mapa_portoProjeção do trajeto percorrido de São Paulo a Recife

Após viajar mais de 2600 quilômetros até o Recife, muitos paulistas correm o risco de se deparar com um problema que procuram manter distância, principalmente quando estão de folga: o trânsito. Isso porque nos horários de pico é intenso o tráfego de veículos na BR-101, rodovia que faz a ligação entre a capital pernambucana e o litoral sul do Estado – onde fica situado Ipojuca, município que abriga o distrito de Porto de Galinhas. Em tempo, dos 700 mil turistas que visitam o destino anualmente, 43% são de São Paulo.

Um dos motivos para esse congestionamento é a movimentação crescente no Porto de Suape, localizado entre Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife. O local está sendo ampliado, e muitos funcionários que moram nos arredores percorrem o trajeto citado para chegar ao trabalho. O mesmo acontece para quem vive do turismo em Porto de Galinhas, atualmente o quinto destino mais visitado no País.

Por conta do desenvolvimento, o lugar está perdendo seus ares de vilarejo. Vários empreendimentos investem para ampliar as acomodações, a exemplo do Enotel Resort & Spa e do Porto de Galinhas Praia Hotel. Além disso, é comum ver placas anunciando o plantão de vendas de novos condomínios em construção, bem como montes de areia e tijolos espalhados pelas ruas – que ainda carecem de conservação. O acesso à maior parte das pousadas, localizadas na parte norte do distrito, a 10 quilômetros do centro, são feitas por estradas de terra acidentadas. A esperança é que as obras de drenagem – paralisadas desde de março – voltem a ser realizadas em setembro, passado o período das chuvas.

enotel_construcaoOs novos espaços em construção no Enotel Resort
(fotos: Priscilla Haikal)

Mas os infortúnios são momentaneamente superados ao conhecer as razões que tornaram o distrito ipojucano mundialmente famoso. A começar pelo tradicional passeio de bugue chamado de ponta a ponta, da praia de Muro Alto até o Pontal de Maracaípe. Para evitar desconfortos, o visitante deve estar munido de protetor solar e de água, já que o roteiro tem muito mais graça sentado na parte de trás do veículo. Dessa forma, é mais fácil admirar o belo cenário composto pelo verde vivo das matas e dos coqueiros, e pelo azul estonteante do céu.

São aproximadamente 16 quilômetros de litoral, explorados por cerca de 300 bugueiros que trabalham pelas areias do município. Como reportado anteriormente pelo Hôtelier News, uma medida da prefeitura local freou a emissão de licenças para os motoristas, o que acabou fomentando o mercado informal. Naturalmente aqueles que não são cadastrados cobram menos pelas corridas.

porto_1A entrada da praia de Muro Alto, uma das mais visitadas na região

É possível agendar o passeio nas agências situadas na Vila, no centro de Porto de Galinhas. Ali se concentram as lojinhas de artesanato local, os principais restaurantes, e por conseguinte, o agito noturno do distrito. O clima é bastante agradável, pois as construções dificilmente ultrapassam dois andares e as vias de paralelepípedo nos lembram que estamos numa cidade com pouco mais de 80 mil habitantes. Tranquilidade sujeita à interferência somente pelo grande número de turistas, que enchem as estreitas ruas durante o verão. 

porto_2Artesanato local feito em coco 

Serviço
www.ahpg.com.br
www.ipojuca.pe.gov.br

*A jornalista do Hôtelier News viaja ao Nordeste a convite da AHPG