Primeira impressão (diurna) do It: luz natural constrata com a mobília escura
(fotos: Juliana Bellegard)
Desde a inauguração do Pullman São Paulo Ibirapuera, na metade de 2011, muito se falou sobre o aspecto tecnológico característico da bandeira e também de seu restaurante, o It. O espaço, assim como outras áreas do hotel, tem um conceito voltado para a interação – tanto entre os frequentadores quanto deles com a equipe, por meio da Mesa do Chef. Então, o que mais falar sobre ele?“O que diferencia o restaurante é a composição de várias coisas: bar, terraço, gastronomia moderna, mesa do chef, música”, define Carlos Bernardo, gerente geral da unidade e vencedor do Prêmio VIHP – Very Important Hotel Professional na categoria Gerência Geral de Hotel Upper Midscale. O local, de fato, recebe uma grande diversidade de públicos – maior até do que o próprio hotel.Em mais uma matéria da série especial sobre A&B dentro dos meios de hospedagem, buscamos entender um pouco mais sobre este estabelecimento que nasceu já se livrando do estigma de “restaurante de hotel”.
Por Juliana Bellegard
Mesa do Chef, o conceito de integração e
interatividade aplicado à gastronomia
O espaço aberto onde fica o It é na ponta oposta à entrada principal do hotel. Com mobiliário em cores escuras, cortinas brancas e luzes coloridas, o restaurante faz a linha moderna, tal qual o próprio Pullman. Por ali circulam estrangeiros, brasileiros, executivos, turistas em camisas havaianas. A questão da integração parece estar presente até nisso: as pessoas são parte do ambiente, no melhor sentido possível.
A oferta de opções gastronômicas é ampla: almoço rápido, interação com o chef, reunião de negócios, happy hour com música, um jantar bacana ao ar livre. As novidades são lançadas constantemente, em velocidade compatível com nossa pós-modernidade. Esse dinamismo tem a ver com o perfil do cliente, não mais aquele executivo sisudo, mas o hóspede corporativo da Geração Y, com seus 30 e poucos anos, ligado em tecnologia, despojado da pompa dos ‘restaurantes de hotel’.
“É um espaço utilizado para reuniões, confraternizações de fim de ano, almoços executivos, happy hour. É um ponto de encontro, não é só um lugar para ir comer”, descreve Bernardo, reforçando o perfil diversificado dos frequentadores do It.
Os espaços no It não são limitados por paredes. Mesmo assim, há
ambientes mais privativos, como a mesa por trás da cortina
Backstage
Claro que um bom restaurante em um bom hotel, para provar seu teórico diferencial, precisa de mais do que uma decoração chamativa e gente bonita circulando. Existe, no It, um cuidado com os detalhes invisíveis, um triângulo que inclui a compra dos ingredientes, a contratação dos colaboradores e os equipamentos utilizados na cozinha.
Para garantir que, no primeiro quesito, tudo saia de maneira correta, entra em ação o chef Willian Carvalho. Além da criação das receitas, ele também define os padrões de qualidade a serem seguidos pelo departamento de Compras quando da aquisição dos produtos. “É um esforço constante, principalmente porque buscamos sempre trabalhar com ingredientes frescos”, explica.
Na questão da contratação, não há segredos: profissionalismo e dedicação acima de tudo. O chef afirma que procura atitude, antes mesmo de uma experiência técnica vasta. O gerente completa, explicando que, por conta da grande presença de estrangeiros – cerca de 60% do total de hóspedes – exige-se domínio de línguas estrangeiras, principalmente nas funções de atendimento ao público.
Por fim, a questão tecnológica. “Não é só a luz de LED legal. A cozinha também usa tecnologia de ponta”, diz Bernardo. Ele cita o uso dos fornos de indução, cujo funcionamento o então gerente Marc Balanger havia explicado em entrevista ao Hôtelier News, e o fogão para wok.
Almoço
O brie é ingrediente de dois de nossos pedidos: a bruschetta (acima) e a
salada verde com lascas de pera acompanhada do queijo envolto em gergelim (abaixo)
Outro mix de folhas verdes, desta vez com figos e presunto de parma
Os frutos do mar nos pratos principais: risoto com camarão (acima) e
filé de Robalo (abaixo)
Musse de chocolate com calda de frutas
vermelhas para terminar a refeição
Resultados

Sabe-se que, mais do que simplesmente alimentar o hóspede, o restaurante do hotel vem ganhando espaço como peça significativa dentro da divulgação do empreendimento e também de seu faturamento. No Pullman, em 2011, as vendas do A&B representaram 24% da receita total do hotel. O percentual é dividido em 12% provenientes da área de Eventos, 7% do café da manhã é room service, e 5% do restaurante e bar. “O setor é parte importante do empreendimento, e o fato de o restaurante ser integrado, fazer parte da dinâmica, favorece o movimento de um e de outro”, conta o gerente.

 

O bar fica ao lado do restaurante, mas não há paredes separando um espaço do outro
No detalhe do bar, as luzes azuis são mais que decoração:
esta “adega”para vodcas mantém as bebidas na
temperatura ideal para consumo
E como interação é um dos fatores que movimenta o Pullman, o It integra o setor de A&B juntamente com os outros espaços próximos, ali mesmo no térreo: o Cachaça’s Bar, especializado em cachaças e vodcas; o Deli Bar, um quiosque que vende lanches e petiscos para os mais apressados; e o Pateo, com 150 lugares, onde são servidos café da manhã e almoço, incluindo feijoada com música ao vivo aos sábados.