sábado, 21/setembro
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Comuna do Ibitipoca redesenha hospedagem e chega próximo a 100% de ocupação

Em um cenário bucólico no interior de Minas Gerais, o Comuna do Ibitipoca entra para o hall de empreendimentos pós-luxo com bons resultados mesmo em plena pandemia. Após cinco meses de paralisação das atividades, o meio de hospedagem redesenhou sua oferta, focada agora apenas em grupos e famílias. Em setembro, a propriedade teve sua maior ocupação para o mês da história, atingindo quase 100%.

O tradicional Engenho Lodge, carro chefe do negócio, deixou seu viés hoteleiro para atender apenas clientes que estejam entre amigos e familiares, em sua maioria habitués. Sem restrição de capacidade e com perfil disruptivo, o Comuna de Ibitipoca reforça seu DNA de experiências em meio à natureza como refúgio de grandes centros urbanos. “Nossa maior procura ainda é para o Engenho. Abrimos apenas para grupos e começamos a ter muitas reservas para famílias. A pandemia gerou esse apelo e procura por casas com serviços. Como temos muitas opções de hospedagem conseguimos acomodar bastante”, conta Claudia Baumgratz, gerente do empreendimento.

Os villages, lofts independentes e separados também enchem os olhos dos turistas. Com público majoritariamente oriundo do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, Claudia afirma que não tem previsão para retorno aos modelos hoteleiros pré-pandemia. “O Engenho Lodge se transformou e os villages atendem casais e famílias menores. Não temos previsão de mudança, vamos sentindo o mercado. Deixamos a hotelaria em pausa para repensar outras linhas de hospedagem”. Já as demandas internacionais representavam apenas 20% da ocupação, o que não afetou diretamente o desempenho do negócio.


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Comuna do Ibitipoca: tarifário e long stay

O tarifário também sofreu alterações. Agora operando com tarifa única, uma média entre os valores de semana e finais de semana, a gerente explica que a mudança veio com a transformação do perfil do hóspede. “O final de semana perdeu tanta importância. As pessoas estão em home office, férias acumuladas, e acabam vindo também de segunda a sexta”.

Com cerca de 90% de sua ocupação representada por habitués, o Comuna do Ibitipoca faz parte do seleto grupo de empreendimentos que não é e nem pretende ser visto como comercial. “Somos low profile, nossa principal fonte de divulgação é o boca a boca. Não estamos em OTAs, então em geral, nada mudou nesse sentido. Na verdade, abrimos há um mês e nem sequer conseguimos divulgar nas redes sociais e já não estamos dando conta da demanda, pois o volume da procura só vem aumentando”.

Muito além de um meio de hospedagem, a propriedade é um projeto experimental com viés ambiental e social, que conta com casa de cultura, reprodução de espécies de animais nativos entre outras atividades. Neste novo momento, o foco é também incentivar o long stay para pessoas que desejarem tirar períodos sabáticos e se engajarem nos propósitos do Comuna.

“Tentamos proporcionar um luxo diferente, de colher a própria fruta, cultivar alimentos e estar em contato com a natureza. Damos incentivos ao long stay com descontos e programas sabáticos para pessoas que desejarem morar e fazer voluntariados aqui. Os períodos são em média um mês, mas se o hóspede quiser se engajar em algum projeto vai de acordo com a necessidade de cada um”.

Sobre 2021, Claudia ressalta que o empreendimento ainda está em fase de reestruturação e que, no momento, os pensamentos estão concentrados no agora. “Estamos avaliando o tarifário e tentando matar um leão por dia. A pandemia só reforçou o que nós pregamos e agora as pessoas estão valorizando mais o que realmente importa. Essa é a nossa essência”.

(*) Crédito da capa: Márcio Brigatto/Comuna do Ibitipoca

(**) Crédito da foto: Arquivo pessoal