Movimento foi idealizado por sete executivas de diferentes áreas do turismo

Em março, o Hotelier News produziu uma matéria a respeito de como lideranças femininas estão revolucionando a hotelaria. No caminho por um setor mais humanizado e empático, executivas vem implementando políticas inclusivas, revendo prioridades e propósitos. Com a missão de engajar profissionais a alcançarem posições de destaque no mercado, sete líderes criaram o projeto MUST – Mulheres do Setor de Turismo.

Idealizado por Adriana Cavalcanti; Andrea Ugrin; Carolina Stolf; Juliana Castiglion; Renata Pestana; Larissa Lima e Sonaira Polimeno, o movimento vem sendo gestado desde agosto de 2019, mas saiu do papel em junho deste ano. O projeto chega com o objetivo de potencializar competências e inspirar o protagonismo feminino por meio do compartilhamento de conteúdos e experiências.

Unindo profissionais de diversos segmentos do turismo, como hotelaria, aviação, operadoras e OTAs, o MUST visa capacitar profissionais por um ambiente de trabalho mais igualitário e inclusivo. “Atuei no turismo por 30 anos até 2017. Mesmo fora da indústria, pude estar em contato com outros segmentos e percebemos que o mercado tem um valor mal aproveitado, com uma base muito diversa racial e de gênero. Porém, quando vamos subindo a pirâmide isso vai se perdendo”, conta Adriana. “Na aviação, por exemplo, não temos referências femininas e vi que deveríamos fazer algo a respeito. Começamos a pensar em mulheres com o mesmo propósito e juntamos pessoas para refletir como poderíamos fazer esse caminho", complementa.

O movimento é baseado em quatro pilares: Evolução, Otimismo, Ação e Contribuição. Estes, por sua vez, buscam alcançar quatro objetivos: ganhar confiança, alterar percepções, ter ambição de carreira e ampliar networking. “Enxergamos que o mercado estava carente de ações deste tipo, pois existe um nicho de mulheres que querem alterar essa percepção da indústria. São profissionais que desejam ser inspiradas, engajadas e autoconfiantes para mudar o topo da pirâmide. Nossa força de trabalho no turismo é muito diversa e queremos que isso reflita no momento de crise para uma indústria mais sustentável e inovativo”, explica Carolina.

MUST: ações

Ainda em fase de amadurecimento, o MUST tem como sua principal plataforma o Instagram, onde são realizadas lives com profissionais do setor, chamadas MUST Talks. “Trazemos mulheres de diferentes indústrias que promovem insights e passam conteúdos para ajudar no desenvolvimento profissional. O projeto nasceu muito antes da pandemia. Com a crise, aceleramos o processo”, destaca Carolina.

Até o momento, o projeto possui 1,5 mil seguidores em seu perfil. Além do MUST Talks, o movimento ainda promove outras ações como o MUST Mentoring e MUST Tips, com a missão de realizar trocas de experiências e dar dicas de carreira. “O programa de mentoria será lançado em breve com um formato mais amplo, com workshops e trocas de informação. Essas ações serão trabalhadas no site e logo iremos informar sobre inscrições,  conteúdos e seleção de mentores”, afirma Adriana.

As idealizadoras ressaltam que com o fim da pandemia, o projeto sairá do online para o presencial. “O engajamento online tem um grande alcance de levar mais conteúdos, mas a ideia é promover workshops e talks presenciais. No digital vimos esse boom na plataforma para desenvolver a carreira de mais mulheres”, destaca Carolina.

O MUST realiza suas lives todas as quartas, às 18h30, no Instagram (@brmust). Segundo Adriana, o projeto foca em conteúdos de qualidade e não pretende contribuir com a superoferta de transmissões. “Começamos com uma por semana, pois estamos vivenciando um momento de enxurrada de lives. Nossas transmissões são robustas e contam com a participação de mulheres incríveis. Queremos explorar outras formas de passar conteúdos para não ficarmos concentradas apenas nos talks”.

(*) Crédito da capa: geralt/Pixabay

(**) Crédito da foto: Divulgação/MUST