Vista_mercurebRegião da Tancredo Neves, zona de expansão hoteleira em Salvador
(fotos: divulgação e Cristiano Macchi)

Não é de hoje que Salvador vem figurando como um destino de turismo de eventos, em detrimento do turismo de lazer, que prossegue em queda. É fato hoje comprovado pelo trade soteropolitano que são os eventos corporativos os protagonistas da receita do turismo na capital, quando os resultados anuais são colocados na ponta do lápis. Pesquisas e sondagens diversas realizadas por entidades associativas vivem batendo nessa tecla. Um desses exemplos foi o estudo feito ano passado pela CET-BA (Câmara Empresarial de Turismo da Bahia) que gerou polêmica ao divulgar a queda progressiva das vendas do destino Salvador em quatro grandes operadoras de lazer nacionais nos últimos três anos.

Mas, se por um lado a capital baiana cai no faturamento das operadoras de lazer, por outro cresce no ranking da ICCA (International Congress and Convention Association), a despeito das críticas recorrentes ao estado de conservação do Centro de Convenções da Bahia – principal sede dos eventos internacionais que aportam na cidade.

E como vai a hotelaria dentro desse contexto? Se  contabilizarmos o número de novos hotéis e projetos anunciados nos últimos três anos, sobretudo nos centros financeiros da cidade, chegaremos à conclusão de que o segmento vai indo muito bem, obrigado. Sem falar da onda de retrofits nos antigos players que tiveram de sair da inércia para sobreviver no mercado

Entretanto, há quem se aflija com essas aberturas em série com foco no turismo de negócios. O SHRBS-BA (Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares da Bahia), por exemplo, enviou recentemente carta aberta ao trade chamando atenção ao fato de que há cinco anos a região do centro empresarial da Tancredo Neves tinha 150 UHs e hoje o número já ultrapassa 2 mil apartamentos numa guerra tarifária infinita.

Numa análise técnica, divulgada pelo Observatório do Turismo da Setur-BA, o RevPar (Revenue per Avaiable Room) da hotelaria baiana em agosto de 2012 teve o segundo maior crescimento entre os 12 meses daquele ano em relação ao mesmo período de 2011 (8,45%). Agosto é mês tradicional de chuva e de eventos nas terras soteropolitanas.

Em resumo, o bom momento econômico – notadamente a expansão imobiliária que Salvador vive –  e o crescimento do turismo de eventos justificam os novos projetos assinados por Accor, Intercity, Hotelaria Brasil, Sotero, entre outros. E o melhor: aquela conversa de que o boom hoteleiro era necessário para suprir demanda da Copa do Mundo já virou coisa do passado…

Somente a Accor prevê, para os próximos anos, a instalação de nada menos que seis novos projetos de diferentes bandeiras. Na região da Tancredo Neves — onde visitamos o Mercure Salvador Boulevard, inaugurado no segundo semestre de 2012— será erguido também um Adagio, bandeira de aparthoteis mais conhecida na Europa. Também nas proximidades a rede administra o antigo Caesar Business, após aquisição dos equipamentos do grupo Posadas na América do Sul no ano passado.

* Por Délia Coutinho

 

fachada2_mercurebFachada do Mercure Boulevard chama atenção
na Avenida Tancredo Neves, em Salvador

Conhecemos um desses novos atores da hotelaria baiana, o Mercure Boulevard, o segundo da bandeira midscale Mercure de Salvador e ainda operando em soft open. O hotel dista somente 3km do Shopping Salvador, um dos principais centros de compras da cidade e está há 18km do aeroporto. Trata-se de um equipamento misto, parte de um complexo com duas torres, uma azul e uma vermelha.  O Mercure está no prédio vermelho de 29 andares com 272 UHs no pool hoteleiro. A epoca do soft openning o hotel contava com cerca de 50 funcionários, muitos deles oriundos do Mercure do bairro do Rio Vermelho.

Lobby01_mercurebArquitetura permite entrada de luz natural no lobby que ganha amplitude com pé direito alto. Notem os coqueiros que também têm lugar nas UHs em forma de fotografia

Lobby02_mercurebFitas do Senhor do Bonfim para os hóspedes no balcão do check-in

Por ser um empreendimento misto, o Mercure Boulevard oferece espaços aos hóspedes que são mais comuns nos grandes condomínios modernos, como brinquedoteca, espaço gourmet e até uma mini sala de cinema com 12 lugares.  Estes dois últimos são espaços que podem ser reservados pelos hóspedes. Ademais, o hotel oferece duas piscinas próximas, uma delas semi olímpica; spa terceirizado e uma academia muito bem equipada.

piscina01_mercurebPiscina é diferencial para quem pratica natação mesmo quando viaja a trabalho

Sala cinema mercurebSala para projeção de filmes com 12 lugares

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 vista2_mercurebVista do andar de unidades Privilege em 180 graus

Ao chegar ao andar dos quartos, notamos que as UHs não têm cartão magnético como chave, mas sim chaves de abertura tradicionais. A explicação: o projeto inicial do empreendimento, a cargo da construtora Odebrecht, não previa o pool hoteleiro, apenas flats residenciais. Por isso também nos surpreendemos ao encontrar uma pia de lavar roupa na UH. Também observamos que em alguns andares há tanto unidades hoteleiras como residenciais.

Ficamos hospedados num dos quartos do andar Privilege, que tem alguns itens de conforto extra, como roupões. O quarto é bem espaçoso, incluindo a varanda – com certeza uma herança do projeto arquitetônico para flat. Como não poderia faltar, estão lá bancada de trabalho, aparelho LCD 32 polegadas e acesso wifi. Entre as categorias há quartos para PNE (Portadores de Necessidades Especiais) e para fumantes.

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Já o restaurante do Mercure Boulevard foi terceirizado para um operador que também tem um restaurante no aeroporto local, o Paraguaçu. Uma peculiaridade é que nessa unidade as diárias podem ser adquiridas com ou sem o café da manhã.

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No que concerne ao A&B, o hotel conta com um room service que também pode ser oferecido fora da UH. No caso, desfrutamos de um lanche na área externa. O cardápio do Paraguaçu é aquele clássico de culinária internacional à la carte com alguns itens da culinária típica.

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Talvez por ter sido projetado inicialmente para ser um flat, o hotel não dispõe de uma área de convenções robusta. Há uma sala não-modulável com capacidade para até 60 pessoas e uma sala para reuniões menores com até oito participantes.

Hotel temático no Carnaval

piscina03_mercurebFesta na piscina durante o Carnaval

Comprovando que inovação é arma para enfrentar a concorrência, a unidade – à época ainda com poucos meses de inaugurada – investiu numa parceria inédita num período tradicional de alta. Uniu-se à produção da cantora Claudia Leitte, um dos grandes nomes do Carnaval baiano, e virou o Hotel Claudia Leitte durante a folia de Momo, festa que na Bahia dura seis dias. A estrutura ganhou layout temático e a área da piscina recebeu show da Claudia Leitte, entre outras atividades especiais. Desse modo, os pacotes foram adquiridos, sobretudo, pelos fãs da cantora. A rede ainda não revelou se a parceria será mantida ano que vem.

Serviço
Mercure Salvador Boulevard
Rua Ewerton Visco, 160 – Caminho das
Árvores
Salvador – BA
www.mercure.com

* A reportagem do Hôtelier News hospedou-se no Mercure Boulevard a convite do hotel