evitá-las”, completa.

Coronavírus: China e Brasil

Apesar do surto, o FMI manteve a previsão de janeiro para crescimento de 3,3% para a economia global este ano, acima dos 2,9% de 2019. Ainda assim, a projeção representa um corte de 0,1 ponto percentual em relação à estimativa divulgada em outubro pela instituição financeira.

O organismo disse que a recuperação da economia global seria superficial. Afirmou ainda que esta poderia ser prejudicada pelo aumento das tensões comerciais ou por uma disseminação adicional da doença, que já interrompeu a produção chinesa. Mais ainda, a epidemia poderia afetar outros países por meio do turismo.

A China disse que ainda pode cumprir sua meta de crescimento econômico para 2020, apesar da epidemia. Georgieva, por sua vez, reitera que o FMI espera apenas uma pequena redução da alta no PIB (Produto Interno Bruto) chinês, a menos que um surto prolongado agrave a desaceleração.

No Brasil, existem hoje apenas três casos suspeitos, sendo dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul. Para saber como se prevenir e identificar possíveis casos, acesse https://bit.ly/38nD0CX.

(*) Crédito da capa: Navesh Chitrakar/Reuters

(**) Crédito da foto:: Remo Casilli/Reuters