mtur- angfra dos reisTécnicos do Mtur durante visita a Angra dos Reis

Angra dos Reis (RJ) recebeu ontem (6) uma visita de técnicos de turismo do Mtur (Ministério do Turismo). O objetivo da viagem era detectar pontos de entrave do desenvolvimento turístico da região, que está na mira do presidente Jair Bolsonaro, que alegou desejar transformar o local em um dos maiores polos turísticos do país.

A pasta pretende investir em ações nos próximos anos para aprimorar a oferta no destino carioca, gerando renda e empregos para a comunidade local. Entre os projetos está a reativação do trem turístico da Mata Atlântica, entre Rio Claro e Angra. Parado há 20 anos, o empreendimento pode ficar pronto em seis meses caso a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) dê o aval. A antiga FCA já assinou documento se comprometendo a investir mais de R$ 40 milhões no trecho.

O Mtur também pretende realizar ações turísticas em comunidades indígenas e quilombolas. Segundo Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo, afirmou que a visita deve contribuir para os projetos do presidente. “Estamos empenhados em fortalecer a região por meio do turismo e seu potencial para gerar emprego e renda à população, sempre aliado à preservação do meio ambiente. Queremos um projeto que ative, de fato, o potencial que Angra dos Reis possui para se tornar um dos principais destinos para os turistas de viagens nacionais e internacionais”, reiterou o ministro, que determinou a realização da missão técnica do MTur.

Mtur: a visita

Mário Sérgio da Glória Reis, secretário de Meio Ambiente de Angra dos Reis, destacou a importância de potencializar o turismo na região.“O que temos hoje em Angra são parques de papel e o que queremos é transformar em unidades sustentáveis”, comentou o biólogo, pós-graduado em planejamento ambiental e direito ambiental.

Segundo a Pesquisa de Demanda Turística Internacional no Brasil, realizada pelo Mtur, o destino está entre os cinco que mais recebem turistas estrangeiros para lazer. O local só ficou atrás do Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC) e Foz do Iguaçu (PR). O estudo também trouxe que nove em cada 10 turistas, quando visitaram o município, tinham como motivo de viagem o lazer, permaneceram em média cinco dias e gastaram cerca de US$ 66.

Dona de grandes belezas naturais, Angra dos Reis conta com 365 ilhas e praias que podem ser percorridas por meio de passeios de lancha, escuna ou taxi-boat. Da cidade, os turistas podem partir de barco para Ilha Grande, a maior ilha da baía, onde não há circulação de carros. Lá, os viajantes podem escolher uma das 113 praias de variados tamanhos e características, com águas abrigadas ou em mar aberto. Além disso, trilhas, mergulho, snorkel, mountain bike, surf, caiaque, stand up e acampamentos são atividades que estão à livre escolha dos turistas.

A região ainda contempla uma grande diversidade de vida marinha, como peixes de inúmeras espécies, moluscos, crustáceos, tartarugas e moréias. Fora do mar, os turistas podem conferir o Centro Histórico da cidade, que compreende o casario colonial, conventos e igrejas, além de restaurantes do bairro da Vila do Frade.

Turismo sustentável

Um dos segmentos prioritários pelo Mtur, a prática de um turismo responsável, além de envolver a sustentabilidade, considera e valoriza também a ética, a inclusão e o compromisso com os benefícios sociais que a atividade pode gerar. Um exemplo é o Mapa do Turismo Sustentável, ferramenta do MTur disponível em três idiomas, que serve como fonte de consulta para turistas nacionais e internacionais que buscam por esse tipo de experiência de viagem.

Além disso, está prevista no Plano Nacional do Turismo 2018-2022 a execução da Política Nacional de Gestão Turística dos Patrimônios Mundiais, uma das entregas dos 100 primeiros dias de governo. A iniciativa representa um marco na valorização e preservação dos patrimônios naturais e culturais do país. A Pasta também busca e incentiva o uso consciente e sustentável das áreas de preservação ambiental para atividades turísticas, inclusive promovendo a disseminação de boas práticas e o manejo adequado dos recursos naturais, alinhados com a inclusão social e a geração de emprego e renda nessas áreas.

(*) Crédito da foto: Darse Junior/Mtur