domingo, 22/setembro
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Desemprego sobe em 16 estados no 1º tri, aponta IBGE

Segundo levantamento divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego, que ficou em 8,8% no primeiro trimestre, subiu em 16 estados no período. Nos demais, o indicador ficou estável em relação aos três meses anteriores. Os dados integram a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), que analisa tanto o mercado de trabalho formal, quanto o informal. Apesar do avanço reportado no desemprego no primeiro trimestre, o indicador ainda é o menor para o período desde 2015 (8%).

Historicamente, o início do ano registra aumento da desocupação. A busca por vagas de emprego costuma ser impulsionada por fatores como o término dos contratos temporários de final de ano. Segundo analistas, a recuperação do mercado de trabalho tende a perder velocidade em 2023. A projeção está associada ao cenário de desaceleração da atividade econômica em meio ao contexto de juros elevados.

Ainda de acordo com a pesquisa do Instituto, entre todas as regiões, o Nordeste foi a que mais sentiu a alta do desemprego, com aumento de 1,4% na taxa de desocupação, atingindo portanto, 12,2%. No sentido oposto, Sul aparece com a menor taxa, de 5,0%. Das dez unidades da federação com os maiores percentuais, sete são estados nordestinos. Entre eles, destacam-se Bahia (14,4%) e Pernambuco (14,1%), com os maiores índices do país.


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A analista Alessandra Brito explica que o aumento da desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea, resultaram no crescimento da taxa de desocupação nas grandes regiões, assim como aconteceu no resultado nacional.

“Após um 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica”, explica. Para ela, essa diferença entre os estados está ligada à informalidade. “Bahia e Pernambuco, bem como a região Nordeste como um todo, têm um peso maior de trabalho informal, o que torna a inserção no mercado de trabalho mais volátil, podendo gerar pressão de procura por trabalho, o que se reflete em uma maior taxa de desocupação, se comparado ao percentual do Brasil”, ressalta.

Por outro lado, as menores taxas foram registradas por Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%). Todos os estados do Norte e Nordeste registraram taxas de informalidade maiores que a média nacional (39,0%). Os maiores percentuais entre eles foram registrados por Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%).

Alessandra explica que o trabalho informal traz menos garantias relativas aos direitos trabalhistas, além de ser menos estável. “Esse tipo de inserção torna o trabalhador mais suscetível à instabilidade no mercado de trabalho, sobretudo em momentos de crise, como foi a pandemia. Regiões onde o trabalho informal tem mais peso tendem a apresentar taxas de desocupação mais altas, por exemplo”, diz. As menores taxas de informalidade foram observadas em Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).

No país, o número de pessoas ocupadas chegou a 97,8 milhões no primeiro trimestre, queda de 1,6% em relação ao quarto trimestre do ano passado, o que representa menos de 1,5 milhão de pessoas no mercado de trabalho. Esse contingente era composto por 68,5% de empregados, 4,3% de empregadores, 25,8% de pessoas que trabalham por conta própria e 1,5% de trabalhadores familiares auxiliares.

(*) Crédito da capa: Depositphotos