Eventos no Rio de JaneiroFora o visual, o Rio tem farta oferta de espaços para eventos

"O Rio de Janeiro é a cidade mais bem preparada da América do Sul para receber eventos". A afirmação é de Michael Nagy, diretor do Rio CVB (Convention & Visitours Bureau), e espelha a forma de trabalhar da associação. Prestes a participar da edição 2018 do IMEX, uma das principais feiras do segmento MICE no mundo, que começa na outra semana em Frankfurt, na Alemanha, a organização tem previsões otimistas para este ano e atribui isso à estrutura que a cidade oferece. A expectativa positiva está embasada também nos números já alcançados e nas possibilidades que se abrem na interlocução com companhias internacionais.

De acordo com as contas do Rio CVB, nos quatro primeiros meses do ano, mais de 190 eventos foram captados. As quase duas centenas de encontros serão realizados ao longo dos próximos cinco anos. O montante dá boa contribuição para que a organização ultrapasse os números de 2017, quando 327 congressos foram conquistados para o município.

A outra ajuda deve vir no evento que acontece entre 15 e 17 de maio em Frankfurt. De acordo com Nagy, o IMEX é uma grande oportunidade, pois empresas de alcance mundial estarão lá. Para convencer essas corporações a escolherem a capital fluminense, a associação prepara um arsenal de informações – por vezes desconhecidas – sobre a estrutura da cidade. "Fazemos contatos valiosos, que podem gerar ocasiões importantes para a cidade", comenta.

Na dinâmica do encontro germânico, as conversas são previamente programadas. Na agenda estão corporações procurando destinos para realizar grandes congressos e cidades interessadas em recebê-los. Entretanto, além do compromissos definidos anteriormente, algumas negociações ocasionais podem acabar ocorrendo, conforme explica o dirigente.

São duas edições do IMEX por ano, uma na Europa e outra nos Estados Unidos. A participação do Rio CVB não é exatamente uma novidade. "Todo ano participamos das duas edições para falarmos com públicos diferentes", revela o executivo. Na busca por novos clientes, outras observações não estão descartadas. "É uma boa oportunidade também para entendermos tendências mundiais desse setor e aplicarmos por aqui", completa.

Captação de eventos é necessidade

O afã para garantir mais convenções vai além da questão da movimentação econômica. Nagy destaca que é preciso também preencher a grande estrutura que a cidade montou na última década. Copa do Mundo e Olimpíada impactaram significantemente a estrutura do destino e os novos espaços não podem ficar ociosos. "Precisamos acha vários pequenos Jogos Olímpicos para preencher esses espaços", comenta.

As convenções internacionais têm sido de vital importância nesse sentido. Nos últimos anos, a cidade subiu oito posições no ranking de destinos que mais recebem eventos estrangeiros. A movimentação financeira também cresce. Segundo o dirigente, ao longo de 2017, as convenções trazidas pelo convention injetaram US$ 200 milhões na economia da cidade. Segundo o executivo do CVB, essas cifras também têm relação direta com a retomada econômica do Brasil.

Questionado sobre os reflexos da situação de segurança pública que a cidade precisa lidar, Nagy afirma que o mercado brasileiro é o que mais esse problema. "Fora do país não se fala nisso, pois o Brasil todo tem problemas de segurança", pontua. "Pode ser que um ou outro segmento ou indústria tenha parado de nos demandar por isso. Ainda assim, não temos tido adiamentos e nem queda na procura, de maneira geral", finaliza. 

(*) Crédito da foto: CharlesMackaycm/Pixabay