Douglas Simões, sócio da Ventura e Aventuras
(foto: Aline Costa)

Além do lançamento da cartilha Empreendimentos Turísticos, Sustentabilidade e Qualidade Ambiental – Como equilibrar essa equação?, o evento Rentabilidade e Qualidade Ambiental para Empreendimentos Turísticos contou com uma palestra de Douglas Simões, sócio da Venturas e Aventuras, uma das pioneiras em ecoturismo no país.

O executivo citou dois casos nos quais o conceito de sustentabilidade passou a ser o fato gerador de desenvolvimento, estabelecendo um paralelo entre o antes e o depois da implantação de ações do tipo: o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), no sul do estado de São Paulo, conhecido pela abundância de cavernas, e o Vale do Pati, no Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Bahia.

O Petar sempre teve uma demanda turística volumosa, mas sua infraestrutura era precária e não havia guias devidamente capacitados para atendê-la. “Não há uma pesquisa oficial, mas posso dizer que atualmente 90% da população local vive do turismo. Depois de uma parceria com a iniciativa privada foi possível melhorar as condições a ponto de hoje termos até pousadas com sauna num lugar que há dez anos tinha apenas uma linha telefônica”, comenta Simões.

A principal conquista no Vale do Pati foi convencer os moradores a receberem os turistas dentro de suas próprias casas e não apenas em trekkers nos quintais, como era feito anteriormente. A população local recebeu ajuda para melhorias básicas, como compra de novos colchões, roupas de cama e utensílios domésticos, possibilitando a cobrança pelo serviço de hospedagem. Com essa nova forma de obter renda, não foi mais preciso degradar a área ao redor. “Usava-se fogo para limpar a terra e possibilitar o plantio e a criação de animais como porcos e galinhas. Com essa técnica os animais silvestres de pequeno porte acabavam morrendo e onças chegavam cada vez mais perto das casas em busca de alimento. Elas acabavam mortas pelos moradores e, assim, toda a riqueza da região ia se perdendo”, explica Simões.

Ele conta também que no local há muitas dificuldades relacionadas principalmente à falta de um planejamento que contemple interesses público, privado e político e faz um comentário a respeito da atual crise econômica: “como empresário eu sofro com os efeitos da crise, mas há um aspecto positivo nisso. Essa situação alerta o quão o consumo tem sido desenfreado e mostra que precisamos pensar em formas diferenciadas de gerar desenvolvimento”.

Após a apresentação de Simões, a questão da sustentabilidade ambiental aplicada a empreendimentos urbanos foi tratada por Constança Madureira, advogada que também palestrou durante o evento. “Temos os exemplos do prefeito de Nova York, que recentemente assinou um documento afirmando que em 20 anos a cidade será sustentável, e também da Hearst Corporation, responsável por uma intervenção moderna e totalmente sustentável em um prédio centenário, mostrando que é possível levar esse tipo de valor para metrópoles”.
(Aline Costa)

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