clf aberturaOliveira abriu o fórum com dados do mercado brasileiro

Começou a pouco o CLF (Corporate Lodging Forum). Realizado pela HRS, o evento chega em sua quarta edição, dessa vez no Four Seasons São Paulo, inaugurado a menos de um ano. Para a abertura, Alexandre Oliveira, managing director da HRS, deu as boas vindas aos participantes. 

Neste ano, a hotelaria é o foco, com a parte da manhã sendo voltada para tendências e análises de mercado, desafios e dicas. Na parte da tarde, cases de sucesso e processos serão divididos com os participantes nas Breakout Sessions.  

“Penso que chegamos em um momento de maturidade de atuação no mercado brasileiro. Passamos de uma empresa que ninguém conhecia e entendia direito o que fazia para ter o Brasil como quarto país mais relevante em diárias negociadas mundialmente, representando 6% das reservas”, disse Oliveira. 

“Isso mostra como o Brasil se faz um mercado estratégico e de importância para o setor de hospedagem corporativa”, finalizou. 

CLF: fragmentação em viagens corporativos

Com o avanço da tecnologia, a indústria de viagem foi cada vez mais fragmentada. Isso é dizer, cada vez mais canais de venda, diferentes categorias de hotéis e meios de se planejar uma viagem. Essa fragmentação que, segundo os especialistas convidados foi gerada pelas demandas dos viajantes, pode ser um problema para as empresas de viagem. 

Para conversar sobre o tema, o primeiro painel do CLF convidou Greeley Koch, vice-presidente de Marketing da HRS; Daniel Brunod, gerente geral da Azul Viagens; Zé Guilherme, CEO do Panrotas; Marina Julio, diretora de Negócios B2B da Atlantica Hotels e Alexandre Oliveira, managing director do HRS. 

“Temos tanta diversidade, que cada vez mais os sistemas e processos devem ser pensados para atender essa diversidade e diferentes consumidores. O nível de complexidade no trabalho do travel manager aumentou exponencialmente, e é necessário que a tecnologia seja usada para facilitar esse processo e utilizar dados para saber o que o cliente busca para oferecer o melhor conteúdo”, disse Koch iniciando o painel. 

Nas viagens corporativas, Koch também mostrou que, no Brasil, dos cerca de 10,8 mil hotéis, apenas 20% são demandados para esse fim. E que, ao procurar uma estadia, viajantes de negócios escolhem o hotel por proximidade ao trabalho (92%), preço (85%) e proximidade a locais de entretenimento e alimentação (84%).

“Se a fragmentação aconteceu é porque existia uma demanda e sistemas foram criados para isso. Por exemplo, hotéis próximos a locais de entretenimento não eram os mais procurados cinco 10 anos atrás, mas hoje é pela tendência do bleisure. E esse item talvez cresça ainda mais com os millennials perto de se tornar 50% da força de trabalho no país”, disse Zé Guilherme. 

“Ao meu ver o necessário é evoluir em tecnologia para entregar essa combinação de fatores de forma mais eficiente. Primeiro para que entendamos exatamente em que momento o preço entra como fator decisivo após a localização. É um grande desafio alocar isso na segmentação de hotéis. Quando um hotel atende demandas de localização e tecnologia, o preço é relevante até que ponto?”, exemplificou Marina uma das causas da fragmentação por demanda. 

A mudança constante no comportamento do consumidor também influencia na fragmentação de ofertas. “O comprador busca cada vez mais uma experiência de compra, quer entender o que está naquele preço. E ele também quer uma autonomia na hora de buscar a melhor tarifa e custo benefício para aquela viagem”, afirmou Brunod. 

(*) Crédito das fotos: Juliana Stern/Hotelier News