porto atlanticoO painel pintado por Eduardo Kobra é um dos símbolos da revitalização da região

Dupla de hotéis inaugurada em outubro de 2016, Novotel e ibis RJ Porto Atlântico, ambos administrados pela Accor e localizados no Porto Maravilha, estão funcionando com metade de sua capacidade. Num acordo com os proprietários dos imóveis, a companhia hoteleira decidiu suspender temporariamente a operação num dos prédios. A ideia é aplacar os impactos gerados pelo funcionamento de dois hotéis até que a demanda seja recuperada e a economia brasileira e carioca volte a ter melhores dias.

Até que o horizonte se modifique e o mau momento econômico do país passe, os hóspedes que chegam ou reservam os estebelecimentos são atendidos no Novotel.

A companhia hoteleira, que gerencia os hotéis, explica a dinâmica da nova operação. "Por conta da super oferta do Rio de Janeiro decidimos otimizar nossas reservas e centralizá-las em único hotel. Ou seja, desta forma nossos clientes ibis que procuram o hotel naquela região encontram disponibilidade e são acolhidos no Novotel Porto Atlantico", diz Omar Caffaro, gerente de operações midscale da rede. "Garantimos assim a disponibilidade, os serviços ibis, porém com um upgrade de produto, o que tem garantido a satisfação dos nossos hóspedes", completa. 

De acordo com o detalhamento do dirigente, o funcionamento comprometido é uma circunstância temporária que, em breve deve ter solução. "Foi uma decisão tomada para que pudéssemos minimizar os impactos financeiros neste momento de recessão da cidade", justifica. "Pretendemos voltar a operar o ibis RJ Porto Atlântico ali tão logo a economia brasileira e a do Rio de Janeiro retomem seu ritmo normal", assegura.

A perspectiva de retorno se avizinha com os números crescentes que associações hoteleiras tem divulgado ao longo do ano. Atenta a isso, a Accor se apressa em dizer que permanece acreditando no mercado brasileiro e carioca. 

Complexo Porto Atlântico: a região pode ser o problema

A região onde os hotéis estão, próximo ao porto da cidade, pode ser a causa da demanda escassa. Feito no embalo da Copa do Mundo e Olimpíada, ocasiões que tiveram o Rio como protagonista, o projeto de mudança de cenário não ocorreu como o previsto no Porto Maravilha. 

Apesar de ter se tornado um ponto turístico na cidade, não há notícias sobre prosperidade dos hoteleiros que instalaram-se por ali. Um indício da falta de evolução foi a saída da Marriott International em menos de dois anos. No mesmo edifício, a Intercity tenta atualmente rentabilizar o estabelecimento.

Para a Accor, no entanto, o entorno não é um problema. Caffaro classifica as imediações dos hotéis como excelentes e destaca a proximidade com o aeroporto Santos Dummont e a ponte Rio-Niterói. "Acreditamos que a região oferece um enorme potencial no médio e longo prazos com a chegada de empresas, bom acesso por transporte público e equipamentos culturais. Estes fatores demonstram que as bases econômicas para o sucesso da região e da hotelaria estão preparadas. Basta que a economia se recupere", pondera.

Questionado sobre os riscos que o Novotel corre, o gerente assegura que para o midscale a procura e operação estão correndo bem.

(*) Crédito da foto: Filip Calixto/Hôtelier News