Vulcão Chillán, no Chile: para quem gosta de contemplar ou esquiar
(fotos: Anna Casas, Chris Kokubo, Doug McIntosh e Steve Overell)
Serviço de primeira, gastronomia refinada, spa com massagens relaxantes, muito conforto e modormia. Tudo isso basta para atrair turistas de diferentes partes do mundo, com expectativas das mais variadas. Ou melhor, bastaria. Em Termas de Chillán, a cerca de cinco horas ao sul de Santiago, no Chile, isso é apenas o começo, o lugar-comum. O melhor mesmo está por vir depois do percurso no teleférico, com os esquis nos pés. Aqui, é possível esquiar à beira do imponente vulcão Chillán, que, vez ou outra, ao expelir alguns gases, mostra que está apenas descansando.

A paisagem é de tirar o fôlego de qualquer um. Se você estiver no pique e for esquiador experiente, pode caminhar por três horas vulcão acima e atingir o que parece ser o topo do mundo. Em meio à Cordilheira dos Andes, o tempo podia ter parado, não fossem as nuvens em movimento denunciar que a Terra continua girando.

 

Para aproveitar ao máximo o que esta paisagem espetacular tem a oferecer, o Hôtelier News conheceu os serviços do Gran Hotel Termas de Chillán, aos pés do vulcão, com acesso direto à estação de esqui e o melhor que a neve e o inverno chileno podem proporcionar.

 

Por Chris Kokubo*
O Gran Hotel Termas de Chillan fica bem no meio da montanha

A Hoteles & Resorts, rede que administra o Gran Hotel, oferece também o Hotel Pirimahuida, a 7 km da área de esqui

Os brasileiros são o mercado mais importante para o hotel durante o inverno. Este ano, devido à crise e ao temor à gripe suína, o número de turistas do Brasil ficou quase 30% abaixo do esperado. No entanto, com o final do inverno e o começo da primavera, os preços caem e é possível aproveitar os esportes de neve até dia 18 de outubro, mais ou menos, quando a estação de neve oficialmente termina.
 
Marco Karvaly, Denise Chaves e Raphael Rabello, cariocas, experimentaram e aprovaram a neve pela primeira vez este ano

Os gases são liberados em alguns pontos
ao longo da cadeia vulcânica
Em Termas de Chillán encontra-se a Três Marias, tida
como a mais longa pista de esqui do Chile, com 14 km
No total, a estação oferece 28
trajetos para todos os níveis

Para chegar ao Gran Hotel Termas de Chillán é preciso pegar o trem ou o ônibus em Santiago. As duas opções levam aproximadamente o mesmo tempo para percorrer os 407 km que separam a capital e a pequena cidade de Chillán. De lá, o hotel disponibiliza serviço de transfer para os hóspedes e, em mais uma hora de viagem, chega ao destino final.

 

Termas de Chillán não tem esse nome à toa. As águas quentes que brotam da terra são usadas em piscinas e tratamentos de beleza. Depois de um dia queimando calorias no frio da montanha, nada melhor do que relaxar nas águas quentes naturais.
Bien-venidos ao Valle Las Trancas, a 7 km da estação de esqui,
com opções de restaurante, hospedagem e diversão after ski
A estrada até a montanha é sinuosa e exige atenção
Do alto da montanha, o hotel lá embaixo parece pequeno
No lobby da recepção, sofás confortáveis

Las 4 estaciones de Termas de Chillán, de
Luis Gusman, decora a área da piscina externa

 

 

O Gran Hotel oferece 120 apartamentos divididos em duas categorias: com vista para o bosque ou voltados para a montanha. “Nosso público é formado principalmente por famílias, visto que
temos infraestrutura completa para recebê-las, com programação o dia todo. Um dos grandes diferenciais é a paisagem, o entorno do hotel, com muitas árvores e natureza”, afirma Francisco Prieto, gerente geral do empreendimento.
A recepção do concierge vista do primeiro andar de UHs
Os apartamentos dividem-se em seis pisos
Apartamento em que ficou a equipe do Hôtelier News
São cinco tipos de habitações: Doble Montaña, Doble Bosque,
Doble séptimo piso, Single e Single Lujo Up

Cama king size em uma UH Doble Bosque
Todas com TV a cabo, mini-bar,
room service 24 horas e climatização
Abertura de cama com trufas e a programação
de lazer completa do dia seguinte
 
 
Nos banheiros, amenities, espelho com aumento, secador
de cabelo e balança. Alguns oferecem banheira
Doug McIntosh, americano de Vermont, no nordeste dos Estados Unidos, concorda com o gerente. Amante da neve e do esqui, ele já passou por muitas pistas norte-americanas e chilenas, e garante que Nevados de Chillán, como é batizada a estação próxima ao hotel, é uma de suas preferidas. “Nunca pensei que podia esquiar rodeado de maritacas soltas, voando por aí. É frio o suficiente para boa neve, mas não a ponto de colocar todos os animais para hibernar ou migrar. Esta área é interessante porque é muito vasta, posso facilmente esquiar uma semana aqui sem me entediar, diferente de outras áreas aqui no Chile”, afirma.
Dia perfeito para começar a esquiar, ou pelo menos tentar
Vista majestal no teleférico Don Otto
Aqui, já chegando na base da montanha,
após deslizar pela neve fresquinha
Depois de subir três horas o vulcão, Doug depara-se com a Cordilheira dos Andes assim. Do lado de lá fica a Argentina

Depois, é só aproveitar a descida

Anna Casas, de Andorra, também veio de
longe provar a neve chilena

 

No verão, o forte do Gran Hotel são os eventos e a ocupação é garantida pelas empresas, principalmente os laboratórios médicos e farmacêuticos de Santiago. “Fechamos 2008 com 72% de ocupação média. Este ano será um pouco menos por causa da crise financeira. Os brasileiros representam, facilmente, em um ano sem gripe suína, 45% de toda a ocupação no inverno, seguidos pelos argentinos, norte-americanos, franceses, alemães e espanhóis. Este ano, com menos hóspedes do Brasil, tivemos mais chilenos”, explica Prieto.
Este é o corredor que dá acesso à ala de eventos e cassino. Na volta, a porta de vidro só abre com a chave de uma das UHs

 
Bonecos caracterizados com roupas típicas chilenas
decoram o corredor. As mais escuras representam
o povo Tehuelche, da Patagônia, ao sul. As mais
coloridas retratam os Aymará, do extremo norte
À direita, a entrada independente para congressos e eventos

 
 
São dois andares de salas amplas e um requintado restaurante
 
Na alta temporada – julho, agosto e setembro -, a tarifa diária varia de US$ 200 a US$ 360 por pessoa, com café da manhã incluso. No verão, quando não há neve, vai de US$ 140 a US$ 185 por dia com pensão completa.
Se a pista de esqui não apetecer, as atividades de lazer não forem atraentes e as termas e as massagens nada convidativas, há ainda a opção de tentar a sorte grande, ou confirmar o azar, no cassino do hotel, aberto também para passantes.
O forte mesmo, no entanto, são as atividades ao ar livre, mais saudáveis e naturais. Para quem não tem a mínima ideia de como fazer para deslizar sobre aqueles dois bastões de madeira, o hotel oferece aulas e aluga equipamento. O kit completo com esquis e botas sai por cerca de US$ 35 por dia, ou US$ 40 para a prancha e bota de snowboard. Esquiar não é esporte dos mais baratos. Para iniciantes, as pistas ao lado do Gran Hotel – gratuitas para hóspedes – estão de bom tamanho.

Depois, para quem quiser enfrentar a montanha (que também oferece muitas opções para iniciantes), é preciso desembolsar outros US$ 40 pelo acesso de meio período aos teleféricos.
A piscina, aquecida, proporciona
relaxamento no meio da neve
Para recuperar a energia, massagens, pedras vulcânicas
e tratamento com argila

 
Sauna seca e úmida completam os serviços do Gran Hotel
O ambiente das salas de massagens
é bastante relaxante
 
 
Há ainda loja de souvenir e sala de jogos,
ótima para os dias de chuva

Marcela Loyola é uma das monitoras e ótima
professora de alongamento. Foi ela quem
nos mostrou o hotel
 
 
Depois de alugar o equipamento, é hora de praticar. O lift dos
iniciantes é este que puxa a pessoa pelo quadril

 
Arturo Opazo, também da equipe de lazer, dá uma aula de ski
de fondo
. O equipamento é um pouco diferente do esqui alpino, que
desce montanhas. No de fondo, o esforço está em caminhar

Esta grande área é destinada ao paintball

 

Uma vez no meio da neve, por que não experimentar um passeio de trenó puxado por cachorros ou aquelas motos que deslizam velozes pelo solo branco? À primeira vista, dá sensação de pena dos cães, obrigados a puxar tantos quilos. Mas Alejandro Sepúlveda, há dez anos treinador dos animais, garante que eles gostam da atividade. “Eles só trabalham no inverno. Passam quatro meses na labuta e outros oito descansando. Além disso, depois de uma volta de 20 minutos, descansam duas horas. São treinados para isso, não se machucam”, garante.
 
 
Nilak e Loba lideram a turma. Como ensina Alejandro, o ideal
é colocar sempre um macho com uma fêmea. Eles não
carregam mais que dois adultos e uma criança por vez
e o passeio varia de US$ 11 a US$ 20

 
Meia hora na moto de neve sai por cerca de US$ 20
(11 mil pesos chilenos). Daniel San Martin é instrutor
há oito anos: “Me encanta la nieve”
O Gran Hotel Termas de Chillan oferece dois restaurantes: Shangri-Lá e Montañes. O chef Sergio Calderon está no comando das cozinhas há 12 anos – o hotel tem 13. Como a maioria dos hóspedes de inverno vem com a opção de tudo incluso, as refeições são todas bastante internacionais, mas o buffet sempre oferece opções chilenas, como Empanadas ou Mote con huesillos, um tipo de cevada com pêssego em caldas. Durante as duas noites em que estivemos no hotel, pudemos saborear um jantar de boas-vindas, servido no grande salão da área de eventos, e um jantar típico peruano.

Para chegar ao Montañes, é preciso descer esta escada
 
No mesmo nível fica a sala de computadores,
conectados à internet e aberta das 9h às 22h
Montañes preparado para o almoço
 
A parte das sobremesas é sempre uma tentação
 
A bandeira do Chile decora um dos cantos do buffet. Mote
con huesillos
é uma sobremesa local típica

 
O prato principal pode ser pedido à la carte: Filete
de res con barda de tocino a la plancha
e
Empanada de horno conchanco en piedra
Para dar as boas-vindas, o welcome
drink só podia ser Pisco sour
Depois do esqui, o hóspede pode ficar neste lounge confortável e acolhedor para esticar as pernas. O hotel tem uma sala especial para guardar os equipamentos de esqui e snowboard dos clientes
No jantar de recepção, a mesa recebe
até dez pessoas. Na entrada, Salmón
dorado en cochayuyo, hierbas sobre tártaro
de quinoa, alcachofras, camarón del
Ecuador en confite de tomates y berro

Hora do show: a sobremesa é servida pegando fogo
Volcán Chillán é, na verdade, sorvete de
pistache com frutas e creme marshmallow

No jantar peruano do dia seguinte, fartura no buffet de saladas
Este ano, foram inaugurados outros dois restaurantes
no complexo, que podem ser frequentados pelos hóspedes

O El Andino é mais tradicional
 
O Café Makiato, por sua vez, tem ambiente mais descontraído.
Este pequeno São Bernardo é o mascote do resort há anos

Decoração moderna no Makiato
 
O café da manhã, completo, ganha mais cor com o movimento das tais maritacas às quais Doug, o americano, se refere. Em bando, elas voam de um lado para outro, para o galho e de volta para o chão, dando seu show particular através das janelas do restaurante. Uma maneira diferente de começar o dia e ir aproveitar tudo que o Gran Hotel Termas de Chillán tem a oferecer.
 

O verde dos pássaros contrasta
com o branco da neve
E a cabeça vermelha do pica-pau chama
atenção contra o céu azul
Em Vale Las Trancas é possível fazer caminhadas
bastante agradáveis com o vulcão ao fundo
Aproveite o feriado de 12 de outubro.
Senão, só no ano que vem


Serviço

Gran Hotel Termas de Chillan

Panamericana Norte, 3651

Termas de Chillán

Chile

56 2 233-1313 (Santiago)

56 2 366-8800 (Chillán)

www.termaschillan.cl

 

* A equipe do Hôtelier News hospedou-se no Gran Hotel Termas de Chillan a convite do hotel.