Usina de compostagem fica no subsolo do hotel

Antenado nas questões ambientais e sociais, o Verdegreen Hotel dá um grande passo em prol da sustentabilidade de João Pessoa, onde está localizado. O empreendimento finaliza, em dezembro, sua usina de compostagem. Com isso, o meio de hospedagem, localizado na Praia de Manaíra, vai zerar o envio de lixo orgânico para um dos aterros sanitários da cidade. 

Segundo Daniel Machado, gerente geral do Verdegreen Hotel, o projeto foi iniciado em fevereiro deste ano. "Começamos com o workshop 'Estratégias Rumo ao Lixo Zero', promovido em parceria com o Instituto Eccus", conta o executivo. "O encontro foi a centelha inicial para dar ciência que conseguiríamos zerar o envio de resíduos orgânicos para aterros sanitários. Era algo que preocupava a direção do Verdegreen Hotel e nossos clientes", completa.

Além do workshop, o programa Atitude Verde Interativa do Verdegreen Hotel foi um grande incentivador para a implementação da usina. O programa disponibiliza ao hóspede o espaço para oferecer ideias de sustentabilidade, que, se aplicadas, revertem-se em diárias cortesias ao criador. "Identificamos inúmeras dessas sugestões para implantar a usina. Daí partimos para as ações como reuniões com as equipes", explica Machado.

Como funciona a usina do Verdegreen Hotel?

O gerente geral ressalta que o cliente interno alvo é, principalmente, a cozinha do hotel, seus colaboradores, além das equipes da Governança, Manutenção e Restaurante. "Elaboramos uma oficina para fabricar nossas próprias caixas para receber as minhocas por meio de vermicompostagem. Criamos nossa primeira bateria do minhocário, com espécies que vieram de Recife, mas de matrizes californianas", conta.

Ele explana que elas são as ideais, as melhores que produzem e decompõe o alimento orgânico. "Depois dessa oficina, entrou o treinamento do dia a dia em cada UGB (Unidade Gerencial Básica) e começamos a levar o lixo orgânico, de bateria em bateria dos minhocários, que foram crescendo. Hoje, estamos com oito baterias completas, produzindo húmus para nossa horta orgânica", expõe Machado.

Machado e as usinas termofílicas do Verdegreen

Em dezembro, o objetivo é aplicar todo o húmus na horta orgânica do Verdegreen Hotel, que fica em área restrita, mas à vista dos hóspedes. O segundo passo, quando 100% da capacidade do minhocário funcionando, é ativar as termofílicas, que são baterias maiores. Os minhocários não podem receber todo o resíduo orgânico, pois têm muitas restrições, alimentos ácidos e cítricos. "Tem muita coisa que ainda estamos enviando para o aterro sanitário, mas, quando estivermos com os minhocários operando 100%, vamos ativar as termofílicas. Aí sim conquistaremos nossa autonomia na produção de compostos, ação que já está prevista para ainda neste ano", explica Machado.

Outros resíduos

O restante do lixo produzido pelo Verdegreen Hotel é todo separado. Começa em cada ponto de produção do resíduo. "Chamamos de resíduo, pois aqui no Verdegreen Hotel entendemos que lixo é algo que não tem nenhuma serventia. E o resíduo pode ser utilizado de alguma forma. Então, todo o restante do resíduo, exceto pouquíssima quantidade como papel higiênico, não podemos reutilizar. Esse é realmente descartado. Todo restante do material é separado e destinado corretamente, parte dele para a Ascare (Associação dos Catadores de Recicláveis de João Pessoa). Lá eles se encarregam pela destinação correta de resíduos como plásticos, latas, vidro, papelões e papéis. Além disso, reciclamos o óleo de cozinha, combústivel do gerador de energia, pilhas, lâmpadas… Tudo é destinado corretamente."

Sobre a água, Machado diz que o Verdegreen Hotel tem reaproveitado a água da chuva, do ar condicionado e lençol freático. "Coletamos toda essa água, que passa pelo tratamento e é enviada para alguns reservatórios instalados dentro do hotel. Essa água é utilizada para os vasos sanitários, à rega de jardins e lavagem de áreas comuns e de grande porte", finaliza o gerente geral.

(*) Crédito das fotos: Peter Kutuchian/Hotelier News