Empregos no turismo - CNCDados são do Caged, do Ministério do Trabalho

O setor de turismo no Brasil fechou o mês de junho de 2018 com saldo negativo de 7.743 postos de trabalho, com ajuste sazonal. O dado é do estudo Empregabilidade no Turismo, produzido pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), com base em informações do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). De acordo com o relatório, os serviços ligados ao turismo continuaram amargando prejuízos, uma vez que se manteve a tendência do desemprego do mês anterior. Em maio, o número de desempregados foi um pouco maior, atingindo 8.754 trabalhadores. Nesses dois meses, o desemprego acumulou 16,5 mil pessoas. 

O resultado entre admissões/demissões no 1º semestre atingiu -11.689, menor do que o verificado no mesmo período do ano passado (-13.061). Em 2016, a economia do turismo brasileiro gerou 37.392 novos postos, apesar da recessão. Isso, segundo analisam os pesquisadores, ocorreu porque as empresas do setor de serviços demoraram a reduzir o contingente de pessoal.

"No curto prazo, a melhora do setor vai depender do otimismo dos consumidores quanto às perspectivas do mercado de trabalho, à estabilidade dos preços e à folga para gastos novos nos orçamentos", opina Antonio Everton, economista da CNC. "Também vai depender da capacidade de a economia voltar a crescer. Enquanto isso não acontece, o emprego no turismo continuará sofrendo as oscilações da conjuntura econômica, retrato do desempenho das empresas do setor", completa.

Empregos no turismo: resultado por estado

O relatório também os resultados por região. E nesse recorte nota-se que o desemprego atingiu com mais ênfase o Sul (-2.049) e o Sudeste (-3.853). Nos sete estados que compõem as duas áreas, o Espírito Santo foi a exceção. No território capixaba os postos de trabalho cresceram com pouca expressão (+10 pessoas).  

Rio de Janeiro e São Paulo viram a falta de oportunidades cair. Em solo fluminense, mais de duas mil ocupações turísticas deixaram de existir. No cenário paulista, o índice foi de 1,4 mil.

Em junho, poucos estados registraram superávit na conta emprego no turismo. Foram eles: Ceará (479), Amazonas (152), Maranhão (53), Mato Grosso (33) e Goiás (67). 

Setores e balanço do 1º semestre

No recorte dos setores, hospedagem e alimentação puxaram os índices para baixo extinguindo mais de 6 mil postos de emprego. Agentes de viagens (+71), cultura e lazer (+49), assim como locadoras de veículos (+33), empresas aéreas de transporte de passageiros (+305) e ferrovias (+111), foram os segmentos que mais empregaram. J

De janeiro a junho de 2018, apesar do resultado negativo (-11.689), o emprego foi puxado pela movimentação do mercado de trabalho de São Paulo (+7.656). Em contraposição, o Rio de Janeiro foi o estado que mais cortou oportunidades (-6.968). Mesmo fenômeno se repetiu em 12 meses, quando se compara junho/18 com junho/17. São Paulo foi o local onde o nível de emprego mais avançou, enquanto as empresas turísticas localizadas no Rio foram as mais afetadas pela queda das vendas.

Alheio aos destaques de queda e crescimento, Minas Gerais conseguiu estabilizar os números. O estado do Sudeste conseguiu estabilizar os índices, assim como apontado recentemente pela Fecomércio-MG.

(*) Crédito da foto:Kaicho20/Pixabay