mtur- centrosDelegação brasileira faz visita técnica em Centros de Interpretação portugueses

Representantes do MTur (Ministério do Turismo) estiveram em Portugal para conhecer de perto os Centros de Interpretação Turística portugueses e estudar estratégias de implementação do modelo no Brasil. A missão oficial aconteceu entre os dias 17 e 25 de novembro em várias regiões do país europeu. Cada sítio reconhecido como Patrimônio Mundial em Portugal possui um espaço de acolhimento e recepção de turistas e visitantes, que conta a história do local e traduz os valores ali preservados: os Centros de Interpretação Turística. O Brasil pretende implantar esse modelo nos 15 sítios culturais reconhecidos pela Unesco.

A delegação brasileira contou com representantes do MTur, do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), da CMN (Confederação Nacional dos Municípios) e da OCB (Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial). A missão passou pelo centro histórico do Porto, cidade costeira conhecida mundialmente pela produção de vinho; visitou os sítios de arte rupestre do Vale do Côa e Siega Verde, onde há gravuras do período paleolítico com cerca de 20 mil anos; conheceu a região vinhateira do Alto Douro, paisagem cultural rodeada de montanhas de mais de 26 mil hectares; percorreu a charmosa Guimarães, considerada a cidade-berço da nação portuguesa; e terminou a visita técnica na capital Lisboa.

A diretora do departamento de Ordenamento do Turismo do MTur, Silvana Nascimento, representou a pasta na viagem ao país europeu e afirmou que o Brasil pode aprender muito com o modelo de gestão turística e patrimonial de Portugal. “Portugal é referência no campo da proteção e promoção do patrimônio cultural. Para aprimorar a gestão turística do Brasil é fundamental conhecer melhores práticas utilizadas por outros países. As visitas foram muito proveitosas e vão auxiliar na formulação dos planos de gestão dos bens culturais brasileiros reconhecidos como Patrimônios Mundiais pela Unesco”, explicou.

Cada Centro de Interpretação Turística visitado guarda um aspecto diferente, dialogando com o sítio em que está inserido. O Espaço Patrimônio a Norte, no Mosteiro da Serra do Pilar, guarda uma das melhores vistas para o Rio Douro e os centros históricos de Porto e Vila Nova de Gaia. Em Torre de Moncorvo, o espaço fica imerso no casario do singelo povoado. O Centro de Interpretação Turística do Mosteiro de São João de Tarouca, na Casa da Tulha, antigo celeiro monástico do século XVIII, conta com premiado projeto museográfico. O Lisboa Story Centre proporciona uma experiência sensorial e interativa sobre momentos históricos da cidade.

A proposta é desenvolver, em parceria com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), estratégias de financiamento de tais estruturas no Brasil. Os centros históricos de São Luís e Salvador deverão ser os dois primeiros sítios a desenvolver os projetos para os seus Centros de Interpretação Turística. Serão os projetos-pilotos a serem desenvolvidos ainda em 2020.

“Trazemos dessa missão um grande repertório de possibilidades que podem se adequar a cada caso específico dos sítios brasileiros, que em toda a sua diversidade. Os gestores estiveram em contato com experiências concretas e materiais do que significa, de fato, interpretar o Patrimônio Cultural”, conta Marcelo Brito, diretor de Cooperação e Fomento do Iphan.

MTur: centros de Interpretação Turística

Os Centros de Interpretação Turística oferecem atendimento a turistas e visitantes, com informações sobre o sítio histórico, atrativos locais, programação cultural, além da oferta de produtos característicos da região onde está localizado. Ali se pode encontrar exposições permanentes e outros serviços como oficinas, palestras e atividades informativas para o público.

Esses espaços levam os visitantes a uma viagem que incentiva a exploração do sítio, a compreender a sua história, a reconhecer os seus valores culturais e a tomar conhecimento dos seus atrativos. O turista pode descobrir e aprender em seu próprio ritmo, ao ter acesso a informações que podem o auxiliá-lo a vivenciar o local, em uma experiência ao mesmo tempo enriquecedora e prazerosa.

(*) Crédito da foto: Divulgação/MTur