GRI Hotel Brasil - abertura

Lideranças da hotelaria e do mercado imobiliário brasileiros tiveram um encontro marcado hoje (24), no InterContinental São Paulo. Mais do que um encontro de relacionamento, o GRI Hotéis Brasil 2018 debateu questões estratégicas da indústria hoteleira. Potencial de investimentos no setor, modelos de negócio – como fracionado e condo-hotel – e o panorama dos segmentos midsacle e de resorts formaram a pauta de debates.

Estiveram presentes no encontro promovido pelo GRI Club nomes de peso da hotelaria. Ricardo Manarini, vice-presidente de Desenvolvimento da InterContinental Hotel Group (IHG); Marco Amaral, vice-presidente de Operações e Desenvolvimento da Minor International; Víctor Vázquez, vice-presidente Regional da Marriott International; e Paula Muniz, vice-presidente de Imobiliário e Desenvolvimento da Hyatt Hotels Corporation para Brasil e Cone Sul, estavam entre eles. 

O mesmo vale para o mercado imobiliário. Compareceram ao encontro promovido pelo GRI Club Daniel Cunha, diretor da área de Imobiliário do Credit Suisse Hedging-Griffo; Gilberto Martins, gerente do segment de Hotéis da CBRE; Ricardo Mader, director da JLL Hotels & Hospitality; e Piotr Maj, Head de Gestão de Projetos da Gremi Internacional S.a.r.l, entre outros.

GRI Hotéis Brasil: política

Na parte do encontro aberta à imprensa, Rafael Cortez, sócio da Tendências Consultoria Integrada, traçou um panorama político do país, em especial do pleito eleitoral. Na avaliação do executivo, o cenário traçado tem semelhanças com as eleições de 1989, a primeira dentro do processo de redemocratização brasileira.

“Lá como cá, temos muito candidatos, eleitores insatisfeitos e nomes ligados de alguma forma ao governo vigente em baixa”, explicou. “Neste cenário, está mais difícil para uma candidatura de centro-direita, como de Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB), decolar. Há ainda outro risco: Alckmin e Meirelles dividirem esse eleitorado e nenhum dos dois acabar indo para o segundo turno”, completou.

GRI Hotel Brasil - debate políticoCortez e Robinson Silva, do GRI Club

Na visão de Cortez, se houver união na esquerda, as chances desse candidato estar no segundo turno é bastante considerável. “Se houver fragmentação, contudo, pode ocorrer o fenômeno provável da centro-direita”, observou. “Ainda assim, um eventual apoio do PT ao Ciro Gomes (PDT) fortalece bastante o candidato”, acrescentou.

Independentemente de quem vencer, o futuro presidente tem um desafio bem claro à frente: governabilidade. “Para que pautas inadiáveis, como a da Previdência, sejam discutidas e aprovadas a contento, uma melhor cooperação entre Executivo e Legislativo se faz necessária”, argumentou. “Neste cenário, acho que um candidato do status quo teria mais condições de conseguir isso do que político fora desse círculo, casos de Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL)”, acrescenta.

 “O cenário não está fácil para investimentos. A IHG vê o mercado brasileiro com grande potencial, mas devemos esperar o clima político ficar mais estável para fazer investimentos”, ponderou Ricardo Manarini, do IHG. “Ainda assim, estamos sempre de olho em oportunidades. Mercados como Brasília, que não tem um hotel de luxo de rede internacional, Rio de Janeiro, para onde queremos retornar, e Recife estão no radar. No entanto, tudo precisa ser bem avaliado antes de dar qualquer passo”, finalizou.

(*) Crédito da capa: Mario Miranda Filho/GRI Club

(*) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News