Eduardo Bressane - tres perguntas paraBressane acumula mais de 20 anos de experiência no mercado

Maior oferta hoteleira do país, gestores de empreendimentos da capital paulista têm grandes desafios pela frente. Mesmo com demandas tímidas, Eduardo Bressane, gerente geral do Grand Hyatt São Paulo acredita no potencial do destino e na força do hotel perante o mercado.

“São Paulo é, sem dúvida, a economia mais dinâmica do país. Mesmo que o cenário de curto prazo seja desafiador, tenho confiança que será uma das primeiras cidades a mostrar sinais de retomada dos negócios. Somos um hotel já consolidado e que conta com uma infraestrutura única”, afirma. E tanta confiança não é para menos, já que o executivo participou da implantação do empreendimento e hoje está à frente das operações.

Com mais de 20 anos de atuação no setor, Bressane é formado em Turismo pela USIU (United States International University), na Califórnia, onde também concluiu suas pós-graduação em Hotelaria. Foi em solo norte-americano que sua trajetória profissional começou, mais precisamente no Hilton San Diego Mission Valley. “Inicialmente, fui aos Estados Unidos para fazer um teste no time universitário de futebol da USIU e visitar uns amigos. Fui aprovado, ganhei uma bolsa e acabei ficando por lá”, conta.

O profissional ainda teve outras experiências internacionais na rede de hotéis-boutique Loews Hotels e no The Ritz-Carlton Chengdu, na China. De volta ao Brasil em 2002, foi diretor de A&B (Alimentos&Bebidas) do Grand Hyatt São Paulo e, mais tarde, gerente geral do Belmond Hotel das Cataratas. Em julho de 2019, retornou ao empreendimento paulista.

Hotelier News: Em São Paulo, uma onda de reaberturas vem acontecendo nos últimos meses. Qual a situação atual do Grand Hyatt? Que desafios o empreendimento está enfrentando neste momento de retomada?

Eduardo Bressane: O Grand Hyatt permaneceu aberto em todo o momento, fazendo as devidas adaptações necessárias com o objetivo de promover uma maior segurança e comodidade aos hóspedes e otimizar os recursos existentes. Os desafios iniciais foram superados, como a implementação dos novos protocolos de segurança e higiene, treinamento da equipe, sinalização de todo o empreendimento, entre outras tantas coisas que fizeram parte das transformações que passamos neste período.

HN: Por ter a maior oferta hoteleira do país e o cenário ser de baixas demandas, a competição fica ainda mais acirrada na capital paulista. Como a unidade está se adequando? Que ações o hotel está desenvolvendo para atrair clientes?

EB: São Paulo é, sem dúvida, a economia mais dinâmica do país. Mesmo que o cenário de curto prazo seja desafiador, tenho confiança que será uma das primeiras cidades a mostrar sinais de retomada dos negócios. Somos um hotel já consolidado e que conta com uma infraestrutura única. Somos privilegiados por termos uma ampla área externa com muito verde, além de duas piscinas, ambos grandes atrativos aos hóspedes de lazer. Buscamos parcerias que privilegiam aprimorar e oferecer novas experiências aos nossos hóspedes, como o nosso mais recente pacote de hospedagem Era uma vez o Chalezinho, ou até mesmo o convite que fizemos para as marcas deBetti e Paulaner para se juntarem ao nosso tradicional brunch de Dia dos Pais, que marcou a retomada dos nossos eventos gastronômicos neste novo cenário.

HN: O que foi revisto durante a pandemia? Quais processos e lições ficarão após a crise?

EB: Aprimoramos os rigorosos protocolos já existentes e assumimos um Compromisso Global de Cuidado e Limpeza, incluindo um processo de credenciamento junto ao um organismo internacional, a contração de uma supervisora de higiene para a propriedade, o treinamento de 100% dos funcionários acerca dos novos protocolos e produtos de higiene e sanitização. Nosso objetivo é garantir viagens seguras, feitas de forma responsável. Permanecemos alertas e seguimos os protocolos desenvolvidos com as recomendações e informações divulgadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde), os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) e outras organizações e especialistas, além das recomendações e requerimentos das autoridades locais. A situação atual virou uma grande oportunidade para revisarmos nossos procedimentos e implementarmos novas tecnologias que facilitam e melhoram a experiência de nossos hóspedes. Seja realizar seu check-in pelo celular, consultar sua conta a qualquer momento, abrir a porta do quarto sem precisar de chave, interagir com nosso time de concierge, entre muitas outras iniciativas. A lição que fica para o pós-crise é o aprendizado do quão fundamental é a tecnologia para todos nós. Por outro lado, em tempos de distanciamento social, fica ainda mais nítida a nossa necessidade de construir e manter conexões pessoais. A tecnologia veio para somar, mas jamais vai substituir o contato humano.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Belmond