Um  dos parques da capital mineira, destino considerado como de risco para o setor hoteleiro
(foto: Camila Oliveira)

Cidades-sede da Copa do Mundo 2014, que aconteceu entre junho e julho deste ano, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Manaus e Salvador permanecem entre os destinos com risco de sofrer com superoferta hoteleira para a próxima temporada. De acordo com dados do Placar da Hotelaria – que chega a sua última edição, fechando o ciclo de análises sobre o impacto do evento esportivo no mercado de hospedagem -, essas cidades apresentam cenários preocupantes com pouca geração de demanda e exagerada construção de leitos hoteleiros.

As realidades que necessitam de maior atenção, segundo informa o estudo, são os mercados das capitais mineira e amazonense. Nesses destinos tanto a hotelaria de classificação econômica quanto os empreendimentos midscale têm horizonte desalentador e classificado como crítico, com risco de comprometer a saúde financeira do setor pela exacerbação na construção de hotéis. Os dados sobre meios de hospedagem upscale não estavam disponíveis para o estudo, que foi elaborado por Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), HotelInvest e Senac São Paulo.

Evidenciando a gravidade da situação, o relatório ainda mostra as projeções específicas para 2015. Nessa análise, Belo Horizonte – que tem oferta atual de 7,2 mil quartos e 64% de ocupação – recebe mais 5,7 mil apartamentos para uma demanda adicional diária inferior a 700 UHs, fazendo com que a estimativa de ocupação média caia para 41% durante todo ano. Em Manaus o quadro se repete com média de ocupação caindo de 62% para 52%, com o município recebendo 922 novas habitações somando-se as mais de 3,9 mil ja existentes.


O placar das cidades-sede usa os símbolos do futebol para avaliar os destinos brasileiros
(imagem: Placar da Hotelaria)

Tais indicadores podem ser atrelados, principalmente a atrasos em obras que serviriam para abrigar hóspedes trazidos pelo mundial de futebol, mas não é só isso. Outros projetos, que não tinham tempo hábil para atender o cliente da Copa, também foram iniciados. O resultado disso vem nas inaugurações quase que semanais. Somente no primeiro semestre de 2014, 20 novos hotéis foram instalados na capital mineira. Até o final de 2015, outros 14 empreendimentos deverão ser inaugurados na cidade.
 
Brasília, Cuiabá e Salvador também apontam para situações consideradas ruins, com mercado hoteleiro apresentando níveis de ocupação muito baixos gerando decréscimo na cobrança de tarifas, além de queda nos lucros e perspectiva negativa de rentabilidade para investidores.

A capital matogrossense mostra quadro crítico para os hotéis midscale, com a ocupação podendo cair para 49% por conta dos 977 apartamentos prestes a serem abertos. A capital federal e a baiana são consideradas cenários ruins, com projeção de quedas de ocupação de 64% para 53% e 58% para 54%, respectivamente.

Serviço
www.fohb.com.br
www.hotelinvest.com.br