Vendas caem em novembro, mas setor de serviços terá 2019 positivo
14 de janeiro de 2020Com resultado, setor de serviços encerrou dois meses seguidas de alta
O volume de serviços no Brasil recuou 0,1% em novembro sobre o mês anterior. Trata-se do pior resultado para o mês em três anos, interrompendo ainda dois meses de ganhos. Os dados foram divulgados hoje (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que projeta alta no acumulado de 2019.
Em relação a igual período de 2018, houve alta de 1,8% – terceira alta consecutiva. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de queda de 0,2%, na base mensal, e de alta de 1,8%, na anual.
Entre as cinco atividades pesquisadas, três tiveram resultados negativos em novembro. O pior desempenho ficou com o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com recuo de 0,7%. O setor foi pressionado pelos sub-segmentos de transporte terrestre (-1,6%), de armazenagem e serviços auxiliares aos transportes (-1,1%) e de transporte aéreo (-3,3%).
Os outros dois em campo negativo foram os serviços prestados às famílias (-1,5%) e os serviços de informação e comunicação (-0,4%). Na outra ponta, outros serviços tiveram o maior ganho no mês (+1,7%), enquanto o volume de serviços profissionais, administrativos e complementares subiu 0,1%.
Setor de serviços: balanço
Apesar das perdas em novembro, o setor de serviços caminha para fechar 2019 no azul, após estabilidade em 2018 e três anos de queda anterior. A performance indica recuperação em meio a uma inflação fraca no país e retomada da atividade econômica. Segundo o IBGE, nos 11 primeiros meses de 2019, os ganhos acumulados são de 0,9% no volume.
“O setor de serviços vai fechar no positivo em 2019, e isso não acontecia desde 2014. O ano de 2019 foi um ano melhor para os serviços, mas ainda há uma longa perda para recuperar daqui para frente e isso tem a ver com ambiente econômico”, destaca Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
“Os serviços não estão mudando trajetória de ascensão, o que houve foi apenas uma acomodação, um ajuste de um setor que vem com ganhos no segundo semestre e numa trajetória positiva”, completou Lobo, explicando que no segundo semestre o ganho acumulado no setor é de 2,9%, o que compensa a queda de 1,8% do primeiro semestre.
(*) Crédito da capa: Mara Conan Design/Unsplash
(**) Crédito da foto: Crew/Unsplash