Juliana MelloA Fortsec já financiou mais de R$ 600 mi para multipropriedades, diz Juliana

Na sequência da abertura do Shared Ownership Investment Conference, Marcus Castro, diretor da Hectare Capital, e Juliana Mello, diretora da Fortesec Securitizadora, falaram sobre a estruturação financeira dos projetos de multipropriedades no Brasil.

Segundo Juliana, a Fortesec já financiou mais de R$ 600 milhões em negócios ligados ao mercado de multipropriedades no Brasil. "Hoje, ainda temos algumas barreiras, principalmente o fato de ser uma indústria muito nova. Em função disso, o mercado financeiro resiste em ceder crédito para projetos do segmento. É muito diferente, por exemplo, de empreendimentos de imóveis residenciais", explica. "A exposição de caixa dos projetos, principalmente no começo, é algo que assusta os investidores", completa.

A executiva também fez uma comparação entre o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) para mostrar a viabilidade dos papéis do segmento. "O CRA está no mercado há, pelo menos, 10 anos, diferentemente do CRI, que é um produto novo. Podemos celebrar porque estamos conseguindo fazer captações via CRIs com volumes altos e prazos alongados", comenta.

Multipropriedades: mercado financeiro

Com histórico ainda muito recente, Castro colocou que ainda são poucos os fundos de investimento que se interessam pelo mercado de multipropriedade. Ainda assim, em função da mudança do perfil de consumo das pessoas, esse cenário gradualmente se modifica.

"A economia compartilhada é uma realidade, uma tendência mundial. Empresas como Uber e WeWork, por exemplo, são avaliadas em trilhões de dólares", diz Castro. "Dessa forma, pouco a pouco, estamos conseguindo fazer com que investidores olhem com mais atenção para o mercado de multipropriedade", acrescenta.

Marcus CastroCastro destaca os pré-requisitos para conseguir crédito

O diretor da Hectare Capital ressalta ainda que, para conseguir levantar dinheiro no mercado de capitais, o projeto precisa ter alguns pré-requisitos. "Ter todas as licenças já aprovadas, por exemplo, é fundamental. Ter um histórico de entrega de projetos é muito importante, pois passa mais segurança para os investidores, que sempre avalia quem é o empreendedor", aponta.

Por fim, Castro mostrou diversos caminhos para obter funding no mercado de financeiro. "Se já há uma carteira de clientes, com volume de vendas realizados, pode-se fazer captação via operações de securitização. Outra alternativa é financiar os consumidores para a compra das frações", destaca. "Para projetos e empresas mais maduras, existe a possibilidade de fazer uma oferta inicial de ações, o chamado IPO (Initial Public Offering)", finaliza.

(*) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News