Minas Gerais - AcacioPinto: foco total na segurança do cliente na comunicação com o mercado 

Devido à grande extensão territorial, a retomada da hotelaria nacional tem um timing diferente para cada estado. Após um panorama sobre o retorno das operações em Pernambuco, o Hotelier News agora investiga a retomada em Minas Gerais.

Ainda sob muitas indefinições, a hotelaria mineira já contabilizamos cerca de 26 mil demissões no setor. Algumas localidades que reabriram para o turismo retrocederam em função do aumento do número de casos de Covid-19, caso de Belo Horizonte. Hoje, Minas Gerais é um dos estados ainda em situação crítica em relação ao controle da pandemia.

"Na capital permanecemos com 37 hotéis com suas atividades paralisadas, sendo que aproximadamente 20% deles não deverão retomar suas atividades", revela Maarten Van Sluys, consultor estratégico em Hotelaria da MVS Consultoria.

Para ele, o grande desafio de Belo Horizonte é a ausência total de eventos no calendário deste ano. "Os negócios empresariais voltam com muita lentidão, embora de forma geral perceba-se leve incremento das taxas de ocupação, que hoje atingem cerca de 22% na capital", acrescenta Van Sluys.

Devido ao latente desequilíbrio de oferta e demanda, as tarifas praticadas estão apontadas para baixo. Além disso, as operações dos hotéis, em geral, estão sendo conduzidas por equipes enxutas, obviamente ajustadas à demanda existente.

"Espera-se que, com a diminuição dos índices de contágio, as viagens corporativas sejam minimamente retomadas. É preciso gerar demanda para a hotelaria, que já está muito pressionada com a elevação de custos devido à adoção dos novos e extensos protocolos de biossegurança", acrescenta o consultor.

Outro desafio da capital é a situação dos hotéis independentes, que são maioria na cidade. Hoje, o setor representa 34% da oferta de quartos (4.949 UHs dos 14.445 UHs existentes na Grande BH). Esses empreendimentos respondem por 65% das 36 propriedades ainda inoperantes em função da pandemia e, muito provavelmente, farão parte da maioria dos que devem fechar em definitivo.

"De forma geral, os independentes estão especialmente apreensivos, pois são os hotéis onde temos a maior antiguidade de forças de trabalho e, com isso, rescisões laborais muito mais altas. Para a maioria, as linhas de crédito oferecidas pelo governo são inacessíveis, pois não preenchem as garantias e pré-requisitos estabelecidos", explica Van Sluys.

Minas Gerais - MarteenVan Sluys: situação dos hotéis independentes é preocupante em BH

Minas Gerais por região

Quanto ao interior do estado, o especialista explica que cada realidade regional registra uma recuperação tímida e gradual das atividades. "Ainda que tenhamos cerca de 40% de meios de hospedagem com atividades suspensas", pontua.

Já em relação ao movimento da retomada, os hotéis hoje trabalham na implementação de novos protocolos. Segundo Acácio Pinto, diretor de Operação da Vert Hotéis, absorvida em definitivo pela Atlantica Hotels recentemente, o foco é na segurança dos clientes e funcionários. "Por isso, desenvolvemos ações, medidas de assepsia e higienização, equipamentos e produtos os quais permitem cuidar da saúde e da integridade daqueles que confiam na gente e usam nossos hotéis e restaurantes. Não há nenhuma campanha promocional ou de marketing, queremos e trabalhamos na segurança", salienta.

Ainda sobre a capital, com a ausência total do segmento Mice, e uma queda absurda nas hospedagens corporativa, o foco hoje está no sistema de captação, seja na gestão dos gastos e reinventando com base em protocolos bem escritos, capacitações e treinamentos. "Também acreditamos na volta assim que uma vacina chegar ou ocorrer a imunidade de rebanho. É hora de zelar muito pelo patrimônio para que, na volta, estes equipamentos estejam em plena condições de receber nossos clientes dentro da nova realidade", completa Pinto.

(*) Crédito da capa: aglaiaoliveira/Pixabay

(**) Crédito da foto Acácio: Arquivo HN

(**) Crédito da foto Marteen/Arquivo pessoal