Móris Litvak
(foto: arquivo pessoal)

Mas até que ponto vale a pena insistir nelas hoje em dia? Temos visto aparecer equipamentos e principalmente softwares para equipamentos móveis destinados a facilitar a vida (em princípio) do hóspede e do hoteleiro, para que o primeiro faça o check-in sem perda de tempo, facilitando também a vida do segundo.  E também vários outros tipos de softwares em nuvem, especialmente o que me interessa, o PMS.

Voltando aos primeiros, esses softwares permitem também que o hotel disponibilize seu cardápio de room service, permite que o hóspede acompanhe sua conta em tempo real, etc.  Tudo isso é bastante valioso para os clientes do hotel que têm à mão seu dispositivo móvel, habilidade em usá-lo e, PRINCIPALMENTE, uma internet de boa qualidade para que todas essas funções operem adequadamente, ou seja, rapidamente.

E eis aqui o calcanhar de Aquiles dessas tecnologias.  A velocidade da internet – além da necessidade de integração com o PMS do hotel.  Fiquemos apenas com a questão da velocidade da internet.  Falaremos mais ao final sobre a integração com os PMS’s.

Quando o usuário tem todas as pré-condições acima citadas e vai se utilizar de um sistema como mencionamos, e começa a demorar para executar a função desejada, a primeira coisa que lhe vem à cabeça é que o tal sistema não funciona.  Pense você mesmo como você reage nessas situações.  É difícil o usuário pensar primeiro na conexão de internet, se pode ser ela a culpada pelo problema.  E, mesmo assim ele dirá: “não me interessa, se me disponibilizam um sistema, ele tem que funcionar e pronto!!”.

Mas, …. Calma.  Então é para desistir de usar esses sistemas?  É claro que não.  Temos que ter bom senso de adotá-los em hotéis onde a internet seja de boa qualidade e paciência de aguardar que em outros tantos locais as conexões melhorem, o que vai acabar acontecendo com o decorrer do tempo.  O erro é oferece-los onde a chance de ter problemas é grande, dar a cara a bater e desgastar sua imagem (tanto do sistema quanto, principalmente, do seu hotel).

Quem lê meus posts sabe que defendo a simplicidade como forma de popularizar o uso da tecnologia.  Somos um enorme país, com enormes diferenças culturais (e das diferenças de qualidade da internet, melhor nem falar…) e não dá para esquecer disso.  

Os sistemas que minha empresa desenvolve sempre levam estes aspectos em consideração. 

E temos que falar também da questão da integração com os vários PMS’s. Esses sistemas que falei acima não fazem sentido se não estiverem integrados com os softwares de gestão dos hotéis.  E o “buraco é mais embaixo”, porque, afinal, como é que alguém vai fazer um check-in avançado sem que o sistema esteja integrado ao PMS?  E vocês imaginam a quantidade de pequenos hotéis que nem sequer têm PMS? 

E os que são enganados com ofertas de PMS baratinho (outros nem tanto) na nuvem? Enganados porque para funcionar bem voltamos ao assunto da internet que TERIA que funcionar bem o tempo todo.  

Imagine um domingo, final de tarde, numa pousada na praia, todos os hóspedes fazendo check-out ao mesmo tempo e a internet lenta…  Um PMS na nuvem vai levar à loucura o pessoal da recepção.  E os hóspedes mais ainda, com crianças impacientes, o trânsito aumentado lá fora, e….  Bem, o resto todo mundo sabe.

Mas não estou aconselhando ninguém a desanimar.  Quando comecei a vender software para hotelaria, a vida era mil vezes mais difícil, pois os problemas culturais e de internet aqui citados eram muito maiores, e eu não desisti.   Muita coisa vai migrar para dispositivos móveis, os tablets e celulares, muito mais práticos do que os notebooks.  Quem se adiantar e oferecer as soluções que funcionem neste ambiente aqui descrito vai sair na frente e ganhar mercado. 

Assim como esses aplicativos que citamos no início, os sites de hotéis deverão ser refeitos para que também possam ser adequadamente acessados por dispositivos móveis.  E os sistemas de reservas online já devem dispor de aplicativos para serem acessados quando estes sites forem consultados por celulares ou tablets.

Aliás, falando em site, tudo o que parecia estar certinho com aquele novo site que você fez há apenas um ano vai ter que mudar de novo, a internet é apenas uma criança de 20 anos, nada está definido. O importante é você se conscientizar que um aparelhinho no bolso do hóspede que permite a ele acessar seu site, fazer a reserva e também o check-in é tão prático que vai tomar o lugar do notebook tradicional. 

Portanto, dê a devida importância que a tecnologia merece.  E não é tão caro como você imagina.

Mas, ainda assim, não esqueçam da simplicidade.  Porque complicar é fácil.

* Formado em engenharia pela USP, Móris Litvak trabalhou na indústria de computadores quando esta surgiu no Brasil e, mais tarde, em assistência técnica. Fundou a WebBusiness em 1996, que iniciou fazendo sites, tendo concentrado-se em sites para hotéis e logo focado em reservas online. Em 2013, a WebBusiness foi vendida a um grupo europeu e atualmente ele comada a easyHotel, voltada ao fornecimento de tecnologia para pequenos meios de hospedagem.

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