chuvas impacto ocupação abc paulistaIbis no Centro de Santo André recebeu 30 hóspedes fugindo das enchentes

Devido às fortes chuvas da tarde de domingo (10) e madrugada de hoje (11), o setor de viagens teve uma noite atípica. O temporal causou 601 pontos de alagamento na capital e Grande São Paulo. Zona Sul e o ABC Paulista foram as regiões mais afetadas, registrando 12 mortes. Voos também foram cancelados. Impedidos de sair das cidades de origem ou por não conseguirem chegar ao destino final, hóspedes realizaram cancelamentos e reservas de última hora. 

No total, a Grande São Paulo teve 57,8 mm de chuva de 19h de ontem a 7h de hoje. O resultado equivale a 32,6% do esperado para todo mês de março, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências). A chuva pegou de jeito seis cidades do Grande ABC, assim como os bairros do Ipiranga e Vila Prudente.

Trem da CPTM da linha 10 Turquesa, que passa pelas cidades do ABC – com exceção de São Bernardo do Campo e Diadema – está interditado por pane elétrica desde a madrugada. Em Santo André, as principais saídas da cidade ficaram intransitáveis. O cenário impactou diretamente a hotelaria local. No Ibis Santo André, no Centro, 30 reservas de última hora foram realizadas.

“É completamente atípico pelo período. Não é sempre que temos tantos quartos vendidos às 2h da manhã de uma segunda-feira. As pessoas chegavam porque simplesmente não tinham como sair dali. A chuva também causou alguns cancelamentos, no fim do dia no domingo. Depois de 19h30, nenhum hóspede que chegaria por Congonhas fez check-in”, afirma Ymara Cannizza, gerente geral da unidade. 

Impacto chuva - estação Santo AndréEstação Utinga, em Santo André (SP), na madrugada de segunda

Segundo a Latam Airlines, na noite de domingo 51 voos da companhia em direção ao Aeroporto de Congonhas foram afetados. Trinta e três decolagens foram canceladas e 18 pousos desviados para outros aeroportos, como Viracopos, em Campinas, ou Galeão, no Rio de Janeiro. 

A unidade Mercure Santo André, também na região central da cidade, vendeu 10 quartos para os ilhados. Os colaboradores também sentiram os impactos das enchentes. “Ontem, pelo menos uns seis colaboradores pernoitaram no hotel porque não tinham como voltar para casa, sem trem ou ônibus operando. Hoje de manhã, o problema foi que muitos não conseguiram chegar”, informa Evandro de Andrade, coordenador de Recepção do hotel. 

Nas demais regiões da capital, os efeitos das chuvas não foram críticos. O departamento de reservas do Nobile Suítes Congonhas, no Campo Belo, informou que o movimento não foi atípico na noite de domingo. O Grand Hyatt São Paulo, no Itam Bibi, também não sentiu os transtornos das enchentes, segundo sua equipe. 

Daniela Silva, gerente geral do Ibis São Paulo Congonhas, afirma que “fora alguns tripulantes de voos que não chegaram, as chuvas não afetaram em termos de ocupação”. Ela relata, contudo, que muitos colaboradores, principalmente que vinham da região do ABC, tiveram dificuldades para chegar ao trabalho. 

Chuvas: mortes

Por enquanto, 12 pessoas morreram devido à enchente de ontem. A maioria faleceu no ABC Paulista: quatro em Ribeirão Pires devido a deslizamentos, duas afogadas em São Caetano, outras duas em Santo André e uma em São Bernardo. 

Na capital, uma pessoa se afogou no bairro Ipiranga e, em Embu das Artes, uma criança morreu soterrada após deslizamento de terra.

(*) Crédito da capa e da foto: Divulgação/AccorHotels

(**) Crédito da foto: Divulgação/Via Trolebus