Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro, concorre à reeleição
Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro, concorre à reeleição

(foto: arquivo HN)

Com o fim dos Jogos Olímpicos de Londres, cuja cerimônia de encerramento aconteceu ontem (12), o Brasil volta seus olhos para a contagem regressiva para as Olimpíadas no Rio de Janeiro. Mas muito antes disso, e antes mesmo das igualmente festejadas Copa do Mundo de 2014 e Copa das Confederações, que acontece ano que vem, outra contagem regressiva faz-se mais urgente: a das eleições municipais de 2012.

Desde julho, aqui e ali os candidatos aparecem fazendo suas propagandas e promessas, e os debates televisivos já começaram. Os brasileiros vão às urnas no dia 7 de outubro para eleger os dirigentes que estarão à frente dos municípios do País, incluindo as cidades-sede da Copa, até 2016. Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro pelo PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) participou da cerimônia londrina já recebendo a bandeira olímpica em nome da capital fluminense, e concorre à reeleição.

A atenção aos candidatos e a consciência na hora do voto é dever cívico, embora a expressão pareça um clichê e uma demagogia. Para o setor do turismo e hotelaria, é uma questão quase mercadológica. O ministério que o representa, ainda pré-adolescente, teve sua imagem fortemente prejudicada por conta dos seguidos escândalos ocorridos em 2011. Gastão Vieira parece vir mantendo a casa em ordem no âmbito federal, mas a política municipal também envolve diretamente o setor.

A gestão das cidades-sede dos campeonatos de futebol e dos jogos olímpicos é só um dos exemplos do quão ligados política e turismo estão. A iniciativa privada – empresas do ramo, hoteleiros, etc – e também entidades como os conventions bureaux locais movimentam-se, mas não se pode deixar de reconhecer que a parceria com o poder público é essencial, assim como a conscientização deste sobre a importância do turismo.

Isso porque enxergar a necessidade de um setor turístico, hoteleiro e de eventos estruturado na iminência de grandes eventos internacionais é um tanto quanto óbvio. O grande desafio está em apontar a força contínua desta indústria, as vantagens que ela pode trazer, ir além da demagogia que se ouve comumente sobre a hospitalidade brasileira e nossas infindáveis belezas. É preciso união do setor, números concretos, projeções baseadas em estudos cuidadosos, planejamento econômico real – a prova dos noves da importância do turismo para o Brasil.

E este é apenas um dos desafios. É preciso ficar atento às propostas dos candidatos para o setor, que é, com frequência, relegado a segundo plano frente a outras áreas, como saúde e educação. Que, de maneira nenhuma, devem ser deixadas de lado por nenhum candidato. O problema não é priorizar um ou outro, mas simplesmente que muitos dos candidatos não fazem sequer menção ao turismo. É um setor forte financeiramente e não pode ser deixado ao Deus-dará.

Em algumas cidades, os conventions bureaux e as associações de classe promovem encontros com os candidatos exatamente com este propósito: ouvir suas propostas e se fazer ouvir. Mais do que criticar o governo, é preciso atenção para constituir o próximo. E fazer com que o princípio democrático deixe de ser uma demagogia. Escolher a melhor proposta, votar e cobrar.