Sonia disputou a Copa do Mundo de Confeitaria

A primeira formação da paulista Sonia Takata é designer. "Sempre fui apaixonada por duas áreas: o desenho e confeitaria. Aos 9 anos, por exemplo, testava receitas de bolo, vasculhava os livros da minha mãe", relembra a profissional, que é chef patisserie do B Hotel (veja In Loco Especial).

Sonia ressalta que, há alguns anos, a confeitaria não era vista como profissão. Na verdade, era mais encarada como uma opção e dificilmente trabalhava-se nas cozinhas porque queriam atuar com isso, era por condição. "Hoje, existe uma perspectiva profissional, mas naquela época decidi ir para a área de design, a qual sempre gostei", conta. Sendo assim, ela foi trabalhar como designer têxtil em uma agência de publicidade.

Após o término da universidade, Sonia foi conhecer a terra de seus avós, o Japão. "Fui com ímpeto em fazer um estágio, mas acabei ficando mais tempo do que o planejado, pois a área gráfica é muito evoluída no Japão", explica.

Quando voltou para o Brasil, o país estava em uma nova fase da gastronomia: o bolo artistico. "Saí da publicidade e entrei na área da gastronomia. Estudei com a Marcela Sanches, que é uma referência de design. Foi ela quem introduziu no Brasil de uma forma mais forte o segmento dos bolos, trazendo o know-how da Argentina. Marcela me convidou para trabalhar na escola, tive oportunidade de desenvolver bem a arte e confeitaria", comenta.

Quando estava no Japão, Sonia ganhou de presente alguns livros sobre o tema. Ficou interessada. "Comecei então na parte dos artísticos, com pasta americana, e desenvolvi uma linha de pães artísticos. Estudei também sobre panificação. Voltei pela segunda vez ao Japão, então nesse meio tempo tive a oportunidade de fazer um curso no por lá e na França. Quando voltei definitivamente para o Brasil queria ficar na área de gastronomia, então fiz curso no Senac de CCi (Cozinheiro Chefe Internacional). Fomos a primeira turma do curso em São Paulo (2004/2005)", relembra.

Antes de sair do Senac, Sonia foi convidada para fazer um estágio na central de confeitaria do Fasano, com o chef Salvatore, que a convidou para trabalhar no restaurante para fazer finalização de sobremesas. "Tive a oportunidade de trabalhar com o chef Salvatore durante muitos anos, nesse meio tempo o Fasano abriu uma filial em Brasília, o Gero. Eu sempre quis sair de São Paulo", revela.

Sonia Takata na Copa do Mundo de Confeitaria

Atualmente, com a formação que teve no Senac, Sonia dá aula e trabalha no B Hotel. "São duas empresas que me apoiam na competição da Copa do Mundo de Confeitaria. Sempre fui apaixonada por açúcar puxado, uma das técnicas da confeitaria na Copa do Mundo. Conheci o chef Ramiro Bertassin no Fasano, em 2005, quando ele era subchefe do central de confeitaria. Ele veio para Brasília e nos encontramos", conta.

Sonia explica que Bertassin foi um dos precursores da Copa do Mundo da Confeitaria. "Tive a oportunidade de representar o Brasil em 2019 na competição, juntamente com Leticia Cruz e Marcone Calazans. Marcone representou o Brasil na última copa também. Ela acontece sempre a cada dois anos, é difícil trazer a taça, pois ainda estamos engatinhando. Um brasileiro ganhou em primeiro lugar na Copa Maya, o próprio Ramiro fazia parte da equipe", diz.

Sonia finaliza dizendo: "Sou paulista, mas digo com muito orgulho que represento Brasília e o Senac-DF, uma instituição que precisa de muita força. Gosto de pedir essa força para capital do Brasil. Acho que, por ser referência gastronômica, tinha que ser diferente. É a capital do Brasil e recebe pessoas do mundo todo", avalia. "Está começando hoje por meio das ações do B Hotel, então é uma referência bacana. Temos essa mania de valorizar o 'chocolate francês', mas temos que fazer o francês querer usar o nosso. Quando vamos para a Copa do Mundo é com esse intuito de valorizar o que é nosso. Vamos tentar trazer o orgulho de ser brasileiro pela da gastronomia", finaliza.

(*) Crédito da foto: Peter Kutuchian/Hotelier News