mapiePrincipal objetivo das viagens da geração Z é relaxar com amigos

A consultoria em turismo Mapie realizou uma pesquisa para traçar as preferências de consumo de viajantes da chamada geração Z. Foram consultados 400 pessoas nascidas entre 2001 e a atualidade através de questionários online, observação netnográfica e grupos focais. As principais características deste grupo é que viajam a lazer, gastam menos do que os millennials e buscam um turismo autônomo. 

“A geração Z é formada por um grupo de indivíduos mais pragmáticos e resilientes que os millennials que os antecedem. Toda geração atual corrige os excessos da geração anterior e com isso, queríamos entender que transformações podem ocorrer no universo das viagens com estas mudanças de perfil” diz Carolina Sass de Haro, sócia diretora da Mapie e pesquisadora líder do projeto.

A geração Z nasceu em um período menos próspero do que os millennials, crescendo em um cenário de dificuldades econômicas, rupturas e conectividade universal. São os verdadeiros nativos digitais, não se lembrando de uma época sem internet ou Google. Por isso, essa geração foi ensinada pelos seus pais a desenvolver a resiliência e integridade. Eles tendem a planejar para o futuro e evitar a futilidade e riscos desnecessários. 

Mapie: resultados

A pesquisa mostrou que os nascidos após 2001 são frequentes viajantes de lazer (86,59% viajaram a lazer nos últimos 12 meses). Viagens corporativas aparecem pouco, 35,12%, mostrando que esse público ainda está ingressando no mercado de trabalho. 

“É interessante observar que 22,44% dos viajantes a trabalho estenderam suas viagens para aproveitar mais do destino e ter momentos de lazer, consolidando uma tendência que está virando mainstream para todas as idades chamada de Bleisure”, complementa Carolina.

Na frequência de viagens, esse público viaja de duas a três vezes no ano. São viagens curtas, para destinos regionais, principalmente para o litoral. O principal objetivo é desconectar e relaxar com parceiros e amigos. Ainda gastam menos que as gerações anteriores – R$ 750 comparados com os R$ 3 mil dos millennials – mas já são consumidores de toda a cadeia do turismo.

A geração Z também tendem a planejar mais, em média três meses de preparação. Escolhem os destinos primeiro e depois as demais características da viagem. Mesmo sendo nativos digitais, ainda experienciam excesso de informações, por isso, buscam operadoras e agências de viagens tradicionais como curadoras. Entretanto, a conversão online é mais significativa. 

Consultam de dois a quatro sites ou aplicativos antes de fazer suas reservas. Especialmente para comparar preços (86,34%); checar comentários e opiniões de outros clientes (62,20%) e procurar ofertas e promoções (57,56%).

Ao comprar uma passagem aérea, buscam o melhor preço (84,51%); facilidade no processo de reserva e compra (69,01%); possibilidade de parcelamento do pagamento (65,26%); qualidade do serviço a bordo (64,79%) e opção de despachar bagagens gratuitamente (63,38%).

Não há grande distinção ou preferência por meios de hospedagens específicos. Todas as opções são consideradas, dependendo o estilo da viagem, da companhia e do objetivo. Quando optam por meios de hospedagem alternativos, o fazem buscando a melhor relação custo-benefício (36,34%); porque consideram estas opções como as mais fáceis
de reservas e comprar (19,02%); ou porque oferecem mais liberdade e privacidade (16,59%).

Finalmente, são tecnológicos por natureza e não seria diferente nas viagens, 40,49% utilizam cartão de embarque no celular. Já 32,68% acessam apps de agências de viagem e 30,73% optam pelo atendimento por aplicativo de mensagens. E, por fim, 60,24% compartilham com frequência momentos das viagens nas redes sociais, principalmente no Instagram.

“O que vimos é que a geração Z gosta de viajar. Por ainda não terem renda suficiente, são cuidadosos nas suas escolhas, planejam com antecedências e buscam melhor preço e promoções. Em relação ao comportamento geral e hábitos de viagens, são bem parecidos com os millennials. Isso significa que veremos cada vez mais modelos diferentes e inteligentes sendo considerados e comprados por esta geração. Tudo é válido”, finaliza Carolina.

(*) Crédito da foto: Jacquelynne Kosmicki/Pixabay