PMI- serviçosIndicador não conseguiu superar marca de 50, o que indica crescimento

Puxado pela queda de novas encomendas, o setor de serviços fechou junho em queda – a terceira seguida este ano. Os resultados foram divulgados na pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), apresentada hoje (3). O IHS Markit informou que o índice brasileiro subiu a 48,2 em junho, ante 47,8 em maio, mas seguiu abaixo da marca de 50, que separa o crescimento da contração.

No mês passado, a indústria brasileira se fortaleceu e mostrou reação, o que ajudou o PMI Composto do Brasil a subir a 49 em junho, frente 48,4 registrado em maio. O resultado, contudo, permanece abaixo da marca neutra pelo segundo mês consecutivo. “O setor privado do Brasil está em uma encruzilhada com aumento das dificuldades políticas, financeiras e econômicas. Após fracas expansões em 2017 e 2018, o crescimento econômico começou a fraquejar”, explica Pollyanna De Lima, economista do IHS Markit a Reuters

Segundo a economista, os dados do PMI para o segundo trimestre sugerem que a situação da economia piorou ainda mais após contração do PIB (Produto Interno Bruto) nos três primeiros do ano, alimentando temores de recessão. De fevereiro a março, o setor teve queda de 0,6% frente aos três meses anteriores. 

PMI: novas encomendas

Em junho, as vendas agregadas de serviços sofreram a primeira contração desde setembro de 2016, sendo que as novas encomendas do exterior chegaram ao quarto mês de queda. “Empresas que notaram uma redução nas vendas comentaram sobre as condições políticas, financeiras e econômicas desafiadoras. Um cenário incerto e demanda fraca também seguraram a entrada de novos trabalhos”, diz o IHS Markit. 

As empresas prestadoras de serviços reduziram a força de trabalho, diante da queda nas vendas e esforços de reestruturação, assim como falta de fundos disponíveis. A taxa de cortes de empregos foi a mais forte em dez meses e, somente empresas de Finanças e Seguros contrataram no período.

Já os gastos operacionais seguiram em alta no mês de junho, em meio a relatos de preços mais elevados de alimentos, combustível e remédios, além do fortalecimento do dólar. Ainda assim, a taxa de inflação de insumos caiu para a mínima de cinco meses. Tentando proteger suas margens, fornecedores de serviços aumentaram os preços de venda para maior nível em três meses. 

(*) Crédito da foto: StockSnap/Pixabay