O início de 2024 trouxe sinais promissores para o setor de viagens corporativas no Brasil. De acordo com o mais recente LVC (Levantamento das Viagens Corporativas), realizado pela FecomercioSP em colaboração com a ALAGEV (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas), as empresas do ramo turístico alcançaram um faturamento de R$ 7,3 bilhões em janeiro.

Este valor não apenas representa um aumento de 5,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior, mas também estabelece um novo recorde para o mês desde o começo da série histórica em 2011. No ano passado, as viagens corporativas já davam sinais de aquecimento, registrando crescimento de 11,4% na comparação com 2022.

Apesar do otimismo que acompanha o crescimento da receita, o estudo destaca que uma análise mais detalhada revela que este avanço está atrelado, em grande parte, ao aumento dos preços dos serviços turísticos, especialmente as passagens aéreas.

“É seguro dizer que o encarecimento do transporte está diretamente ligado com os extensos gastos operacionais das companhias. Neste caso, é necessário entender se os membros do setor corporativo estão satisfeitos com a qualidade dos serviços prestados por essas companhias. Caso contrário, os empresários acabam no prejuízo”, observa Luana Nogueira, diretora executiva da ALAGEV.

Neste cenário, as empresas brasileiras se veem diante do desafio de equilibrar os gastos com viagens corporativas dentro de orçamentos cada vez mais restritos. O estudo ressalta que muitas dessas companhias estão buscando alternativas para reduzir custos, como alterar o perfil, tamanho ou localização dos eventos, ou até mesmo reservar recursos somente para compromissos essenciais, como viagens à capital federal para discussões de grande importância nacional, como a reforma tributária e o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos).

Para adequar o orçamento a esses gastos adicionais, é provável que muitas empresas tenham que cortar despesas em outras áreas. No entanto, o estudo ressalta que o panorama atual ainda sugere um saldo positivo, com a manutenção de altos níveis de atividade no turismo corporativo.

Exemplo disso é que a demanda por eventos presenciais, feiras, visitas estratégicas a clientes e deslocamentos de colaboradores entre filiais continua forte no início deste ano. O estudo, contudo, observa que o cenário requer cautela, considerando os desafios impostos pela inflação e pelo aumento dos custos operacionais do turismo.

Como o LCV (Levantamento de Viagens Corporativas)

O LVC é uma pesquisa mensal que coleta dados de várias fontes, incluindo pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levantamento abrange diversos setores, como transporte aéreo e rodoviário, hospedagem, restaurantes, agências e operadoras, locadoras de veículos e eventos culturais.

O objetivo da pesquisa é fornecer uma visão geral do mercado de viagens corporativas, e os valores são ajustados pelo IPCA para refletir o faturamento nacional do setor.

Para conferir o estudo completo, basta clicar aqui.

(*) Crédito da imagem: wavebreakmedia_micro – Freepik