iata- coronavírusReceita do setor global para 2020 deve cair 44%

O setor aéreo global tem vivido momentos de tensão nas últimas semanas devido ao fechamento de fronteiras e suspensão de operações de companhias ao redor do mundo. Com este cenário, a Iata (International Air Transport Association) atualizou sua análise sobre o impacto do coronavírus, levando em conta a recessão esperada. Agora, a expectativa é de queda de US$ 252 bilhões – ou 44% – em relação aos números de 2019.

As projeções foram levantadas partindo do princípio que as restrições de viagens durem até três meses e logo inicie uma recuperação econômica gradual até o final do ano. A análise anterior da Iata, que estimou uma perda de receita de até US$ 113 bilhões, foi publicada em 5 de março de 2020, antes da introdução dos bloqueios em diversos países pelo mundo, reduzindo drasticamente o mercado internacional de viagens aéreas.

"O setor aéreo enfrenta sua pior crise. Dentro de algumas semanas nosso pior cenário anterior parecerá melhor do que nossas estimativas mais recentes. Porém, sem medidas imediatas de alívio do governo, nenhuma indústria resistirá. As companhias aéreas precisam de US$ 200 bilhões de apoio em liquidez apenas para superar esse período. Alguns governos já deram o primeiro passo, mas os outros precisam seguir o exemplo", disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata.

Iata: recuperação mais lenta

A análise mais recente prevê que, nesse cenário, restrições rigorosas às viagens sejam revogadas após três meses. A recuperação da demanda de viagens no final deste ano será fraca devido ao impacto da recessão global nos empregos e na confiança. A demanda anual de passageiros (passageiros-quilômetros pagos transportados, ou RPKs) diminuirá 38% em relação a 2019. A capacidade da indústria (assentos disponíveis por quilômetro, ou ASKs) nos mercados domésticos e internacional diminuirá 65% durante o segundo trimestre encerrado em 30 de junho em relação ao mesmo período do ano passado, mas ainda assim, esse cenário deve indicar recuperação e declínio de 10% no quarto trimestre.

(*) Crédito da foto: Free-Photos/Pixabay