Unedestinos - embraturEntidades debateram a ausência do Brasil em feiras internacionais

Ontem (11), a Unedestinos (União Nacional de Convention & Visitors Bureau) se reuniu com associados em conferência com Gilson Machado Neto, presidente da Embratur; Manoel Linhares, presidente da ABIH-Nacional e seu suplente, José Odécio Rodrigues Júnior, presidente da ABIH-RN para debater a promoção do Brasil no exterior.

A entidade, que congrega 45 entidades de destinos, representando cerca de 300 cidades brasileiras e mais de 10 mil empresas do setor de viagens e eventos, tem como principal atuação a promoção de destinos nacionais e captação de feiras e congressos. Entre as principais pautas debatidas no encontro foi o apoio a Embratur e alinhamento de ações públicas de união de forças para a retomada do turismo doméstico, além da preocupação da ausência do Brasil em feiras do mercado internacional.

Em relação às ações internacionais, o ponto abordado e sensível foi a lei 14.002 que aprovou a criação da nova Embratur como agência, cujo artigo 4, parágrafo 3º, indica que "desde a decretação do estado de emergência até 6 (seis) meses após a superação das circunstâncias que o originaram, a utilização de recursos da Embratur para promoção do turismo será direcionada exclusivamente para o turismo doméstico, inclusive mediante a celebração de convênios com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sob a coordenação do Ministério do Turismo"

Neto comentou que o texto original na MP 907 do relator Deputado Felipe Carreiras, propunha a retomada da entidade em sua atuação no mercado internacional; entretanto sofreu alteração, sendo retirada da pauta pela presidência da Câmara, considerando o tema extra pauta.

Toni Sando, presidente da Unedestinos, reforçou que a entidade apoia o Ministério de Turismo e a Embratur, mas ressaltando a preocupação dos profissionais especializados em turismo e eventos.”Uma vez que precisamos elevar a imagem positiva do nosso país". "Com essa medida legislativa que impede a atuação no exterior, perderemos o timing com mercado internacional, que exige presença constante num mercado altamente competitivo", completou.

"A ausência do Brasil nas principais feiras e players internacionais é um retrocesso. Para incluir o país de volta na concorrida agenda internacional, precisará de muito mais recursos, investimentos e alguns anos para recuperar o cenário de 2019", diz Sando. "Até que a Embratur possa atuar em sua vocação original, a proposta da Unedestinos é mobilizar seus associados e demais entidades privadas do trade com ações cooperadas para não perder a oportunidade de manter a marca Brasil no mercado internacional, cujas ações se refletem no futuro", detalhou. 

Unedestinos: turismo doméstico

O presidente da Embratur abordou ainda sobre os atuais projetos da entidade com foco na divulgação do turismo interno, como a campanha em conjunto com a pasta ministerial sobre turismo de proximidade, com o tema "O que é ser Brasileiro? Ser Brasileiro é estar sempre ao lado de um destino incrível". Informou também sobre a participação das feiras nacionais, como Festuris em Gramado e o Festival das Cataratas em Foz do Iguaçu, nos meses de novembro e dezembro respectivamente.

Michael Nagy, ex-vice-presidente da Unedestinos, hoje diretor do Fairmont Rio de Janeiro Copacabana e consultor técnico da entidade, parabenizou pelo trabalho que vem sendo feito pela Embratur, pelo empenho em tentar reverter todo o quadro para que possa desempenhar o papel como agência cada vez melhor. "Estamos todos juntos para sair dessa pandemia fortalecidos. Ninguém irá superar sozinho, a exemplo da atuação dos CVBs que, acima de tudo, representam a inciativa privada do setor", afirmou Nagy, que se comprometeu em articular junto ao governo local a tentativa de reverter a atual situação e fazer com que o Brasil possa ser divulgado oficialmente no mercado internacional.

(*) Crédito da capa: Roberto Castro/MTur

 

(**) Crédito da foto: Divulgação/Unedestinos