sexta-feira, 15/novembro
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HotelCare dribla incertezas para crescer na pandemia

Em expansão na pandemia, a HotelCare se diz em permanente processo de melhoria para se adaptar ao novo cenário. Em julho, somou ao portfólio o Clube dos 500, primeiro resort da rede paulista. Antes, fechou acordo com Tempus Hotelaria, adicionando mais cinco unidades ao inventário. Parar por aqui? Bem, a empresa está sempre aberta às novas possibilidades.

“Sempre estivemos atentos às possibilidades de conversões, mesmo antes da pandemia. Oportunidades aparecem, mas nos perguntamos se conseguimos agregar valor na gestão dessas propriedades”, afirma Ronaldo Albertino, sócio diretor da HotelCare. “Ficamos nos questionando também se os proprietários estão, de fato, dispostos a mudar para ter resultados diferentes”, completa.

Albertino ainda aponta que, sem um planejamento transparente e conjunto entre operador e investidor, dificilmente a gestão será exitosa. “Para resultados diferentes, é preciso ações diferentes”, pontua.


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Analisando o mercado como um todo, o diretor ainda vê um cenário muito atrelado à pandemia. Ele explica que o mercado segue em compasso de espera pelas liberações sanitárias governamentais e pelas definições da política de viagens. “Sem elas, ficamos, todos, trabalhando com perspectivas que mudam diariamente”, avalia.

“Entendemos o novo normal como uma adequação a uma operação moderna, com proximidade nas relações de consumo com toda a cadeia produtiva, do investidor ao cliente final, passando pelos fornecedores e colaboradores”, completa o sócio-diretor da HotelCare.

Já sobre o ponto do equilíbrio dos hotéis neste novo cenário, o diretor analisa duas possibilidades. “Se a demanda permanece a mesma, como poderemos trabalhar para alcançar os patamares desejáveis de rentabilidade e manutenção de qualidade? Se não, teremos que estruturar as propriedades para menores ocupações e, consequentemente, repensar serviços para que o negócio não seja prejudicado”, afirma.

Independentemente da resposta à pergunta acima, Albertino acredita que ninguém sabe como vai se comportar o mercado. “Particularmente, a HotelCare trabalha com a perspectiva de que o mercado voltará ao seu normal, ainda que com adequações, mantendo a evolução na performance dos anos anteriores. Acreditamos que, em meados de fevereiro ou março de 2021, as atividades voltarão ao normal e que os nossos serviços devem ser, no mínimo, melhores do que vínhamos trabalhando”, pontua.

HotelCare: perspectivas

Entre as ações necessárias para os próximos meses, o diretor acredita que é preciso modernizar a indústria e antecipar as medidas de atualizações tecnológicas. “Sobretudo nos sistemas de gerenciamento, reservas e, principalmente, no relacionamento com o cliente”, avalia.

HotelCare - crescimento na pandemia_Ronaldo Albertino
Albertino: pandemia deixa ensinamentos para hotelaria evoluir na relação com os stakeholders

Pensando nas consequências deixadas pela pandemia, Albertino enxerga um cenário em que é preciso reformular muita coisa. “O que podemos fazer é repensar, ou melhor, recriar a partir da situação. Podemos e devemos potencializar as relações com os investidores, clientes, intermediários e canais de distribuição, mas também temos que voltar ao básico”, indica.

Em um momento mais de autoanálise, o diretor ainda levanta questionamentos que abarcam problemas anteriores à pandemia. “Nunca é demais refletir se, de fato, nossos hotéis estavam entregando o que prometiam antes da pandemia. De nada adianta falar de proteção sanitária sem falar na limpeza básica, por exemplo. Costumo dizer que as reputações dos hotéis nas OTAs congelou o mercado e todos ficaram onde estavam. A pergunta fatal é: estávamos realmente bem?”, indaga.

Ainda analisando o cenário, o diretor da HotelCare entende 2020 como um ano para apontar nos gráficos como atípico e para não contar no resultado de longo prazo. “Não obstante, referenciar para as ações de corte de custos e inovações em serviços e criatividade a serem usados para o futuro”, comenta.

Já para 2021, o plano consiste em uma melhoria contínua. “Impregnar as operações com consistência e regularidade, mostrar aos investidores as evoluções diárias e mensais, reconduzindo-nos aos trilhos da boa gestão e perenidade, característica da indústria hoteleira”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/HotelCare