Cenário dos próximos Jogos Olímpicos: Rio de Janeiro
Cenário dos próximos Jogos Olímpicos: Rio de Janeiro

(foto: pt.wikipedia.com)

Na última sexta-feira (27), o mundo parou por algumas horas para ver a abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. Além da competição em si, esta data guarda um signifcado especial para os brasileiros – a contagem regressiva para que atletas do mundo todo estejam desembarcando no Rio de Janeiro começou. E, mesmo antes disso, passaremos por duas provas de fogo: a Copa das Confederações, que já acontece no ano que vem, e a Copa do Mundo, em 2014.

Desde a notícia de que o Brasil sediaria estas duas competições, fala-se muito delas. Os setores econômicos mobilizam-se por conta destes campeonatos, o turismo está em polvorosa, a hotelaria mantém-se atenta a seu equilíbrio e o governo aproveita o esporte como justificativa (ou desculpa) para iniciativas de capacitação, obras necessárias e outras, nem tanto.

Ainda em 2011, estimava-se que, nos próximos anos, Londres seria a cidade que mais receberia turistas, somando 20,1 milhões de visitantes, muitos deles motivados pelas Olimpíadas. Tal qual na recente negociação durante a Rio + 20, a hotelaria britânica organizou-se com períodos de bloqueio para a venda de hospedagem para o período dos jogos. Vendo que a demanda foi menor do que a prevista, foi necessária uma mudança de estratégia.

Diferentemente do que foi feito no Rio de Janeiro, no entanto, os ingleses foram mais pontuais em suas ações. Em vez de insistir em tarifas altas, como era esperado nos meses que antecederam os jogos, os hoteleiros com propriedades em Londres e seu entorno voltaram atrás, reduziram seus preços para garantir, principalmente, a movimentação dos turistas que visitariam o destino por um período mais curto.

Os acontecimentos recentes no Brasil já serviram como um alerta da (remanescente) imaturidade do mercado. O qui pro quo em torno da Rio + 20 foi um exemplo disso. Meses depois, o Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) anunciou a criação de uma ferramenta para monitorar as tarifas hoteleiras no mercado nacional – uma iniciativa que mostra uma movimentação do setor em direção ao aprimoramento e à melhoria do serviço hoteleiro prestado para os clientes locais e estrangeiros.

Outro sinal positivo foi a recente divulgação da Jones Lang LaSalle, apontando São Paulo e o Rio de Janeiro – eixos importantes dentro da hotelaria brasileira – como mercados que já são transparentes, segundo uma série de critérios estabelecidos pela consultoria.

Como a competição ainda está em seus primeiros dias, o levantamento sobre o movimento de turistas nos hotéis não mostra o balanço final do evento. É necessário que, mais do que nunca, a hotelaria deixe seu umbigo um pouco de lado para prestar atenção no que acontece do outro lado do Oceano Atlântico. A experiência hoteleira londrina, tal qual foi também a sul-africana, deixa pistas sobre as possíveis estratégias a serem adotadas quando as competições forem em solo brasileiro.

Há, ainda, um caminho a ser trilhado – mas a caminhada já parece ter começado.