Karen Waterston, diretora da Eco Imagination Tourism
(fotos: Fernando Chirotto)

Durante o seminário Desenvolvimento sustentável do turismo – caso: África do Sul, que está acontecendo no auditório do Banco Real, na capital paulista, Karen Waterston, diretora da Eco Imagination Tourism, palestrou sobre os conceitos do turismo sustentável e cases de sucesso de meios de hospedagem na África do Sul.

“O turismo responsável é dividido pelo conceito Triple Bottom Line – tripé da sustentabilidade -, que engloba os aspectos sociais, econômicos e ambientais das atividades de cada empresa envolvida na cadeia produtiva”, conta. “No entanto, prefiro ver esta atividade inserida no Quadriple Bottom Line, o qual inclui também a ética profissional das empresas, o que possibilita a construção de empreendimentos de acordo com as leis e normas do país”, afirma.

Karen afirma que há alguns anos a sustentabilidade não era praticada pelas construtoras de meios de hospedagem. “As incorporadoras entravam no país e não deixavam nada para a comunidade local”, denuncia. “Os lodges de safaris foram os primeiros empreendimento que adotaram práticas e conceitos deste caráter, o que refletiu em mudanças positivas para a sociedade”, explica.


Naledi Nkula, diretora de Desenvolvimento de Turismo
e Negócios da África do Sul, que abriu o evento

A profissional também expõe os problemas enfrentados para a conversão de empreendimentos já existentes, os quais, em alguns casos, relutam na hora de se adequar aos padrões ambientais. “Os hoteleiros diziam que, pelo fato dos estabelecimentos possuírem estruturas antigas, seria difícil mudar os padrões de consumo e gastos”, conta. “No entanto nos últimos dois anos estamos implantando com mais força o conceito de Green Building, que contempla construções com estrutura para redução no consumo de energia e água, além do uso de materiais reciclados”, diz.

“Existem aspectos a serem trabalhados, como vidros iluminados, tetos cheios de luzes e troca excessiva de toalhas, os quais não são necessários e repercutem em gastos para o empreendimento”, justifica. “São as pequenas mudanças que fazem a diferença”, completa.

 
Cases
Karen expôs diversos cases sustentáveis de sucesso, todos conquistados por empresas que compõem a cadeia produtiva do setor na África do Sul, entre eles alguns hoteleiros. “O do complexo Sun City, por exemplo, é um dos mais conhecidos no meio, visto que foi ganhador de prêmios pelo seu modelo de gestão sustentável, extremamente benéfico à comunidade”, aponta.
 
“Outro caso a ser citado é o do Fancourt Hotel and Club Estate, que há três anos nos procurou em busca de uma consultoria para se tornar sustentável. Os mais de 500 colaboradores foram treinados para entenderem e aderirem ao conceito e, além disso, o ecossistema original do local está sendo restaurado, o que visa diminuir os impactos que a propriedade causa ao meio ambiente”, explica. “O complexo também promove o Fancourt Ball, um baile beneficente que arrecada fundos para ações de erradicação da pobreza, fome, doenças e outras questões sociais”, conta.
 
Antes da palestra de Karen, Naledi Nkula, diretora de Turismo de Negócios da África do Sul, abriu o evento com uma apresentação
sobre práticas sustentáveis no turismo na África do Sul.
 
“As empresas precisam trabalhar em conjunto, uma vez que a Copa de 2010 vai colocar o país no mapa, o que ajudará no processo de nos tornarmos um destino de escolha para o mundo”, afirma. “Também é necessario melhorar a parceria entre os poderes público e privado, o que ajuda na criação de emprego e ações sustentáveis para o local”, diz.
O evento acontece até às 17h30, tratando outros temas como Copa do Mundo 2010: preparação e infraestrutura e Parques nacionais: o planejamento sustentável. Na quarta (18) a equipe segue para Brasília, onde apresenta os seminários no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, e encerra sua viagem na sexta (20), no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador.
(Fernando Chirotto)

Serviço
Auditório do Banco Real: Av. Paulista, 1.374 – 3º andar
0800-744-7040