inflaçãoInflação acelerou sob alta da energia elétrica

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do Brasil, subiu 0,19% em julho em relação ao mês anterior. Este é o resultado mais fraco para o mês desde 2014, quando foi registrada inflação de 0,01%. 

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), liberados nesta quinta-feira (8), mostram que a inflação acelerou sob o peso da energia elétrica. Mas ainda assim foi o resultado mais baixo para o mês em cinco anos e permanece em níveis confortáveis para o BC (Banco Central) continuar reduzindo os juros à frente.

“Há de se lembrar que o poder de compra das pessoas continua apertado e comprometido. O endividamento segue alto e a inserção no mercado de trabalho não estimula muito o consumo”, destacou Fernando Gonçalves, economista do IBGE. 

Nos 12 meses até julho, o IPCA passou a acumular alta de 3,22%, sobre 3,37% no mês anterior. Sendo o menor nível desde maio de 2018 e permanecendo bem abaixo da meta para este ano de 4,25%, com variação de 1,5 ponto percentual.

Inflação: indicadores

O destaque no mês foi o grupo Habitação, com impacto de 0,19 ponto percentual ao subir 1,20%, sobre variação positiva de 0,07% em junho. O peso maior foi da energia elétrica, com as contas de luz subindo 4,48%.

“Houve uma forte pressão da energia elétrica agora e isso já está virando um padrão, algo sazonal. Escolas em fevereiro e energia no meio do ano”, disse Gonçalves.

O grupo Alimentação e bebidas, com grande importante influência nos bolsos dos consumidores, teve variação positiva de 0,01% em julho. Depois de recuar 0,25% no mês anterior. Por outro lado, Vestuário (-0,52%), Saúde e cuidados pessoais (-0,20%) e Transportes (-0,17%) apresentaram deflação em julho.

O BC reduziu neste mês a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, à nova mínima histórica de 6% ao ano. Também  indicou que o processo de afrouxamento poderá seguir adiante em meio à fraqueza econômica, inflação bem comportada, melhora no ambiente externo e avanço da Reforma da Previdência.

(*) Crédito da capa: Tânia Rêgo/Agência Brasil

(**) Crédito da foto: Marcos Santos/USP Imagens