Márcio Moraes
(foto: divulgação/QI Profissional)

Profissionais gestores de empresas ganharam um novo termo no mercado corporativo, o conhecido empreendedorismo, como se fosse uma competência comportamental simples de aprender ou, melhor, empreender.  Como se existisse um botão num dos lados do cérebro e no momento da promoção para gerente, esse profissional acionasse o disparo da mudança de comportamento atendendo o discurso padrão.   Por outro lado há, também, o discurso de que empreendedorismo é comportamento padrão de empresários. 

As duas situações estão equivocadas, assim como há profissionais “empregados” tão ou mais empreendedores que muitos empresários famosos, há outros muito bem sucedidos com outras competências. Os empreendedores se destacam, naturalmente, pela necessidade implacável de realizar e inovar e apresentam como principais características a ambição e o dinamismo.  Esse perfil se destaca, também, pela determinação, orientação para resultados, força de vontade, flexibilidade e adaptabilidade, além de agir de forma independente e correr riscos se necessário.

É muito comum encontrarmos empreendedores frustrados e com dificuldade de materialização dos planos, pois dependendo da empresa, poderá encontrar grandes desafios e, o principal deles, é ser compreendido na essência de seu comportamento, como a independência e a objetividade, muitas vezes confundidas com autoritarismo. 

Neste caso, uma das soluções é ter alguém na equipe com autoridade e capacidade para converter os projetos em algo palpável aos demais membros. Esse caminho é traçado, geralmente, por outro talento comportamental, o comunicador, responsável por fazer a ponte em situações de crise. 

Além de saber escutar os diferentes pontos de vista e compreender as motivações, o perfil do comunicador apresenta ótima capacidade de persuasão, utilizando o dialogo como principal ferramenta para resolver problemas. São fortes no relacionamento social e contribuem para criar um ambiente agradável, inspirando confiança nas outras pessoas, assim como apresentam facilidade para lidar com a diversidade de informações e resultados em prazos curtos, atuando de forma bastante responsiva. 

Enquanto o empreendedor prefere trabalhar de forma independente, o comunicador atua forte na sociabilidade. Se um prefere criar ou outro gosta de conquistar as pessoas ao seu redor, persuadi-las diante de projetos e novas ações.  

Na maioria dos casos, o problema ainda é o fato de muitas empresas quererem que o empreendedor exerça, também, a função destinada ao comunicador, mesmo não tendo perfil. Além disso, muitos profissionais com talento de comunicador são incentivados a investirem na área de vendas, quando, na verdade, seu grande destaque é o relacionamento. Desta forma, não se torna uma tarefa fácil encontrar a dupla empreendedor/ comunicador na mesma equipe em posições de complementação. 

* Márcio Moraes é gerente de Planejamento de Carreira da QI Profissional.
 
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