quinta-feira, 14/novembro
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Três perguntas para: Renato Bianchi

Como um bom filho à casa torna, Renato Bianchi, formado em Hotelaria pelo Senac, hoje atua em um dos hotéis-escola da instituição. Gerente geral do Grande Hotel Campos do Jordão, o profissional aproveita seu tempo livre para aprender sobre vinhos e acompanhar o mercado financeiro.

Natural de Santos (SP), Bianchi viveu em Rio Claro (SP) até os 18 anos, quando mudou-se para São Paulo para estudar e jogar basquete. Formado também em Turismo pela Universidade Paulista e pós-graduado em Administração de Empresas, o gerente ainda possui MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Projetos pela FGV e atualmente está finalizando o curso de Investimentos e Private Banking pelo IBMEC.

Atuou como estagiário, recepcionista, trainee gerencial e assistente de gerente geral na Accor. Em 2006, ingressou no Senac em um Programa de Movimentação Gerencial, atuando nos hotéis e substituindo ausências dos gerentes gerais dos hotéis-escola e diretores dos Campi.


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Em janeiro de 2008 assumiu a subgerência do Grande Hotel São Pedro e em setembro do mesmo ano, a gerência geral do Grande Hotel Campos do Jordão.

Três perguntas para: Renato Bianchi

Hotelier News: No ano passado, o Grande Hotel Campos do Jordão teve sua alta temporada impactada pela pandemia. Com a nova proximidade do período, quais as expectativas? Como a unidade vem se preparando para o inverno de 2021?

Renato Bianchi: Em 2020, o impensado aconteceu e a pandemia nos forçou a permanecer com as portas fechadas por 161 dias, inclusive durante praticamente todo o inverno. Para 2021, apesar de momentaneamente estarmos trabalhando com capacidade reduzida diante aos decretos municipais, estamos confiantes de que temporada de inverno será extremamente positiva, pois desde janeiro tivemos interessantes níveis de vendas, até mesmo superando anos anteriores. Acredito que uma somatória de pontos seja o resultado deste sucesso. Primeiro é que somos um reconhecido hotel-escola e como não poderia ser diferente, nossos protocolos propostos durante a pandemia são exemplares e temos um excelente feedback sobre isso. Segundo é que estamos em um destino turístico diferenciado na Serra da Mantiqueira, sendo o município mais alto do Brasil e o mais frio do estado de São Paulo. E terceiro é que, por realmente estarmos em um destino único, com clima agradável e belezas naturais, temos a possibilidade de promover diversas ações para nossos hóspedes se reconectarem com a natureza e em família. Ressalto que trabalhamos incansavelmente para desenvolver e aprimorar áreas externas e suas respectivas possibilidades de atividades para que as experiências gastronômicas, entre outras, sejam inesquecíveis em nossa propriedade.

HN: Houve alguma mudança no perfil dos hóspedes comparado ao período pré-pandemia?

RB: Excluindo clientes do segmento corporativo, que atualmente iniciam uma tímida retomada com eventos menores e ainda eventos sociais, como casamentos, os quais adiaram suas propostas, não sentimos uma mudança significativa no perfil de nossos hóspedes, pois já atendíamos majoritariamente casais e famílias. O que propomos e sentimos que estávamos no caminho correto foi uma necessidade de opções diferenciadas ao ar livre e por termos tal possibilidade dentro da própria propriedade, a qual possui mais de 400.000 metros quadrados, conseguimos atender plenamente todas as demandas.

HN: Muitos funcionários do hotel são alunos ou recém-formados do Centro Universitário Senac. Como lidar com uma equipe jovem em um momento tão conturbado?

RB: Apesar de ser uma equipe jovem, nossos resultados gerais demonstram que temos uma equipe extremamente preparada e focada na busca da excelência na prestação de serviços aos nossos hóspedes e nessa ocasião da pandemia seria a oportunidade de demonstrarmos que seríamos capazes de continuar praticando uma hotelaria tradicional com a qualidade de sempre. Lembro-me de momentos com fortes ruídos e nós, hoteleiros, sempre trabalhamos com criatividade e muita resiliência. Podemos destacar outros momentos conturbados para toda sociedade como em maio de 2006, onde São Paulo literalmente parou, em detrimento dos ataques do crime organizado contra os policiais e mais recentemente a greve dos caminhoneiros em 2018, provocando falta de insumos básicos para a operação dos estabelecimentos. Jovens ou não, os que se desafiam e aproveitam as oportunidades que surgem nestes momentos, se destacam crescendo muito mais fortes e creio que este seja o caso da nossa equipe.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Grande Hotel Campos do Jordão