De acordo com dados divulgados hoje (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o desemprego caiu em oito unidades da federação no segundo trimestre deste ano. Frente ao primeiro trimestre, o recuo foi de 0,8%, chegando a 8%.
Os dados apontam que houve queda em quatro regiões, com exceção do Sul, onde o indicador permaneceu estável. “Do primeiro para o segundo trimestre, é possível observar uma tendência de queda em todas as unidades da federação, mas a redução foi estatisticamente em apenas oito delas. O recuo da taxa de desocupação nesse período pode caracterizar também um padrão sazonal”, diz Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
As unidades com maior redução do desemprego foram o Distrito Federal, que passou de 12,0% para 8,7%, e Rio Grande do Norte, de 12,1% para 10,2%. As demais foram São Paulo, Ceará, Minas Gerais, Maranhão, Pará e Mato Grosso. Frente ao mesmo período do ano passado, houve redução em 17 unidades federativas. Entre elas, destacam-se Rondônia, Distrito Federal, Acre, Sergipe e Bahia, com as maiores variações.
Outros dados
Mesmo com o desemprego em queda na comparação com o primeiro trimestre (-0,9%), o Nordeste (11,3%) segue com o maior percentual entre as regiões. Todos os estados nordestinos têm taxas maiores do que a média nacional. Pernambuco detém o maior índice do país, com 14,2%, seguido por Bahia (13,4%). Os dois ficaram estáveis na comparação com os três meses anteriores. Já as menores taxas de desocupação foram observadas em Rondônia (2,4%), Mato Grosso (3,0%) e Santa Catarina (3,5%).
Em São Paulo, estado mais populoso do país e com o maior contingente de ocupados (23,9 milhões), a taxa de desemprego passou de 8,5% no primeiro trimestre do ano para 7,8% no segundo. Nesse período, houve queda de 7,6% no número de pessoas que estão em busca de trabalho, chegando a 2 milhões. Já o número de ocupados ficou estável.
Além disso, 16 estados registraram taxas de informalidade maiores que a média nacional (39,2%). Todos do Norte ou Nordeste. Nesse indicador, os maiores percentuais vieram do Pará (58,7%), Maranhão (57,0%) e Amazonas (56,8%). Por outro lado, as menores taxas foram de Santa Catarina (26,6%), Distrito Federal (31,2%) e São Paulo (31,6%).
Ainda de acordo com a coordenadora, a diferença nas taxas de informalidade pode ser explicada, entre outros fatores, pelos setores econômicos que prevalecem em cada região. “No Norte e no Nordeste, há uma grande presença de atividades que incorporam trabalhadores sem carteira assinada e conta própria sem CNPJ, como o comércio e os serviços”, diz Adriana. Ela ainda ressalta que no Sul, região com a menor taxa de informalidade (30,8%), o peso maior das atividades industriais e a diversificação de serviços contribuem para o emprego de trabalhadores com carteira de trabalho.
No Brasil, cerca de 73,3% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada. Os menores percentuais também estavam no Nordeste (59,1%) e no Norte (58,4%) no período. No segundo trimestre, o percentual de ocupados trabalhando por conta própria foi de 25,5%. As maiores concentrações estavam em Rondônia (37,8%), Amazonas (32,3%) e Amapá (31,7%), enquanto as menores estavam no Distrito Federal (19,9%), Tocantins (20,7%) e Goiás (21,7%).
Desocupação cai para mulheres e homens
A diferença na taxa de desemprego entre homens e mulheres ficou menor no segundo trimestre, estimada em 6,9% para eles e 9,6% para elas. “Essa diferença diminuiu porque, embora os dois grupos tenham tido redução na taxa de desocupação, a queda das mulheres foi de 1,3 ponto percentual, bem maior que a dos homens (-0,3 p.p.)”, detalha Adriana, que ressalta que elas também tiveram um aumento maior no nível de ocupação: 0,6% contra 0,4% dos homens. Com isso, o nível de ocupação das mulheres chegou a 47,1%, enquanto o dos homens foi de 66,8%. Esse indicador calcula o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar.
No recorte por cor ou raça, enquanto a taxa de desocupação dos brancos (6,3%) ficou abaixo da média nacional (8,0%), a dos pretos (10,0%) e a dos pardos (9,3%) seguem acima. No início da série histórica da pesquisa, no primeiro trimestre de 2012, a média também foi estimada em 8,0% e havia a seguinte situação: pretos tinham taxa de desocupação de 9,7%, pardos, de 9,2% e brancos, de 6,7%.
A pesquisa mostra que no segundo trimestre, cerca de 2 milhões de pessoas estavam procurando trabalho por dois anos ou mais. Na comparação com o mesmo período de 2022, esse número caiu 31,7%, ou seja, 945 mil pessoas a menos. Por fim, o rendimento médio habitual foi de R$ 2.921,00 para o país no período. Houve crescimento frente ao trimestre anterior (R$ 2.923,00) e na comparação com o ano passado (R$ 2.750,00).
(*) Crédito da foto: Agência Brasília