Eles são famosos. Pelas atitudes estampadas na mídia, conseguimos ter uma idéia do que celebridades aprontam por aí e o quanto são, na maioria das vezes, exigentes. Acostumados ao conforto, não dispensam produtos e serviços da melhor qualidade. Conversamos com Intercontinental São Paulo, o Hilton Morumbi e o Grand Hyatt, três hotéis de São Paulo que recebem hóspedes estrangeiros desta magnitude, para responder a pergunta Será que dá muito trabalho?

Por Karina Miotto


Luiz Perillo, gerente geral do Hilton São Paulo, na época da visita de
Paris Hilton, em 2005, abraçado com a mesma
(foto: divulgação)

A resposta dada é simples: não. “Como sempre nos preocupamos com a qualidade de nossos serviços, quando recebemos alguém mundialmente famoso, nossa rotina tende a não mudar. Ficamos, sim, atentos, mas sem a necessidade de mobilizar uma equipe extra para atender estas pessoas. Estamos acostumados com hóspedes exigentes”, afirma José Workman, diretor de Marketing do Hilton São Paulo Morumbi, que já recebeu gente do calibre de Juan Pablo Montoya, Colin Powell, Alejandro Sanz, Boris Becker, Pearl Jam, Lenny Kravitz, Paris Hilton…

  
Juan Pablo Montoya, Colin Powell, Alejandro Sanz…
(fotos: kimiraikkonen.wz.cz / indicius.it / fotos.sapo.pt
)

 
…Pearl Jam e Lenny Kravitz são alguns dos famosos
que já se hospedaram no Hilton São Paulo
(fotos: audiomastermind.us / us.ent2.yimg.com)

De acordo com Workman, receber a famosa herdeira da rede de hotéis em que ele próprio trabalha não foi motivo para pânico. “Não deu medo, mas é uma responsabilidade gigante. Ela tem muitas exigências e é bem conhecida por isso”, diz. Paris se hospedou na suíte presidencial e, pra surpresa de todos, não fez nenhum pedido esquisito e ainda saiu do hotel super satisfeita. Fez questão de deixar, por escrito, suas impressões da hospedagem e se disse contente com todos os serviços.

Quando estava por lá, o máximo que aconteceu foi aquele burburinho normal dos colaboradores. Afinal de contas, não se tratava de uma famosa, apenas, mas da hedeira dos Hilton – que, diga-se, não se hospedou sozinha. Levou mais 39 pessoas junto com ela. “Causa uma certa expectativa, o que é muito natural”, afirma.

Discrição
Outra questão muito importante na hospedagem de celebridades é a discrição para receber e tratar estes hóspedes. Nada de perder a compostura e partir para o pedido de autógrafo. Pergunte ao pessoal do Hyatt se algum colaborador, por mais budista e por mais politizado que seja com a situação do Tibet, foi papear com o Dalai Lama durante o café da manhã quando ele esteve no Brasil. A resposta que você vai ouvir é, no mínimo, um “nem em sonho”. E isso inclui outros famosos que passaram por lá, como as bandas Oasis, U2 e The Strokes, além da equipe inteira da Ferrari e do Bill Clinton.


Dalai Lama: por mais que ele seja muito amável,
não se aproxime a não ser que seja chamado
(foto: ktcsp.org)

Hóspedes famosos precisam de atenção na medida certa, não podem se sentir incomodados. No hotel, devem se sentir praticamente no sossego de casa.

Segurança
Hóspedes muito famosos normalmente viajam com uma legião de seguranças. Logo, quando aparecem em um hotel, pode ter certeza: pelo menos um à paisana estará circulando por lá.

O empreendimento também faz a sua parte e colabora com a equipe das celebridades para que tudo ocorra da melhor forma possível e sem incidentes. Se precisar fechar um andar inteiro, sem problemas. Se o famoso preferir não entrar pelo lobby, OK também. O importante, nestes casos, é o trabalho em conjunto que é feito entre os seguranças particulares e os do hotel. “Estamos sempre à disposição para garantir a segurança de nossos hóspedes”, afirma Maarten Drenth, gerente geral do Intercontinental São Paulo, que já recebeu, entre outros famosos, Alan García e BB King.


Drenth recebe BB King em sua chegada ao
InterContinental São Paulo
(foto: divulgação)


“Ele me disse que sempre ficará em nosso hotel”
(foto: divulgação)

Não divulgar nomes quando solicitados pelos hóspedes é outra norma de segurança do empreendimento. As celebridades que preferirem poderão se hospedar com pseudônimos. Acontece bastante. Isso ajuda, de certa forma, a garantir o anonimato.

Mídia
Quando alguém muito famoso está no Brasil, o fato normalmente “vaza”. Com isso, a imprensa noticia em jornal, revista e, às vezes, até alguma emissora TV aparece, dependendo da celebridade. Se isto torna o famoso mais conhecido ainda, por outro lado coloca o empreendimento em destaque, por meio do que se chama de “mídia espontânea”. Nenhuma assessoria de imprensa precisou divulgar releases para que jornalistas aparecessem. Eles que se aproximaram, naturalmente atraídos pelo trabalho que as celebridades rendem.

Publicidade e mídia gratuitas tornam, sim, o hotel mais conhecido. “A gente trata isso até como negócio, faz parte de nosso dia-a-dia receber famosos. Em um ano conto de dez a 15 pessoas e o retorno é sempre muito positivo”, diz Workman. “É bom para todos”, completa Drenth.

Positivo mesmo


Alguém se lembra do burburinho no Hyatt quando
o hotel hospedou o U2?
(foto: premiosu2only.blogs.sapo.pt)

Hospedar pessoas famosas traz, portanto, prestígio ao hotel. Com ele, uma série de benefícios que só quem trabalha com hotelaria é capaz de reconhecer. Drenth  explica: “Se há vips no hotel em que trabalhamos, isso significa que fazemos um bom serviço. É uma motivação muito boa a todos os colaboradores. Além disso, vamos ganhar mais respeito de nossos hóspedes e das pessoas que ainda não ficaram no hotel. Se alguém famoso nos escolheu é porque nosso empreendimento é um bom lugar para se hospedar, certo?”. Certíssimo.

Serviço
www.hilton.com
www.intercontinental.com/saopaulo
www.saopaulo.grand.hyatt.com