Criação de empregos - dados de fevereiroSetor de serviços, caso de restaurantes, destacaram-se no mês

O Brasil registrou criação líquida de 173.139 vagas formais de emprego em fevereiro, melhor resultado para o mês desde 2014. Os dados integram o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados hoje (25). A performance é positiva para o setor de turismo, que vê na retomada do emprego oportunidade de aumentar as vendas. Além disso, na avaliação de Rogério Marinho, secretário especial da Previdência e Trabalho, o desempenho sinaliza uma retomada consistente para 2019. 

O resultado do Caged em fevereiro veio acima das estimativas de analistas consultados pela Reuters. A projeção inicial da agência de notícias era a criação líquida de 82 mil postos. Dos oito setores pesquisados, sete ficaram no azul. O maior ganho líquido foi em Serviços, com abertura líquida de 112.412 vagas.
 
Em seguida vieram Indústria da Transformação (saldo positivo de 33.472), Administração Pública (+11.395), Construção Civil (+11.097) e Comércio (+5.990). Também ficaram no azul Extrativa Mineral (+985) e Serviços Industriais de Utilidade Pública (+865). Na contramão, a agropecuária registrou fechamento líquido de 3.077 vagas.

No total, fevereiro registrou 19.030 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, modalidade criada após a Reforma Trabalhista. No mesmo âmbito, foram criados 4.346 vagas de trabalho intermitente e 3.404 postos de trabalho em regime de tempo parcial.

Para Marinho, é uma demonstração de que esse cenário deve se repetir ao longo do ano. “Há uma sinalização de que a retomada dos empregos será consistente este ano”, comenta. Ele explicou também que esse ganho de tração dos empregos se dá pelos sinais dados em direção a uma economia mais liberal sob a batuta do presidente Jair Bolsonaro.

Criação de empregos: balanço

No primeiro bimestre do ano, houve criação líquida de 207,4 mil vagas, 68,4 mil a mais ante o igual período de 2018. Na ocasião, o resultado era positivo em 139 mil, de acordo com o ministério.

Por outro lado, o Brasil iniciou o ano com expansão na taxa de desemprego para o nível mais alto em cinco meses, de acordo com os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Para o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, é normal, estatisticamente falando, em momentos de retomada, o desemprego mostrado pela Pnad aumentar, uma vez que um contingente antes classificado como inativo ou desalentado volta a ser contabilizados como “desempregado”, o que acaba elevando a taxa de desocupação.

No dado mais recente da Pnad, referente ao trimestre até janeiro de 2019, o número de desalentados, ou a quantidade de trabalhadores que desistiram de procurar uma vaga, foi a 4,716 milhões, aumento em relação aos 4,706 milhões no trimestre até dezembro.

(*) Crédito da capa: skeeze/Pixabay

(**) Crédito da foto: Free-Photos/Pixabay