CNC- programa emergencialSegundo entidade, foram liberados R$ 4,1 bilhões em financiamentos​

Voltado para empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões, o PESE (Programa Emergencial de Suporte a Empregos) tem mostrado números crescentes após a frustração inicial de repasse de créditos. Segundo estudo realizado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), mais de 100 mil empresas foram beneficiadas e R$ 4,1 bilhões em financiamentos foram liberados até o dia 25 de junho.

A entidade aponta que a irrigação de recursos para empresas por meio do PESE deve-se a fatores como a mobilização da sociedade, poder Legislativo e entidades empresariais diante das autoridades monetárias para destravar o crédito. Em 13 de maio, do volume total de R$ 40 bilhões, apenas R$ 1,44 bilhão (3,6%) havia sido liberado – beneficiando cerca de 61.678 empresas e pouco mais de um milhão de empregados tiveram seus salários financiados.

Desde então, observa-se que o quadro mudou. Comparando os últimos registros disponíveis com os de 13 de maio, as taxas incrementais apresentaram-se elevadas nos três eixos de comparação. Os valores financiados atingiram R$ 4,1 bilhões, representando 10,3% do volume total aportado pelos bancos e o governo federal e acréscimo de 184,7% em relação à data selecionada de maio. Da mesma forma, o número de empregados já chegou a 1,83 milhão (+82,8%) e o das empresas financiadas a 107.461 (+74,2%).

“A evolução é sinal de que a demanda por recursos em condições favoráveis para financiamento da folha de pessoal pode constituir-se numa ferramenta interessante para alavancar o caixa, na medida em que a crise vem obrigando as empresas a efetuar ajustes diante de um mercado bastante enfraquecido, permeado pelo desemprego”, avalia Antonio Everton Junior, economista da CNC.

CNC: mobilização

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca a importância da mobilização da sociedade, especialmente do Legislativo, para que o crédito chegue até as empresas, superando as dificuldades iniciais. “A relevância da MP 944 ficou evidenciada pela atuação do Legislativo. Com prazo para terminar previsto inicialmente para até 3 de junho, teve seus efeitos estendidos, pelo Congresso Nacional, por dois meses, até o início de agosto. Essa extensão do prazo será fundamental para que as empresas contempladas pelo programa possam pagar a folha, em meio a esta crise de proporções inéditas”, disse.

(*) Crédito da foto: Raten-Kauf/Pixabay​