Nascida e criada em Curitiba, Regiane Romanini garante que não tem sotaque nenhum apesar de não negar algumas maneiras típicas do linguajar da capital paranaense. A profissional de 36 anos é a atual gerente de Operações do NH Curitiba The Five com 10 anos de experiência no mercado hoteleiro.
“Falo leitE quentE e não acho que tenho sotaque nenhum”, brinca. Turismóloga pós-graduada em Planejamento e Gerenciamento Estratégico pela PUC-PR, Regiane ingressou na Accor em 2010 como estagiária do setor comercial e desde o início já expressava seu desejo de ir para a operação.
“Na primeira oportunidade, fui atendida. Passei por diversos setores em um hotel da bandeira Mercure, onde pude conhecer de perto a operação da recepção, reservas e de eventos. Tive o privilégio de ser orientada por gestores excepcionais, que impulsionaram minha formação profissional e abriram portas para que eu conhecesse outros empreendimentos e bandeiras da rede, por períodos curtos, em diversas cidades. Em minha trajetória na rede atuei em Recife, Campinas, Santos, Balneário Camboriú e Porto Alegre”, conta.
A jornada da gerente no NH Curitiba teve início em 2019, motivada pela possibilidade de diversificar e ampliar seus conhecimentos no setor. “Fiquei atraída para atuar em um hotel cuja proposta é completamente diferente das experiências anteriores”, comenta.
Na série Três perguntas para, Regiane Romanini fala sobre os desafios operacionais durante a pandemia, o retorno do mercado corporativo e as principais lições aprendidas com a crise.
Três perguntas para: Regiane Romanini
Hotelier News: A hotelaria já começa a dar sinais de retomada. Como o NH Curitiba The Five vem se preparando para receber as demandas reprimidas?
Regiane Romanini: O avanço da vacinação já reflete positivamente na retomada do setor hoteleiro, que tende a se concretizar. Tendo isto em mente, estamos muito otimistas e com foco total na saúde e segurança de nossos hóspedes e colaboradores. Temos protocolos sanitários rigorosos para que todos estejam seguros e possam desfrutar da hospedagem sem risco. Com o isolamento social, notamos que algumas necessidades mudaram e estamos adaptados aos novos hábitos e necessidades dos nossos clientes. Hoje conseguimos fazer mais com menos, nossa equipe faz parte efetivamente do negócio e todos sabem a importância de fazermos nosso melhor diariamente. Evoluímos com relação A&B (Alimentos & Bebidas), marketing, vendas, tempo de respostas aos clientes, flutuação tarifária e alterações em cardápios. Nada é engessado e cada caso é tratado respeitando sua particularidade! Isso faz com que cada cliente seja único para nós e temos muito orgulho das ações que desenvolvemos para superar os desafios dessa fase.
HN: Quais serão os principais desafios para a recuperação do mercado curitibano? O corporativo começou seu retorno também?
RR: O segmento corporativo foi também muito impactado com a pandemia e em Curitiba não foi diferente. As organizações se adaptaram rapidamente ao home office e notamos que garantido esse deslocamento seguro, o retorno ao crescimento da área estará ainda mais próximo. Claro que sofremos influência direta sobre a retomada efetiva de voos e dos protocolos que as companhias aéreas adotam para gerar confiança e segurança para os usuários. Ainda estamos em progresso com relação a malha aérea e nos encontramos no despertar dos negócios. Com a vacinação crescente e a necessidade de concluir negócios latentes, finalmente estamos caminhando para a recuperação econômica e confiamos na retomada. Acreditamos, ainda, que a demanda reprimida pelo isolamento social será alavancada com a imunização e que temos um horizonte próspero.
HN: Quais as principais lições absorvidas da crise para a operação do hotel?
RR: O uso expressivo da tecnologia em nossas rotinas é um caminho sem volta. As múltiplas ferramentas para videochamadas em grupo, como o Zoom, Google Meets e o Microsoft Teams nos aproximaram no momento mais difícil e fizemos nosso trabalho de maneira eficaz. Todos os serviços e cardápios disponíveis a um clique de distância, como exemplo no uso QR codes, parecia algo distante e hoje percebo que é prático para o cliente e eficiente para o negócio. Entramos para as plataformas de venda de A&B online, adaptamos nosso serviço para delivery, e, hoje, tudo funciona com a maestria de uma equipe verdadeiramente engajada em fazer diferente. Ter planejamento é essencial, mas saber a hora de mudar a direção é também muito importante. Gerenciar as pessoas teve, em sua essência, a função de facilitar os processos. No início da pandemia não sabíamos exatamente como nos proteger e o desafio foi cuidar um dos outros, controlar as emoções e resistir às dores que o momento apresentou. Nos descobrimos resilientes e muito mais próximos uns dos outros.
(*) Crédito da foto: arquivo pessoal