Walter Teixeira, diretor da TX Consultoria e Promoções
(fotos: Juliana Albino)
 
O cartão de crédito surgiu na década de 20, nos Estados Unidos. Os primeiros serviços que aderiram à novidade foram os grandes hotéis da época, postos de gasolina e empresas que passaram a oferecer aos seus clientes a facilidade do uso das novas tecnologias – sem a necessidade do dinheiro ou cheque.
  
A utilização dos cartões se multiplicou e cada vez mais eles estão em diferentes nichos de mercado. Na prática, o uso de cédulas está sendo substituído gradativamente por pequenos cartões de plástico.
 
A TX Consultoria e Promoções integra-se neste boom. Criada em 1999, a empresa tem como foco trabalhar no setor de viagens e turismo em diversas vertentes, sempre voltada para prestação de consultoria ao mercado. No decorrer dos anos, a empresa intensificou a prestação de serviços para cartões empresariais.
 
“Ainda fazemos projetos esporádicos na área de promoções e marketing, mas o nosso foco é a consultoria de meios de pagamentos. Começamos com três colaboradores, em 2005, e hoje contabilizamos uma equipe de 100 pessoas, que nos ajudam a criar uma nova plataforma comercial e operacional do mercado turístico”, declara Walter Teixeira, diretor da TX Consultoria.
 
O executivo recebeu a reportagem do Hôtelier News na sede da empresa, na capital paulista, e traçou o panorama do mercado em relação ao uso do cartão corporativo nas pequenas, médias e grandes companhias do trade.        
 
Teixeira também falou sobre o projeto-piloto desenvolvido pela consultoria, que incorpora o uso do cartão corporativo virtual em 30 redes hoteleiras independentes da cidade. “O foco da ação é facilitar a sinergia dos processos, principalmente das redes independentes, fazendo com que o método centralize em uma única fatura todas as hospedagens do cliente.”
 
Por Juliana Albino 
 
 
 
Hôtelier News: Como está sendo a atuação da TX no mercado hoteleiro?
Walter Teixeira: A grande promessa para este triênio 2009/2012 é um produto virtual para pagamento na rede hoteleira. Tanto os hotéis quanto as empresas, clientes e agências de viagens estão nos incentivando a entrar em produção o mais rápido possível. Temos uma expectativa muito positiva em relação a este produto, pois ele resolve problemas atuais para as três partes – agências, empresas, hotéis.

O exemplo de sucesso que temos nos últimos cinco anos com o produto virtual de passagens aéreas, bem como a expectativa do congênere para pagamento de hotéis, nos leva a crer que a plataforma de produtos virtuais veio para ficar.

 
HN: Este novo produto facilitará o processo de faturamento? Teixeira: Temos como meta terceirizar os serviços administrativos e de cobranças voltados a hotéis, com a criação da TX Serviços. O nosso foco será possibilitar a sinergia dos processos de faturamento e automatizar os back office dos empreendimentos.
 
HN: A implantação também deve alcançar os hotéis independentes da mesma forma que as grandes redes?
Teixeira: Estamos concluindo um projeto-piloto e até meados de outubro criaremos a Conta hotel, que alcançará até quatro mil hotéis independentes e de bandeira. No momento, estamos fazendo um teste com 30 hotéis da capital paulista, com a prestação de contas de uma forma eficaz pelo uso do cartão corporativo, o que centraliza em uma única fatura todos os gastos dos viajantes corporativos das empresas.  
 
 
HN: Fale um pouco sobre o apoio recebido do Fohb.
Teixeira: Estivemos em uma reunião com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), que tem nos dado total apoio para divulgação do produto no setor. Juntamente com a entidade, anunciaremos o novo produto para as empresas ligadas ao trade turístico.
 
HN: Como as empresas brasileiras enxergam o uso do cartão corporativo? 
Teixeira: O cartão, seja ele plástico ou virtual, torna-se um meio de pagamento facilitador ao viajante de negócios. Por outro lado, o cartão corporativo encontra resistências quanto a sua adoção pelas empresas brasileiras. Os empresários tem receio – infundado – de perder o controle quando coloca um plástico nas mãos de seu funcionário. O que ocorre é exatamente o contrário, visto que os empresários terão maior controle com a utilização do plástico para todas as despesas de viagens, sejam elas de transporte, hospedagem, alimentação, táxis ou outros serviços.

Nosso entendimento é que o cartão virtual funcione como um primeiro degrau para as empresas se habituarem com o controle  que ele proporciona, e depois adotarem o cartão plástico como instrumento básico de pagamento.

 
HNEm quanto tempo o uso do cartão será efetivo no Brasil?
Teixeira: Sem medo dizer, aproximadamente dez anos. A cultura precisa ser mudada, pois as multinacionais instaladas no país já vem com a mentalidade de seus países. É preciso que o processo macro seja melhorado. O Brasil é um caso atípico, pois existe uma legislação em que as empresas precisam emitir notas fiscais, e em alguns outros países o boleto da fatura do cartão já é um documento fiscal.  
 
 
Walter Teixeira ladeado por Avelino Alves, gerente de Planejamento e Carlos Alberto Muniz, gerente operacional

 
Nesta segunda foto estão também Valéria Salmazo, gerente de Operações e Mirian Teixeira, diretora financeira
 
HN: Qual a expectativa de crescimento com o novo produto?
Teixeira: Cresci muito em 2009, mesmo com a suposta crise econômica mundial. Tenho dobrado de tamanho nos últimos três anos por agregar novos serviços. Em 2008, obtivemos um faturamento de R$ 5 milhões e aumentamos o número de colaboradores, visto que hoje já contamos com 100 pessoas. Queremos fechar o ano com aumento de 40% em nossos serviços e continuar atuando com foco no turismo.
HN: Existe também um produto focado para as agências de viagens?
Teixeira: No segundo semestre deste ano, queremos estabilizar o nosso Cornerstone Information Systems, que atua na automatização nos processos das agências de viagens corporativas. Focaremos no envio de relatório em gestão interna, que conseguirá definir os investimentos de viagens traçando um “raio x” para as empresas. 
  
Andrea Jorge, coordenadora de faturamento,
Felipe Maximiliano, coordenador de Cartões, Walter Teixeira e
Claudio Nogueira, gerente de Operações
HN: Qual o seu posicionamento sobre a questão do faturamento?
Teixeira: Todo o processo macro precisa ser melhorado no Brasil. Precisamos coletar as experiências positivas de outros países e utilizar processos para facilitar o contrato fiscal, o qual exige nota fiscal da empresa responsável pela despesas.

HN: O uso dos cartões foi tema do Lactte deste ano. Como um dos palestrantes, você pode apontar novas diretrizes sobre o tema?
Teixeira: Como mencionei, ainda estamos atrasados em relação aos outros países. No Lactte debatemos muito sobre o assunto, mas ainda precisamos adotar a postura das empresas norte-americanas. Um exemplo é a cidade de São Paulo, que já está emitindo notas fiscais eletronicamente.  

 
HN: Existe na empresa um projeto de capacitação aos colaboradores?
Teixeira: Oferecemos periodicamente cursos de capacitação aos nossos colaboradores, pois queremos manter a qualidade no atendimento e operação dos nossos serviços. 
 
 
 
 
Colaboradores da TX 
 
HN: Como foi a sua passagem pelo turismo?
Teixeira: Iniciei minha carreira na hotelaria, no Caesar Park, onde fiquei por 10 anos. Logo depois ingressei no ramo aéreo e atuei na Vasp, Varig, passando também pela Carlson Wagonlit.

Em 1994 ingressei no ramo de cartões de crédito, passando pela Amex e MasterCard. Desde então, resolvi acoplar juntamente ao turismo a integração com a tecnologia dos cartões de crédito, usada na pestação de serviços.

 
HNQual é a sua atuação na ABGev e outras entidades do setor?
Teixeira: Sou conselheiro da Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (ABGev) e professor da Academia de Viagens. Além disso, ocupo a presidência da Skal Internacional de São Paulo, que congrega em único local diversos representantes do trade turístico. 
 
Walter e a esposa Mirian Teixeira
(fotos: arquivo pessoal)

 
Os filhos Fernando e Juliana

HN
: A família é a base fundamental para o sucesso. Como você enxerga esse alicerce?
Texeira: No âmbito familiar, eu e a Mirian trabalhamos juntos já há quatro anos. Ela cuida principalmente do lado de RH e Finanças, e eu da área estratégica, relacionamento comercial e operações. Eu sempre fui o sonhador e ela é quem me puxa para o chão, traz a realidade mais presente.

Temos um casal de filhos: Juliana, 27 anos, que se formou em Medicina e está fazendo residência medica em radiologia, e o Fernando, de 25 anos, que faz faculdade de Economia. Não moramos mais todos na mesma casa. Cada um já está seguindo sua vida, mas somos unidos e sempre que possível estamos juntos. Acho que a base de uma família estruturada é fundamental para dar o equilíbrio também na vida profissional.

 
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