Pirenópolis- setor hoteleiroApesar do alto número de empregos, o tempo de estadia dos turistas é baixo

A parceria entre o Censo Hoteleiro de Pirenópolis (GO) e a ABIH-GO (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Goiás) apontou que o setor hoteleiro do município é responsável pela contratação direta de 911 funcionários sob o regime CLT. Segundo dados do Ministério do Trabalho e do RAIS (Relação Anual das Informações Sociais) de 2017, que apresentavam 3,9 mil postos de trabalho registrados na cidade, o número indica que cerca de 23% estavam relacionados a hotelaria. 

Se considerarmos contratações indiretas, o número é ainda maior. Considerando que para cada emprego formal, três indiretos são gerados, o setor hoteleiro chega a 3,1 mil postos de trabalho. A quantidade é superior a totalidade do PEA (População Economicamente Ativa) em 2016: 3,1 mil moradores, o equivalente a 12,8% da população.

Para Vanessa Pires Morales, presidente da ABIH-GO, os números poderiam ser ainda melhores, já que apenas 27,5% das hospedagens da cidade possuem CNPJ. “Outros 66,5% não possuem o cadastro, o que totaliza 302 estabelecimentos. Além de gerar uma concorrência desleal, essa situação ainda gera graves problemas para a cidade, que deixa de arrecadar ISS (Imposto sobre Serviços) e deixa de estar cadastrado no Cadastur (Cadastro de pessoas físicas e jurídicas) que atuam no setor do turismo”, explica.

Apesar do alto número de empregos, o tempo de estadia dos turistas da cidade é insatisfatório. Em alta temporada, os visitantes costumam ficar em média 2,1 dias, aos finais de semana. Na baixa, os resultados são piores: 1,24 dia. “Pirenópolis tem que apostar em eventos culturais que atraiam os turistas durante toda a semana. Em uma segunda-feira, por exemplo, todos os museus estavam fechados, restavam apenas as cachoeiras e a Rua do Lazer, o que é pouco para uma cidade turística”, diz a presidente.

Pirenópolis: infraestrutura

O Censo Hoteleiro realizou o levantamento entre 2017 e 219 com 454 empreendimentos – abrangendo meios de hospedagem com identificação e propriedades pesquisadas por meio de canais de vendas. O estudo quantificou e qualificou as hospedarias atualizando o cenário de potencialidades de mercado de Pirenópolis. 

Entre os aspectos analisados, também se destaca as acomodações utilizadas pelos visitantes da cidade, que também apresentaram deficiências. Das 454 unidades de hospedagem estudadas pelo censo hoteleiro, 145 não possuíam banheiros, o que representa mais de 30% das acomodações da cidade. Vanessa acredita que esse número é alto devido a quantidade de hostels e pousadas na cidade que possuem apenas banheiros compartilhados.

A sustentabilidade também foi um dos pontos pesquisados. Do total avaliado, apenas 24 admitiram não fazer nenhum tipo de ação sustentável. Já 98 empreendimentos, afirmaram fazer apenas economia de energia. Também tiveram destaques aqueles com aquecimento solar, com 59 unidades. “Grande parte das ações giraram em torno de campanhas feitas com os próprios hóspedes, como conscientização sobre a importância de desligar as lâmpadas e equipamentos eletrônicos. Porém, há nessa categoria [economizar energia], situações mais complexas, como uso de energia solar”, explica Vanessa.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Prefeitura de Pirenópolis