II Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes - Roberto BertinoBertino: boa parte da oferta no Brasil é independente

Paralelo à programação da Equipotel, teve início há pouco o II Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes. Promovido pela Ameris by Nobile, o encontro visa analisar o momento da hotelaria e apontar caminhos para seu desenvolvimento. Com vários painéis, o evento abordará temas como tecnologia, design de interiores e relacionamento com o cliente, entre outros.

Na abertura, Roberto Bertino, presidente da Nobile Hotéis, falou sobre sua experiência profissional, iniciada em um hotel independente. Destacou também que, em função disso, sabe os desafios que o segmento na sua operação. Ele também acrescentou que o próximo fórum erá realizado em 2019, ainda sem local e data definidos.  

“Há três anos demos início ao planejamento para criar este evento. Descobrimos que esse segmento detém 57% da oferta de quartos no país, com mais de 5 mil empreendimentos”, destacou Bertino. “Para efeito de comparação unidades de redes internacionais somam 1135. Então, boa parte do mercado esta na mão de hoteleiros independentes. Esse fórum surgiu para apoiar esses empresários”, completou.

II Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes 

Na sequência da programação foi realizado o painel “Mudanças na hotelaria que nos desafiam”. O debate teve a participação de Roland Bonadona, CEO Bonadona Hotel Consulting; Philippe Godefroit, gerente geral do Hotel Gran Marquise; a arquiteta Moema Wertheimer; e de Diego Garcia e Rafael Guaspari, diretor de Vendas Estratégicas e diretor Sênior de Desenvolvimento da Nobile Hotéis, respectivamente.

Bonadona abriu os debates comentando que o setor vive um momento interessante, com intensas mudanças. “São duas grande ondas: transformação tecnológica e digital e a globalização financeira. No caso da segunda, existe hoje um ambiente de startups que está crescendo de forma exponencial. Dessa forma, esse poder financeiro está alterando o setor”, acrescentou.

O executivo comentou que, em mercados mais maduros, essas mudanças ocorrem de maneira mais suave. “O Brasil não vive essa situação, o que aumenta o desafio de fazer as mudanças necessárias”, comentou Bonadona, que mostrou uma série de dados da hotelaria nacional. “Em resumo, os preços estão 30% abaixo do que antes da crise”, completou.

Em cima desse cenário, Godefroit comentou o impacto disso no setor. Para ele, a situação é complicada. “São três anos de recessão e não há economia no mundo que ature bem assim. Ainda assim, na hotelaria, a crise é mais focada em algumas regiões, casos do Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte, muito em função de uma especulação imobiliária ligada à Copa do Mundo”comentou “No Rio de Janeiro, por exemplo, essa especulação gerou uma oferta muito maior do que a demanda” disse. 

Ainda assim, para ele, com visão estratégica e equipe comercial preparada, essas regiões podem se recuperar. “Não fazer guerra de preços é o primeiro passo. O hoteleiro independente também precisa entender isso bem”, reforçou.

Desafio com novas gerações

O painel também abordou a mudança do comportamento dos consumidores, em especial o impacto gerado pela chamada geração Millenials. “Para esse público, a experiência é algo muito importante”, destacou Bonadona, que foi prosseguido por Rafael Guaspari. 

“Vivemos uma transição. A mudança dos quartos é um exemplo claro disso. O lobby do hotel é outro: deixou de ser o local onde as pessoas entram e saem para virar um lugar de compartilhamento de experiências”, comentou Guaspari, que também falou sobre o impacto das redes sociais na hotelaria. 

“Sobre esse assunto, mantenham suas equipes motivadas para que vocês possam sempre melhorar. Não avaliem seus hotéis pelos seus padrões, mas sempre pela opinião dos hóspedes”, finalizou.

(*) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News