Ontem (11), por meio de uma coletiva de imprensa de quase uma hora no site Comunique-se, Orlando de Souza, diretor de operações da Accor Hotels, falou sobre a fusão entre as marcas Parthenon e Mercure.
A conversão das unidades começa a ser implementada ainda este ano e tem previsão de término em 2007, quando a marca Mercure deverá somar 73 hotéis e flats no Brasil espalhados em 34 cidades.
Diversos jornalistas do país participaram e fizeram suas perguntas – algumas delas, você acompanha agora. O repórter Luiz Carvalho representou o Hôtelier News.
(Redação)


Orlando de Souza
(Foto: Peter Kutuchian)

Imprensa: O que levou a Accor à fusão e à manutenção apenas da marca Mercure?

Orlando de Souza: Duas questões principais. O alinhamento de acordo com a lógica internacional da empresa em relação à força das marcas globais: unir as vantagens da rede, a distribuição Parthenon no Brasil (34 cidades brasileiras) e a força da marca internacional Mercure, com 750 unidades em operação em todo o mundo.
A fusão é uma resposta não à mudança do mercado interno mas à grande competição na hotelaria midscale no mercado nacional. E também é uma vantagem competitiva, com a criação da maior rede de hospedagem nacional – e com uma marca global.
Quando resolvemos pela fusão das marcas, sendo a Accor hotels uma empresa internacional e a rede Mercure uma marca também internacional, com 750 unidades no mundo, levamos em conta especialmente esta vantagem, tendo em vista o fluxo internacional de viajantes a negócios, que é nosso foco.

Imprensa: Quais foram os resultados da divisão Parthenon em 2005? Eles influenciaram de alguma forma a decisão de fusão das marcas?

Orlando de Souza: O lucro das unidades é repassado aos investidores. Os aluguéis pagos aos proprietários tiveram evolução de 10% em 2005, em relação a 2004. Já no primeiro trimestre deste ano, este número foi de 15% (em reação a 2005). Em termos de taxa de ocupação, a rede Parthenon, em 2005, teve um acréscimo de cerca de 5 pontos percentuais, passando de 51% para 56%, além da forte evolução da diária média em relaçao a 2004. Esses resultados positivos certamente influenciaram nossa decisão de fusão das marcas.

Imprensa: A Mercure é mais representativa para a empresa hoje do que a bandeira Parthenon?

Orlando de Souza: Em termos de volume de negócios, a rede Parthenon é mais representativa do que a Mercure no Brasil. No entanto, em termos de comercialização e marca global, a rede Mercure é mais forte internacionalmente. As duas marcas juntas deverão corresponder a 37% no volume de negócios da Accor Hotels no Brasil este ano.


Imprensa: A mudança começa a ser implantada a partir de quando? Começará por alguma região específica?

Orlando de Souza: A conversão das unidades começa ainda neste semestre e não há região específica. Nesta próxima fase da fusão, vamos identificar as primeiras unidades que passarão pela conversão. Nosso objetivo é chegar ao final do ano com 15 conversões. O processo total será concluído até o final de 2007.

Imprensa: Estavam previstos para 2007 três novos hotéis Parthenon e dois Mercure. A Accor mantém o projeto dos cinco hotéis, com bandeira Mercure?

Orlando de Souza: Todas as aberturas anteriomente previstas para Parthenon serão Mercure a partir de agora.

Imprensa: Essa fusão será feita no mundo todo?

Orlando de Souza: A fusão Mercure e Parthenon é só no Brasil, onde temos a atuação da Parthenon. Em outros países, já houve fusões como esta (ex. na Alemanha, com arede Dorint). Em outros, como nos EUA, a operação de grandes redes locais será mantida exatamente como é hoje (ex. Motel 6, com 850 hotéis naquele pais).

Imprensa: Quais são os números dessa fusão?

Orlando de Souza: Os investimentos para conversão das unidades Parthenon para Mercure estão avaliados entre R$ 60 e R$ 80 mil por empreendimento. O crescimento da rede Mercure é imediato. Considerando o parque de hospedaem atual, a rede passa a ter 73 hotéis em 34 cidades com volume de negócios da ordem de R$ 300 milhões ao ano.

Imprensa: O que pesou na decisão do grupo em expandir a categoria midscale, uma vez que entidades ligadas ao setor já sinalizaram com a queda da participação desse tipo de rede, na comparação com a do tipo econômica?

Orlando de Souza: Não há expansão da oferta, mas a criação de uma rede mantendo a oferta que já existe, com foco em uma marca global.

Imprensa: Qual será a estratégia de divulgação da fusão entre os clientes?

Orlando de Souza: Cinco pontos estão sendo trabalhados neste sentido. O primeiro diz respeito aos intermediários (TMC Brasil, Favecc e AbGev). O segundo são os grandes contratos corporativos. O terceiro é o próprio trade, por meio dos meios especializados. O quarto, a estrutura comercial e seus contatos com os clientes. E, por fim, a central de reservas, que também tem contato direto com clientes e intermediários.

Imprensa: A fusão provocará alteração nos preços da tarifas?

Orlando de Souza: Não. No entanto, nossa expectativa é que, no médio prazo, possa ter reflexo nos preços das tarifas, uma vez que atualmente a rede Mercure já tem uma tarifa média 20% maior. Além disso, a própria evolução do mercado poderá, também, impactar no crescimento da tarifa média.

Imprensa: Como colocar numa mesma frigideira um Mercure Grand Hotel São Paulo Ibirapuera – com 343 apartamentos, uma excelente estrutura para eventos e quase um Sofitel, com um flat como o Parthenon The Town (por exemplo), com apenas 48 apartamentos? Que tipo de omelete resulta dessa mistura?

Orlando de Souza: Isso é parte do desafio desta fusão: fazer com o cliente saiba exatamente a diferença entre um Mercure Grand Hotel e um Mercure Appartements. Para tanto, vamos investir em comunicação e publicação, além de treinamento e capacitaação das equipes comercial e de operações. Entretanto, o grande mote e a grande promessa para o cliente é a abrangência da rede em todo o país.