Os esforços do Airbnb para cooperação e negociação fiscal estão avançados na região do Caribe. Mais de dez acordos de colaboração e recolhimento de impostos foram firmados com governos locais em destinos como Ilhas Virgens Americanas, Porto Rico e, mais recentemente, Cancun e Tulum, no México.

O ponto comum dessas alianças é que os países que optaram por essa maneira de solucionar a questão têm boa parte de sua economia alicerçada na atividade turística. Ao que parece, eles entendem que essa é uma forma de diversificar os mecanimos de trabalho do setor.

Segundo dados do Airbnb, nos últimos 12 meses, o ganho dos anfitriões associados à plataforma superou os US$ 266 milhões no Caribe e na Península de Iucatã, mais que o dobro do período anterior. Em outra visão, esses números significam que esses destinos receberam quase 2 milhões de turistas entre agosto de 2016 e julho de 2017, um crescimento de 170% com relação aos 12 meses anteriores.

"Ao apoiar o compartilhamento de lares, e permitir que o Airbnb ajude seus usuários a cumprir suas obrigações fiscais locais, esses governos estabeleceram sólidos exemplos aos demais países latino-americanos empenhados com o desenvolvimento do turismo. Um excelente exemplo vem do Chile, o primeiro país da América do Sul a se associar ao Airbnb. A iniciativa ocorreu por meio da Comissão Nacional de Produtividade, com o intuito de auxiliar em pesquisas de tendência de viagem", comentou a representação do Airbnb alegando que sua intenção é aumentar os esforços para colaborar com os governos locais.

Dez memorandos de entendimento foram firmados pelo companhia em países do Caribe nos últimos nove meses, incluindo acordos com os governos de Anguilla, Antígua e Barbuda, Aruba, Bahamas, Bermudas, Curaçao, Granada, Jamaica, Porto Rico e com a própria CTO (Organização de Turismo do Caribe, em inglês).

"Esses acordos fortalecem o setor de turismo da região e estamos orgulhosos por simplificar o processo de recolhimento de impostos sobre hospedagem", afirma Jordi Torres, diretor regional do Airbnb na América Latina, sem entrar em detalhes. "Estamos ansiosos para firmar novos acordos com governos de demais destinos na região", acrescentou.

Questões no Brasil
Sobre o Brasil e a possibilidade de concretizar algum acordo parecido, Leila Suwwan, gerente de Comunicação para a América Latina, comenta que algo do gênero pode estar perto. "Queremos chegar a acordos semelhantes no Brasil, onde já estamos em diálogo com autoridades em nível federal e municipais. Acreditamos que o Airbnb pode ser um aliado na promoção turística brasileira, assim como já está acontecendo no Caribe e no México".

No entanto, em algumas cidades brasileiras, qualquer acordo parece que ainda leva tempo para acontecer. Ontem (31), em Fortaleza, uma indicação legislativa da Câmara Municipal da cidade colocou em posições antagônicas alguns representantes da hotelaria nacional e o Airbnb.

* Foto de capa: Pixabay/tpsdave