O skyline de Dallas foi considerado como O mais bonito do mundo, segundo pesquisa feita pelo jornal USA Today

É impossível não mencionar o nome Dallas sem lembrar da série homônima, produzida pela TV norte-americana CBS entre 1978 e 1991. Bem, para os mais jovens, com menos de 28 anos, talvez esse não seja o link com o destino texano. Já para quem viaja frequentemente para os Estados Unidos, utilizando a American Airlines – a cidade é sede da companhia aérea -, provavelmente já deve ter feito alguma conexão no Aeroporto Internacional DFW, um dos dez mais movimentados do mundo. 

É notório que os turistas do Brasil viajam, na sua grande maioria, para três destinos da Costa Leste dos Estados Unidos: Miami, Nova York e Orlando, indo atrás das compras, dos parques dos estúdios de cinema e os da Disney.

Recentemente, os brasileiros começaram a descobrir outros destinos como Las Vegas, Los Angeles e São Francisco, todos na Costa Oeste. Pois é, lá também existem as famosas outlets (lojas de marcas que vendem por preços mais baixos), muito desejadas por eles, além de outras atrações culturais, de entretenimento e gastronomia.

Pois bem, a reportagem do Hôtelier News foi para Dallas, localizada no centro-sul dos EUA, para ver o que a cidade tem. Ela é a nona maior do país, com uma população de 2,5 milhões de habitantes – a região metropolitana conta mais de 6,5 milhões de cidadãos. O destino é o número um do estado do Texas em visitação. São mais de 12 mil pontos de venda gastronômicos e mais de 70 mil quartos de hotel. 

Dallas recebe anualmente uma média de 30 milhões de visitantes domésticos, que movimentam a economia com gastos diretos de quase US$ 10 bilhões.

Jardins externos do Museu Perot

Encontramos várias atrações culturais como museus, principalmente os de arte. A cidade conta com um distrito específico para esse tema, o Dallas Arts District, um dos maiores do mundo em um centro urbano, com mais de 160 museus e galerias de arte, distribuídos por nove quadras em 19 acres (77 mil m²). Lá também pode se ver como um planejamento urbano pode transformar e valorizar uma região, com a demolição de um complexo viário. Até no museu de George W. Bush demos uma sapeada, para ver as ações e decisões de um dos ex-presidentes dos EUA. E se você viajar com os filhos, o Museu Perot é indicado para levá-los, além de ficar situado num edifício que ganhou prêmios pela seu projeto arquitetônico.

Nossa visita percorreu também o estádio do Dallas Cowboys (AT&T Stadium) e viu como um complexo desse porte mobilizou uma cidade inteira para a sua construção. Fizemos um tour pelos principais pontos turísticos da cidade, incluindo um que atrai milhares de turistas: o local onde o presidente Kennedy foi assassinado. 

Fomos a uma loja onde astros da TV e da música compram as autênticas botas e chapéus de cowboys, percorremos as ruas do centro histórico, onde numa torre de 150 metros de altura pudemos ver a cidade inteira, conhecemos o Arboretum, onde existe uma área de conhecimento especialmente criada para crianças e pré-adolescentes. Visitamos um bairro muito parecido com o da Vila Madalena e, também, os dois melhores shoppings da cidade. E ainda, experimentamos a gastronomia de dez restaurantes.

Confira a seguir as melhores atrações de Dallas, nesta matéria produzida a convite do Dallas Convention & Visitors Bureau.

Por Peter Kutuchian*

Dallas Art District
O Dallas Art District (Distrito de Artes) é um excelente exemplo em como um plano de urbanização pode mudar completamente um bairro, que antes de receber a benfeitoria não era valorizado e desejado.

A primeira ação foi demolir duas quadras de uma estrada elevada que terminava exatamente ali, construindo um túnel, e sobre ele um parque. Nada muito complicado, certo? Bem, o Klyde Warren Park concentra um grande gramado, já que abaixo fica a laje do túnel, inviabilizando o plantio de grande árvores, que foram distribuídas nas laterais, sombreando assim as áreas para a prática de yoga e leitura, além de outras atividades sazonais. Alguns brinquedos apropriados para o público infantil e dois restaurantes complementam a estrutura do local.

Fachada do Teatro Dee e Charles Wyly

A uma quadra do parque Klyde Warren, estão concentrados os edifícios que abrigam o Museu de Arte de Dallas, o Centro de Esculturas Nasher e o AT&T Performing Arts Center, que contempla quatro espaços: a Casa de Ópera Margot e Bill Winspear; o Teatro Dee e Charles Wyly; o Parque Elaine D e Charles A. Sammons e o Centro Sinfônico Meyerson. Além desses, há também o espaço que reúne uma coleção de arte asiática, denominado Crow, o Pavilhão Belo Mansion, o Dallas City Performance Hall, o Teatro Dallas Black Dance e a One Arts Plaza, entre dezenas de opções. Ou seja, pensou em concertos, shows de pequeno porte, exibições e outras atrações ligadas à arte, o distrito é esse.

Confira abaixo na galeria, algumas imagens da nossa visita ao Dallas Art District.

Atrações
Como toda cidade de grande porte, Dallas oferece várias opções de entretenimento, lazer, cultura e compras. Confira abaixo o que indicamos para você.

AT&T Stadium
Imbuídos pelo calor da Copa do Mundo, resolvemos visitar um estádio, e o mais próximo é o da equipe de futebol americano, Dallas Cowboys. O grandioso estádio está sob a administração da AT&T, uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo.

Com uma capacidade para receber 105 mil espectadores, o AT&T Stadium custou US$ 1.150 bilhão e, para arrecadar esse montante, a cidade de Arlington, onde fica a estrutura, arcou com US$ 325 milhões, e mais US$ 150 milhões foram provisionados pela Liga Nacional de Futebol. Para se ter uma ideia de quanto o estádio é valorizado pela população, os cidadãos de Arlington aprovaram o aumento de alguns impostos como o de vendas (0,5%), taxa de ocupação de hotéis (2%) e de locação de automóveis (5%), cuja diferença é destinada ao pagamento do estádio. O restante dos recursos ficaram a cargo de Jerry Jones, proprietário do Dallas Cowboys.

Dois dos destaques do estádio: seu teto retrátil e o display de LCD de alta definição, considerado em 2009 pelo Guiness como o maior do mundo. 

Com 12 mil vagas para automóveis, o AT&T Stadium não é atendido pelo transporte público. 

O estádio já foi palco de shows de várias estrelas e bandas como Paul McCartney e U2.

Museu Perot
O edifício do Museum Natural e Científico Perot já demonstra o que vamos encontrar lá dentro. Com um projeto arquitetônico premiado, num investimento de US$ 185 milhões, o Perot conta com 11 salas permanentes de exibição, auditório, cinema digital com tecnologia 2D e 3D, Museu das Crianças, Parque das Ciências, além de seis laboratórios interativos, tudo distribuído em seis pavimentos.

Inaugurado em 1º de dezembro de 2012, já em agosto do mesmo ano, o espaço registrava a visita de seu milionésimo visitante. 

Passeamos pelo museu e quase tudo é motivo de destaque, por isso, separe algumas horas de uma manhã para conhecer e aprender sobre minerais, animais, o planeta, as estrelas e até conhecer um simulador de terremotos.

A torre GEO-Deck

GEO-Deck
Localizado na região central da cidade, o GEO-Deck é uma torre de 150 metros de altura com vista 360º de Dallas. No local há também um restaurante e na torre de observação há vários monitores que exibem a história dos principais pontos da cidade. Ideal para tirar fotos do centro histórico, reserve as primeiras horas do dia para tirar boas fotos.

Museu e Biblioteca Presidencial George W. Bush
Instalado no campus da Universidade Metodista do Sul, que fica no bairro University Park, o Museu e Biblioteca Presidencial George W. Bush é o local certo para conhecer as ações e decisões tomadas pelo 43º presidente norte-americano. 

Certo que é uma atração específica para os cidadãos dos EUA, a visita pode render uma mostra de que como os ex-presidentes são valorizados. Caso chegue perto da hora do almoço, vá até o Café 43 e peça o prato Seared shrimp – camarões grelhados, cubos de melancia, rúcula, nozes, queijo feta e vinagrete de limão. Saboroso e refrescante.

Arboretum
Situado em uma área de 66 acres (267 mil m²) do lado oeste das margens do Lago White Rock, a menos de 15 minutos da região central da cidade, o Dallas Arboretum é o Jardim Botânico do destino texano. 

Ali são realizadas várias atividades como concertos ao ar livre, cursos de jardinagem e exposições ligadas às estações do ano – nossa visita foi no início do outono e mais de 50 mil abóboras de 15 espécies decoravam a região central do local.

O Arboretum reúne quase 40 atrações como alamedas dedicadas à várias flores como magnólias e orquídeas, cachoeiras, além de seus jardins que homenageiam as mulheres.

Restaurantes, amplo estacionamento, lojas e sanitários fazem parte da infraestrutura de uma das atrações mais visitadas em Dallas – são cerca de um milhão de pessoas por ano.

Rory Meyers Children’s Adventure Garden foi inaugurado em setembro de 2013

A mais nova atração do Arboretum é o Rory Meyers Children’s Adventure Garden, destinado às crianças e aos pré-adolescentes. Inaugurado dia 21 de setembro de 2013, o espaço, que recebeu invesntimentos na ordem de US$ 62 milhões, está situado numa área de 8 acres (32.3 mil m²) e conta com 150 atrações interativas. Os visitantes podem andar por terrenos nativos da região, explorar um modelo do Planeta Terra, da órbita lunar, ver pássaros e esquilos, além participar de jogos educativos. 

Bishop Arts
O distrito de Bishop Arts, localizado bem próximo ao centro de Dallas, é repleto de lojas, galerias e restaurantes. Para quem conhece a Vila Madalena, em São Paulo, é uma boa comparação para se fazer. 

Em Bishop Arts é o design que manda, pois a maioria do que é comercializado é exclusivo, desde roupas, acessórios e até charutos. Passeie pelas ruas, coma uma torta artesanal ou almoce no Lockhart. A noite, volte e curta um show ao vivo de jazz no Cigar Art, apreciando um charuto feito ali mesmo na loja e de excelente qualidade.

A lista que fizemos é a seguinte:

Roupas e acessórios: Indigo 1745, Epiphany, Just Add Jeans, Kristen Lee Boutique, Zola’s Everyday Vintage, Cozy Cottage Children’s Boutique, Maria’s Closet, Laughing Willow e Strut.

Galerias e lojas de design: Artisan’s Collective, Ginger Fox Gallerie, Society, Bishop Street Market, Fete-ish, We are 1976, Neighborhood, Home on Bishop, Zoomos Pop-Up Shop, Simply Austin e Dr. Cop’s Popup.

Diversos: Dirt (Flores e arranjos); Kiez (Produtos de banho); Green Pet (Artigos para animais domésticos); Make + Made (Costura); Oak Cliff e Small Planet (Bicicletas); The Wild Detectives (Livraria).

Botas de cowboy do Wild Bill's

Wild Bill’s
Nesta loja de autênticas botas e chapéus de cowboys, quem sabe você pode cruzar com o guitarrista Eric Clapton entre as seções da Wild Bill’s, situada no bairro central de Westend.

Botas que podem custar até US$ 2 mil, chapéus de couro de búfalo e casacos autênticos, entre cintos, fivelas, camisas e roupas masculinas e femininas.

Procure pela gerente Cynthia Gutierrez, que é chilena, para te vender as melhores botas e chapéus dos EUA.

Veja na galeria abaixo os cliques das atrações de Dallas.

Gastronomia
A reportagem do Hôtelier News experimentou algumas opções gastronômicas em Dallas. Destacamos quatro experiências como opções imperdíveis quando você for para lá: The Grill on the Alley, Malai, Lockhart e Café Mercat Bistro. 

O Grill on the Alley fica dentro do Shopping Galleria, porém como diz o seu nome, sua entrada fica na parte externa do complexo, criando assim um ar de maior descontração – sem aquele peso de praças de alimentação ou acesso internos. 

Neste ano o cardápio, criado pelo chef executivo Phillip Kastel, foi modificado para a celebração dos 30 anos de abertura do primeiro Grill, em Beverly Hills, na Califórnia, em 1984. A marca conta atualmente com seis unidades, três na Califórnia (San Jose, Westlake e Beverly Hills), uma em Chicago, outra em Aventura, na Flórida, e a que visitamos, no Texas. 

Num ambiente austero e com excelente atendimento, pudemos experimentar pratos que acariciaram o paladar com suas texturas e explosão de sabores. De entrada provamos o Tartar de Atum, depois nos deliciamos com um filé de badejo e para finalizar provamos uma torta de limão.

Cardápio do Grill on the Alley, um dos quatro restaurantes recomendados pela nossa reportagem

A mesma sensação aconteceu no Malai, de especialidade Thai-Vietnamita e de propriedade de um casal – Braden, o chef, e Yasmin, a anfitriã. O restaurante foi aberto em janeiro de 2011 e é um sucesso – lotado quando estive lá numa sexta-feira. 

Experimentando as opções que Yasmin sugeriu, pude provar, mesmo sendo vegetariano, porque nesses momentos é impossível ser radical, o Malai Favorites Sampler – carne bovina grelhada, Satay de frango, rolinhos Primavera e Imperial e almôndegas vietnamitas. Na sequência fui de Jungle Curry Hot Pot with Shrimp e também a Thai Coconut Soup. Para fechar, a sobremesa trazida por Yasmin foi o Mango Sticky Rice Smash. Com temperos exóticos, os pratos do Malai são direcionados, principalmente, aos comensais que apreciam o paladar asiático ou mesmo àqueles que desejam experimentar pela primeira vez as opções daquelas regiões.

Além disso, o Malai produz o seu próprio leite de coco, agregando um sabor natural aos pratos compostos com a iguaria. Uma variedade de cervejas também é feita no local e lembre-se de provar a margarita de limão, que lembra muito a nossa caipirinha.

Já o Lockhart é um restaurante característico do Sul dos Estados Unidos. Informal e irreverente, nele você pode encontrar o mecânico de uma oficina sentado em frente a um executivo de uma grande corporação. 

A logística é simples, primeiro vá até o balcão, onde defumadores estão assando as carnes desde as primeiras horas da manhã, peça a sua carne, pode ser costela suína, linguiças ou salmão. Agregue um ou mais acompanhamentos, pese, pague e vá até uma mesa. Abre o embrulho e delicie-se com os temperos únicos preparados pelo pessoal. Os poucos atendentes servem as bebidas e limpam as mesas. Simples, prático e muito gostoso!

A quarta indicação é para o café da manhã. Trata-se do Café Mercat Bistro, um lugar aconchegante, que conta com opções baseadas na gastronomia da França. O local conta também com gôndolas de verduras e legumes, laticínios, bebidas e outros ítens que podem ser comprados e levados para casa.

Provamos algumas opções para o café da manhã como o delicioso croissant de creme de amêndoas, um parfait feito com iogurte orgânico, granola e um mix de frutas vermelhas, e um café latte, que lembrou muito os do Brasil – forte e aromático.

Fomos também em outros cinco restaurantes da cidade. Dois deles (Owners Box e Texas Spice) localizados no Omni hotel onde ficamos hospedados. Vale a pena ressaltar que diferente dos restaurantes situados nos meios de hospedagem brasileiros, que na maioria atendem apenas os hóspedes, nos EUA pudemos notar a grande movimentação do público da cidade prestigiando os locais. No primeiro comemos um bom hambúrguer vegetariano e no segundo provamos algumas opções com pimentas, tempero que dá o nome ao estabelecimento.

No Dallas Arts District, almoçamos no Lark on the Park, de gastronomia contemporânea, sazonal e de influências globais. E, finalmente, jantamos no The Knife, situado dentro do Hotel Highland (ex-Kimpton). Para os apreciadores das carnes, o local concentra alguns cortes maturados por meses. 

Confira na galeria abaixo as imagens de todos os restaurantes.

Serviço
visitdallas.com

(*) A reportagem do Hôtelier News viajou para o Texas à convite do Dallas Convention & Visitors Bureau.

(**) Fotos por Peter Kutuchian