Ernesto aconselha união à tecnologia no Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes

A volta aos trabalhos após o almoço trouxe à tona um dos assuntos foco do evento. Os parâmetros construtivos entre redes hoteleiras e hotéis independentes foi o conteúdo abordado por José Ernesto Marino, fundador e CEO da BSH International em sua palestra no Fórum Brasileiro de Hotéis Independentes, que teve sua abertura esta manhã, em São Paulo.

Para começar, Marino mostrou aos presentes como é importante ter uma visão histórica do setor para entender as origens que levaram ao desenvolvimento atual da hotelaria. Ele apresentou os cinco grandes ciclos de investimento que a indústria atravessou. Foram eles: 1901, com hotéis construídos por famílias tradicionais; 1964, incentivos financeiros e fiscais atraíram companhias internacionais; 1986, com a proliferação dos apart-hotéis; 1994, destaque para o nascimento do flat service;  e 2001, que representa o estágio atual.
 
Marino pontuou também na palestra como a formação do povo brasileiro influencia os negócios. "O Brasil é multicultural. Se você vai para o Amazonas, por exemplo, nota costumes diferentes de quem mora em Goiânia. Até as relações de poder são muito distintas entre as regiões do país", exemplifica.

Fórum Brasileiro de Hotéis Independe: oferta

Analisando o mercado a partir de 2008, Marino disse que a carência de quartos foi pouco a pouco revertida, até se chegar a uma sobreoferta em algumas praças. Em São Paulo, na avaliação do executivo, o cenário hoje é de normalidade. "Tivemos shows importantes, como do U2, nos quais não tínhamos quartos disponíveis", ressaltou.

Com isso em mente, o profissional indica que o mercado paulista pode trabalhar melhor a rentabilidade do negócio, aumentando suas tarifas. "Há espaço para um aumento das diárias em, no mínimo, 50% em breve. Em algumas regiões, caso da Berrini, os empreendimentos já aumentaram a tarifa em 30%", detalha. "Quem não fizer isso, vai deixar de ganhar dinheiro", completa.

Marino abordou também sobre alguns dos desafios dos hoteleiros independentes. “O fato é que eles não têm tempo de fazer tudo", comentou, destacando que esses empresários precisam enfrentar uma concorrência pesada sem ter as mesmas armas das grandes redes.

"Não existem inimigos entre redes hoteleiras e hotéis independentes, mas há hábitos de consumo e de gestão. Se não se adaptarem às novas formas da sociedade de agir, vão ficar no passado", concluiu.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News