Se a economia ainda tem dificuldades para acelerar a retomada, como mostra o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto), o turismo conseguiu se descolar. Em 2019, a indústria teve crescimento real (descontando inflação) de faturamento. Além disso, aumentou o número de contratações frente ao ano anterior. As informações são da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Ao todo, a receita do setor totalizou R$ 238,6 bilhões em 2019, alta de 2,2% em relação ao ano anterior. Em paralelo, foram criados 35.692 postos de trabalho, crescimento de 1,2% na mesma base de comparação. “O faturamento do turismo acompanhou os indicativos de alta em 2019, em sinergia com a performance esperada para a economia”, destaca José Roberto Tadros, presidente da CNC.

Alimentação fora do lar, transporte de passageiros e hospedagem foram os protagonistas no crescimento do setor. Juntos, os segmentos abocanharam 90,3% de tudo que foi movimentado pela indústria de viagens. No total, esses setores faturaram em torno de R$ 216 bilhões.

CNC - Alexandre SampaioSampaio: algumas regiões enfrentaram desafios, como o Nordeste

CNC: análises

Antonio Everton Junior, economista da CNC responsável pela pesquisa, aponta que houve oscilações ao longo de 2019. O início do ano foi mais irregular em consequência da instabilidade econômica e da dificuldade na aprovação da Reforma da Previdência. A partir de agosto, contudo, tudo mudou. Medidas de incentivo ao consumo, como a liberação dos recursos do FGTS, a queda dos juros e o reaquecimento do mercado de trabalho impulsionaram as vendas.

“Interessante destacar que o faturamento em dezembro (R$ 23,3 bilhões) ficou acima de janeiro (R$ 22,0 bilhões) e julho (R$ 20,2 bilhões), indicando forte dinamismo do setor, principalmente, no final de 2019”, concluiu. Everton Junior. Entre os segmentos pesquisados, a maior alta verificada foi no Transporte de passageiros (+5,3%). Na sequência veio Hotéis e Similares (+3,3%).

Na análise regional, o Sudeste somou o montante de R$ 147 bilhões no faturamento nacional. Sendo assim, foi responsável por 61,6% da receita do setor do país, seguida pelo Sul (15,9%) e pelo Nordeste (12,6%). Praças com muito potencial, Nordeste e Centro-Oeste tiveram fatores que impactam a movimentação turística. “No Nordeste, por exemplo, pode ter havido retração em alguns segmentos, em função do problema ambiental com derramamento de petróleo”, esclarece Alexandre Sampaio, diretor da CNC que coordena o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur).

(*) Crédito da capa: veerasantinithi/Pixabay

(**) Crédito da foto: Divulgação/FBHA